Capítulo 17

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Tate....

Quando o médico me explicou que eu jamais poderia ter filhos em minha vida eu juro que minha cabeça ecoava eu não conseguia aceitar que aquilo estava mesmo acontecendo comigo,por mais que ele explicasse eu ainda me recusava a aceitar,como isso era possível comigo,eu era jovem e cheia de vida,minha saúde sempre foi excelente.
Parecia que eu tinha caído num buraco vazio,eu caminhava e nada a minha volta fazia o menor sentido,aquele papel na minha mão arrancou meu sonho e agora tudo que me restava era um vazio enorme aqui dentro. A minha vida toda eu sempre me imaginei mãe,aquela grávida com a barriga enorme,algumas meninas sonham em ser princesas eu sonhava apenas em ser mãe.
Mas agora eu estava enfrentando uma realidade que eu nunca imaginei que fosse possível,minha mão treme cadê vez que olho em direção ao envelope em minha mão,quando cheguei ao apartamento um desespero tomou conta de mim,sonhar com um filho de Félix era uma das minhas melhores fantasias,mesmo que nunca acontecesse,mas pelo menos eu podia acreditar na possibilidade de ser mãe,a melhor mãe,mas agora estou aqui agarrada a esse pedaço de papel que destruiu todos os meus sonhos.
Pior foi ver nos olhos de Félix algo que lembrava decepção,eu sei que é loucura pensar que ele teria uma família comigo,mas por um momento eu senti isso em seus olhos.
Eu sei que adoção era uma opção mais nem todos estavam dispostos a seguir por esse caminho,eu imagino que Félix possa ter quantos filhos quiser com a mulher saudável,tipo minha irmã,aposto que ela não terá problemas com isso.
Acho que chorei por tanto tempo que meu corpo sucumbiu ao cansaço,sou despertada por braços fortes em volta de mim,no começo penso que estou sonhando,mas então o cheiro familiar de Félix domina o ambiente.

-Tá melhor linda?

-Félix,que horas são?

-Umas 4:00 da manhã.

Minha cabeça dói,efeito de horas de lágrimas derramadas.

-Tá com fome?

Ele me pergunta ainda abraçado em mim.

-Minha cabeça tá doendo.

-Vou pegar um remédio,volto já.

Ele se levanta e retorna alguns minutos depois,põe um copo com água na mesinha ao lado e me passa um comprimido.

-Toma,vai se sentir melhor.

Eu aceito de bom grado,sinto que meus olhos vão saltar a qualquer momento.

-Eu devo esta horrível.

Ele sorri e acaricia meu rosto.

-Impossível Tate.

Acho que consigo dar um meio sorriso.

-Tem certeza que não tá com fome?

Balanço a cabeça negando,então ele se aproxima e me olha nos olhos,aquele silêncio de antes estava lá novamente.

-Tem certeza que não tem um tratamento?

-Pela primeira vez na vida,eu queria que algo dependesse somente de dinheiro,porque no fim eu ainda teria esperanças,mas não,o médico foi bem claro.

-Muita gente adota.

Olho pra ele querendo evitar chorar mais,mas parece que tem algo apertando minha garganta e chego sufocar.

-Nem todo mundo Félix,pensa bem,um cara saudável podendo engravidar alguém saudável abriria mão disso.

Ele desvia o olhar e aquilo me corta ao meu.

-É melhor você descansar,posso sair se você quiser.

Ele diz ainda sem conseguir olhar pra mim.

Negócio Arriscado (Será Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora