Capitulo 1 - O garoto dos sonhos.

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Rio de janeiro, 1980 foi nesse ano que Yara decidiu que mudaria sua vida e iria recomeçar com seu esposo Marcelo, em pouco tempo de casamento ela já estava gravida, maior sonho dele; construir uma vida nova, e Marcos seu primeiro filho era o passo inicial pra tudo aquilo que ele sonhava.

- Nem acredito que tá chegando a hora do meu filho nascer.

Com alegria dizia ele em um bar rodeado de amigos já que fazia pouco tempo que Yara tinha começado a sentir as primeiras contrações e seguido para o hospital...
Em um carro a caminho do hospital:

- Nem acredito que a gente não conseguiu avisar ao Marcelo que minha bolsa estourou Clara
- Calma Yara, meu irmão provavelmente já tá sabendo, e já deve tá a caminho também...
- Eu vou matar se ele não chegar até o parto.

Entre as dores Yara ainda achava um momento pra ironizar e querer o marido por perto, algumas horas depois, ela enfim dava a luz a Marcos, um menino saudável e cheio de vida, ao acabar de receber a criança no colo após o parto, Yara via seu marido chegar um pouco alegre pra não dizer um pouco bêbado. Mas apesar daquela situação não tão favorável ela deixava aquele detalhe do lado ao apresentar ao pai o filho que ele tanto quis...

- Nosso filho Marcelo...
- Ele é lindo meu amor, ele é lindo.

Dizia ele meio mareado de emoção, os dias passavam e em sua casa Yara recebia a visita de Stela, uma jovem vizinha...

- Que coisa mais linda Yara, ele é um menino lindo.
- Obrigada Stela, em breve você vai ter o seu, só precisa arrumar um bom pai.
Falando um pouco mais baixo, Stela fazia uma revelação.
- É que venho mantendo um segredo Yara...
- Ah meu Deus, você tá gravida?
- Não, Deus me livre, mas eu já conheci o pai, inclusive ele é da tua terra... O nome dele é Danilo...
- E como você o conheceu? Ele mora aqui perto?
- Mora, ele vai toda tarde lá na escola, ele encontra uns meninos, não sei bem pra que, mas ele é lindo, me quer, e já disse que quer ter uma família comigo...
- Você não acha que tá indo rápido demais não?
- Não sei, só sei que ele é o cara certo pra mim.

Yara achava estranho e um pouco mal contada aquela história, mas preferia não se aprofundar na vida da sua vizinha, as horas passavam e Stela tinha que seguir pra escola, e ao caminhar até a escola um carro se aproximava e pra sua surpresa era Danilo...

- Será que a moça aceita uma carona?
- Amor! Que carro é esse?
- Meu, nosso carro...De quem mais seria?
- Como?... Como você conseguiu comprar um carro tão rápido?
- Eu te disse que o emprego era bom, não disse? E então vamos ou não vamos dar uma volta?
- Claro!

Tudo parecia maravilhoso pra Stela, Danilo tinha o emprego dos sonhos, apesar dela não saber ao certo o que ele fazia, e ele era o príncipe encantado que ela sempre havia sonhado, e nada poderia estragar o relacionamento deles, alguns meses se passavam, o namoro seguia firme e forte... Órfã de mãe, Stela nunca teve muitas conversas sobre sexo com seu pai, então ela não tinha muitas informações pra evitar o que acabou acontecendo, uma gravidez na sua adolescência. O tempo foi passando, e por conta da gravidez Danilo alugou uma casa e vivia junto de Stela e seu pai Francisco, mesmo com suas idas e vindas do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro, Danilo tentava se manter presente durante a gestação, mas algo tinha que acontecer... Durante uma manhã enquanto Danilo descansava seu Francisco procurava umas ferramentas na garagem, ele acabava encontrando drogas escondidas em uma caixa, e ao ver aquilo ia direto ao quarto do genro...

- Então é com isso que você pretende criar seu filho e cuidar da minha filha seu vagabundo?

Gritava ele... E ao despertar, calmamente Danilo respondia...

- É com isso que tudo isso aqui vem melhorando, agora o senhor mora numa casa de respeito, não naquele barraco que fazia ela morar...
- Danilo, por favor pare...

Pedia Stela...

- Mas era mantido com honestidade, não com esse tipo de coisa. Saia dessa casa agora, e leve isso junto...

Ordenava seu Francisco.

- Eu, nem nada disso vai a lugar nenhum, se o senhor quiser, vá o senhor.

Stela implorava ao pai para que ele não fosse a lugar nenhum, e ao ver o pai furioso arrumando suas coisas pra ir embora a sua bolsa estourava... Todos se apressavam inclusive seu Francisco pra levar sua filha ao hospital, Danilo corria, a colocava no carro e seguiam os três ao hospital, tudo corria bem, nascia Davi, e fora do quarto no hospital, Seu Francisco puxava Danilo pelo braço pra uma conversa...

- Você pode ter certeza que assim que minha filha tiver alta eu vou pegar nossas coisas e levar minha filha e meu neto pra nossa casa...
- Tenta ‘veio’, que eu te mostro o castigo que você vai ter...
- Eu não tenho medo de você Danilo, eu sempre soube o tipo de vagabundo que você era...
- O senhor ainda não viu nada...

Seu Francisco ia no quarto da filha, se despedia e seguia a caminho de casa, ao chegar lá, arrumava algumas bolsas e quando estava prestes a sair ele notava que na garagem haviam varias caixas repletas de droga, então ele juntava todas as drogas no quintal e ali mesmo tacava fogo, e ia embora da casa de Danilo, ao cair a noite, ele sabia que o genro tinha que ir ate o seu “trabalho” e aproveitava pra ir até o hospital e resgatar sua filha...

- Pai? O que o senhor tá fazendo aqui à essa hora?

Perguntava Stela...

- Vim te buscar, você nem meu neto iram voltar pra aquela casa com aquele traficante.
- Pai, eu já recebi alta, o Davi também, o Danilo já sabe e já está vindo nos buscar....
- Se você preferir ir com aquele traficante, você nunca mais vai me ver minha filha...

Pressionada pelo pai, Stela decidia sair dali com ele, pra surpresa de Danilo que chegava um tempo depois no hospital, e ao chegar em casa ele procurava pela esposa, via que não tinha mas as roupas dela no guarda roupa, nem nada do seu filho mais, ao ver um pouco de fumaça que vinha do quintal, ele não acreditava no que o sogro tinha feito, e seguia pra antiga casa que eles moravam, ao chegar lá aos gritos por Stela, Seu Francisco o recebia...

- Vai embora daqui agora...
-  O senhor realmente perdeu o juízo né...
- Quem tá perdendo o juízo é você, quer que eu chame a polícia? Denuncie quem você é?

Danilo ria...

- Tenta, eu pago por isso, mas eu volto e o senhor vai ter que arcar com tudo depois...
- Vai embora vagabundo, aqui não tem mais nada pra você.

Preocupado com toda a mercadoria perdida, Danilo seguia a ordem de seu Francisco e ia embora dali direto pra o morro da Babilônia no Rio conversar com o seu parceiro, Gil...

- Como assim você perdeu toda a carga que ia pra Natal Danilo?
Gritava Gil furioso...
- Meu sogro, aquele velho tacou fogo em tudo...
- E o que você vai fazer pra recuperar tudo?
- Relaxa, eu vou recuperar tudo, e depois eu dou um jeito no velho... Ele vai pagar caro.

Alguns meses se passavam, pra ajudar em casa, Stela fazia diárias na casa de Yara enquanto seu Francisco cuidava do neto...

- Meu pequeno sua mãe parece que esqueceu que na vida dela só eu cuidei dela...

Enquanto trocava a frauda do neto, seu Francisco ouvia o portão ranger e alguns passos dentro de casa, ele colocava o neto no berço, e seguia até a sala e se deparava com Danilo e alguns capangas...

- O que você tá fazendo aqui?
- Vim pegar o que o senhor me deve...
- Eu não te devo nada...
- Deve, por sua causa, toda aquela mercadoria que eu perdi me fez passar por poucas e boas, fui enganado pelo meu parceiro e agora que eu consegui me reestabelecer vim cobrar toda a sua culpa nisso tudo também...
- O que você quer?
- Meu filho...

Na casa de Yara, Marcelo entrava na cozinha aos gritos...

- Stela, sua casa... Seu filho...

Ao ver o estado de Marcelo, Stela, Yara corriam ate a sua casa, onde já haviam muitos curiosos e os vizinhos que viam sua casa pegar fogo. Ao se deparar com aquilo, Stela entrava em desespero...

- Meu pai... Meu filho...

Um bombeiro a impedia de invadir sua casa...

- Me desculpa, mas a senhora não pode entrar...
- Moço meu filho está lá dentro... Meu pai.
- Seu pai já foi levado ao hospital, mas não havia nenhuma criança lá dentro...
- Como é?
- Stela calma... Moço pra onde o pai dela foi?

Questionava Yara, e ao saber em qual hospital estava internado seu Francisco, todos seguiam pra lá, no hospital o medico explicava que seu Francisco estava fraco, havia inalado muita fumaça, mas que Stela poderia vê-lo...

- Pai, paizinho...

Fraco, seu Francisco fazia esforço pra responder a sua filha...

- Foi ele... Foi o Danilo...
- Pai, cadê o Davi?
- Ele levou...

Stela parecia não acreditar no que ouvia seu pai dizer, ao voltar a recepção Yara tentava entender o que havia acontecido...

- Como ele está?
- Ele tá fraco... Eu preciso encontrar meu filho...
- Onde ele tá?
- O Danilo o levou...

Stela lembrava de uma vez, ao ouvir uma conversa de Danilo com uns amigos, que ele comentava sobre o morro da Babilônia... E então tinha uma ideia...

- Marcelo, por favor, me leva no morro da Babilônia...
- Tá, mas por que lá?
- É lá que o Danilo tá com meu filho...

No morro, Danilo organizava tudo pra partir pra Natal, agora além das drogas ele também levava Davi, tempo depois de Danilo fugir, Stela subia o morro, atrás do chefe do trafico que pra ela era Danilo... Mesmo sendo parada por alguns "seguranças" do morro, ela conseguia chegar ate a boca do tráfico...

- Moço por favor, cadê ele? Cadê meu filho?
- A moça deve ser a esposa do Danilo, tô certo?
- Cadê ele? Onde ele colocou meu filho?
- Seu filho não tá aqui, ele levou teu filho embora... Disse que ia dar pra adoção, dar a alguém no meio do caminho...
- Como é?
- Exatamente isso que a senhora escutou... Seu filho tá a caminho de outra família...

Sem chão, Stela era amparada por Marcelo, que a levava de volta ao hospital, e já não bastava todas as noticias ruins que chegava naquele dia, uma tão ruim quanto acabava de chegar também, o médico a informava que seu pai não resistia e havia falecido. Yara e Marcelo a levaram pra casa e resolveram toda a burocracia do enterro de seu Francisco, dois dias se passavam, e Yara tentava fazer Stela comer algo...

- Minha amiga... Você precisa comer algo...
- Eu não consigo, eu só penso no meu filho... Onde ele está...
- Você não disse que o Danilo era de Natal? Será que ele não levou o menino pra lá?
- Sim, ele é de lá...
- Então a gente vai pra Natal avisamos a polícia, e antes que ele chegue lá a gente prende ele e recupera seu filho...

Yara, Marcelo, e Stela organizavam tudo, Partiam pra Natal, com a esperança de encontrarem Danilo e Davi, mas o que eles não esperavam é que Danilo tinha um plano, e esse plano era encontrar Eliane, sua esposa antes de chegar em Natal, e sim em João Pessoa, Eliane já o esperava no lugar marcado quando pra sua surpresa, seu esposo chegava com uma criança no colo...

- Pera ai, que criança é essa Danilo?
- Nosso filho, tirei de uma mãe viciada. Leva esse menino pra casa... Cuida dele como nosso...
- Ele é lindo, tem nome?
- Pablo... Vai se chamar Pablo
- Pablo... Lindo... E você onde vai?
- Tenho que entregar as mercadorias, em alguns dias eu chego em Natal, agora vai... Em breve a gente vai tá junto...

Alguns dias se passavam, Danilo fazia a distribuição das drogas em alguns interiores do Rio Grande do Norte, Stela e Yara chegavam em Natal e junto a policia faziam as buscas atrás de Danilo e Davi... Em uma estrada a caminho de Natal, Danilo tentava passar por uma barreira policial, mas com o carro recheado de droga ele tentar escapar da barreira, e acabava chamando atenção de alguns policias, que iniciavam uma perseguição ao carro que Danilo estava, e com o azar do seu lado Danilo era capturado e preso pelos policiais... Em Natal, Stela era informada que um traficante que vinha do Rio de Janeiro havia sido preso, na delegacia, ela ia até o encontro de Danilo onde conversavam numa sala pequena.

- Enfim encontrei você... Cadê meu filho?
Questionava Stela, Danilo sorria e respondia...
- O velho conseguiu sobreviver e me dedurar?
- Eu não acredito que você pode fazer aquilo com um senhor de idade, roubar uma criança dos seus braços...
- Mais fácil que tirar doce de criança, já dizia o ditado...
- Por favor Danilo, cadê meu filho?
- Eu dei, deixei ele lá pela Bahia, com alguém que pudesse criar...
- Você está brincando né? Você não teria coragem...
- Se eu fosse você não duvidaria, você nunca mais vai ver seu filho, nunca mais... Você me abandonou e agora, ele também está abandonado no mundo, já que a mãe dele não soube cuidar dele...

Stela saia desolada da sala, e Yara lhe dava um pouco de água...

- Calma, ele falou onde tá seu filho?
- Ele deu meu filho Yara, ele deu...
- Como assim, o próprio filho?
- Eu tenho que achar meu filho, nem que seja a ultima coisa que eu faça...

Dezessete anos se passavam, e numa manhã de sábado de sol, tudo que Gibson, Tatiane e Tamara gostariam de fazer era pegar uma praia, e na caminhada até a praia...

- Não é querendo ser chato, mas eu acho que a gente tem que tomar uma decisão sobre onde a gente vai dançar, as quadrilhas já estão ensaiando e a gente tem que começar a ensaiar também, já estamos em Abril...
- Gibson, você sabe que a gente teria muito destaque na Nordestino esse ano...
- Tatiane o problema é que todo mundo que dança bem tá caindo fora, a gente precisa dançar numa quadrilha numerosa, que faça a gente brilhar entre tantos... A gente podia dançar na Mirandinha...
- Você tá perdendo a noção totalmente né?

Ironizava Tamara...

- A Mirandinha é uma quadrilha mixuruca sem chance de ganhar nenhum campeonato...
- Mas é aí que tá Tamara, a gente pode fazer aquela quadrilha ficar maravilhosa, não é Tatiane?
- Hoje eles ensaiam na rua... Podemos assistir e depois decidimos...
- Eu tenho certeza que não vamos ficar lá...

Ao chegarem na praia, Gibson focava numa parte da praia... E Tatiane percebia...

- Aquele sonho de novo?

Perguntava Tatiane...

- Sim, naquele lugar, eu criança, e outro menino comigo correndo, brincando... Parece tão real, é como se fosse uma lembrança..., mas está mais pra sonho, por que eu não esqueceria se tivesse acontecido...

A noite chegava e os três seguiam até o ensaio da quadrilha Mirandinha...

- Pelo o amor de deus, o que a gente está fazendo aqui?...

Reclamava Tamara...

- Tamara calma, o Gibson tem razão a gente pode melhorar isso tudo aqui...

O ensaio começava e algo chamava a atenção de Tamara...

- Gente, até que não é de todo mal...
- Eu disse Tamara, a gente pode melhorar isso aqui...
- Não tô falando disso Tatiane... Gibson, olha o rei do milho...

Gibson procurava o rei do milho, e ao encontrar, uma troca de olhares acontecia... Era Pablo... Os dois se olhavam, parecia que tudo tinha ficado em câmera lenta...

- Gibson?
- Oi Tatiane...
- O que houve?
- Nada não...

E depois de ver Pablo dançando como Rei do Milho, Tamara tomava uma decisão.

- É aqui... A gente tem que dançar aqui...
- Já?
- Já sim Tatiane... Aqui tem muita coisa boa pra esse São João... O que você acha Gibson?
- Por mim... É aqui.

Os três iam até dona Maria Ducéu, pedir a oportunidade de se juntarem a quadrilha e claro que ela aceitava os novos membros... E na primeira oportunidade ela fazia o anuncio...

- Eu gostaria de informar a vocês que ganhamos três novos membros... Tatiane, Tamara e Gibson, gostaria que vocês os recebessem com muito carinho e os ajudassem a pegar as coreografias, por favor... Bem vindo queridos...

Alguns componentes viam cumprimentar os novatos, um deles era Pablo...

- Que bom que vocês decidiram dançar aqui com a gente...
- Impossível ter um São João melhor do que aqui dançando com vocês...
- Tamara, não é?
- Exatamente... Você é o...?
- Pablo...
- Maravilhoso...
- Bem se vocês precisarem de ajuda, posso chamar alguns meninos e meninas pra ajudar a passar a coreografia pra vocês. Lá em casa tem um espaço bom... O que vocês acham?
- Ótimo... Prazer, Gibson... Essa aqui é a Tatiane, a gente vai precisar mesmo dessa ajuda...
- Massa, amanhã vocês podem aparecer lá em casa, moro aqui do lado da escola... E a gente passa tudo pra vocês...
- Estaremos lá...
- Ótimo...

Pablo se afastava e então Tamara podia comentar...

- Esse vai ser meu...

O ensaio continuava, as horas se passavam, e enfim chegava o momento de ir ensaiar na casa de Pablo... Como de costume, ansioso desde sempre, Gibson chegava um pouco antes do combinado na casa de Pablo... Que o recebia na porta...

- Oi...
- E aí... Chegou cedo...
- Desculpa, nasci com esse pequeno problema chamado ansiedade...
- Entra, acho que a galera tá chegando por aí em qualquer minuto...
Gibson entrava, sentava na sala...
- Cara, repara não na bagunça, é que tô sozinho com meus irmãos e acabei de colocar eles no banho, volto já tá?
- Tudo bem, vai lá...

Gibson ficava um tempo sozinho na sala da casa de Pablo, percebia que havia algumas fotos, entre elas havia os irmãos de Pablo, sua família inteira, até que uma foto de uma criança o chamava a atenção...

- Meu deus... Não é possível... Esse é...

Pablo voltava a sala e interrompia Gibson...

- Sou eu... Novinho né? Devia ter uns sete, oito anos...
- Você...

Com a foto na mão Gibson não acreditava que aquele menino, era a criança que aparecia nos seus sonhos...

Continua...

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⏰ Última atualização: Dec 06, 2019 ⏰

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