Cadê o doente?

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    Um copo de café e tempo livre; dou meus primeiros passos dos últimos dias de uma longa história. Chegando na varanda pela primeira vez me deparei com uma ambulância estacionada na área de visitantes, enquanto a vaga apropriada se fazia disponível. Não começamos muito bem.

    Embora seja habitual reparar em coisas fora do lugar ali de cima, me pareceu mais conveniente refletir sobre o acidente ocorrido no dia anterior, quando um operário teve um dedo amputado por uma makita enquanto finalizava uma obra. Uma cena horrível! Eu não vi com meus próprios olhos, mas os relatos tinham intensidade suficiente para abismar qualquer um que pudesse ouvir. Lembro de uma Sargento da enfermaria relatando que precisou pegar o pedaço do dedo com um guardanapo. Um guardanapo! Era a melhor opção? Eu usaria uma pá e uma vassoura. E todo aquele sangue então...

    A lembrança meramente imaginativa daquele dedo sangrentofoi ligeiramente interrompida pelo copo de café que caiu no meu coturno. Quesusto! Poderia ser outra makita atacando novamente.

OBRAS NO CORREDOR E UM PÁSSARO NEGRO NO CÉU - (PRÉVIA)Onde histórias criam vida. Descubra agora