Eu sou patético.
Cá estou eu, Choi Soobin, com dezessete anos na cara e sem um pingo de coragem para olhar na cara de um certo sonserino. Pois é, eu não falei com Yeonjun desde o treino no sábado. Hoje é domingo... mas já fazem três semanas.
Antes que me julguem, não é como se eu soubesse controlar isso. É como se toda vez que Yeonjun aparecesse no meu campo de visão, meu cérebro entrasse em um modo de "perigo, evacuar missão" e antes que eu percebesse já estava correndo para qualquer lugar longe dele.
Beomgyu jogou umas indiretas pra mim sobre Yeonjun estar amuado ou parecendo pra baixo, mas fingi que não ouvi. Também sinto muita falta dele, mas simplesmente não consigo olhá-lo sem sentir que vou explodir de vergonha.
Ele também queria me beijar, e eu não sei se isso me deixa muito apavorado ou muito feliz. Provavelmente uma mistura muito maluca dos dois.
Hyuka se mexe no meu colo e volto à realidade. Como é domingo e não temos nada pra fazer, Kai invadiu o meu dormitório junto de seus bichinhos de pelúcia e se recusa a desgrudar de mim. Por fora eu finjo que não gosto, mas todo mundo sabe que é uma farsa. Me sinto pai desse menino, faria qualquer coisa por ele. E tenho certeza de que ele sabe disso também.
— Desgruda, chiclete. 'Tô ficando com calor — digo enquanto empurro sua cabeça pra longe da minha perna.
— Você me ama que eu sei. Vamos fazer alguma coisa, hyung, não aguento mais ficar deitado. A gente podia ir tomar um suco de abóbora, não?
Ai, o Yeonjun ama suco de abóbora...
— Ok, vamos.
Huening dá um pulo para fora da cama e me arrasta junto com ele, nos levando para a Sala Comunal. Antes que a gente saísse, o professor Hoseok me chama:
— Ei, Soobin-ssi! Posso falar com você por um momento?
Troco olhares com Kai e com certeza estamos nos perguntando a mesma coisa: que merda eu fiz dessa vez?
Não que eu já tive coragem de aprontar alguma coisa pelo menos uma vez na minha vida, mas mesmo assim.
Dou um sorriso meio estranho e confirmo com a cabeça, seguindo o professor para um canto com menos gente. Sei que Hoseok não faria mal a uma mosca, mas ainda sim estou com medo.
— Então, Soobin-ssi, eu queria te fazer uma proposta — ele começa com o sorriso de sempre — Como você deve saber, quem narrava os jogos de Quadribol no ano passado era Bang Chan, mas ele se formou e agora estamos sem ninguém para substituí-lo. Gostaria de saber se você aceitaria ser o nosso novo narrador.
— Uhm... Professor, o senhor acha mesmo que...
— Escute, Soobin — ele continua antes que eu tenha um treco — Você fala muito bem, sua dicção é muito boa. Seu problema é a timidez, mas podemos te ajudar nisso. Pode levar seus amigos junto se isso te fizer mais confortável. Só por favor, por favor, aceite. Porque minha outra opção é Han Jisung e eu tenho medo dos comentários que podem sair da boca daquele garoto.
Como eu sou um palerma que não sabe dizer não pra ningém, eu aceito.
— Ah... Tudo bem, eu... eu aceito. Vou narrar o jogo.
Hoseok dá um sorriso tã grande que parece que suas bochechas vão rasgar.
— Obrigado, Soobin-ssi! Vai ser ótimo. Se prepare, o primeiro jogo é terça-feira!
🌘
Pois bem, hoje é terça. E eu fiz a maior besteira da minha vida em aceitar aquele proposta.
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como (não) se apaixonar por um lufano
FanfictionChoi Yeonjun era apenas um jovem bruxo qualquer que estava prestes a terminar seu último ano em Hogwarts. Seus dias se baseavam em dormir, estudar, ler, reclamar sobre as aulas de Herbologia e dormir novamente. Até que um dia, quando Beomgyu o apres...