Primeiro Dia

5 0 0
                                    


John pode sentir a sensação dos lábios macios de Sherlock em sua testa, sentir o calor de sua proximidade o deixando desconcertado. Era algo tão íntimo, com o nariz dele tão perto do pescoço de Sherlock, faltando muito pouco para que ele conseguisse colocar o seu rosto no pescoço dele, sentido o cheiro de seu perfume e dos componentes químicos de sua experiência. Tão perto... Seria tão fácil...

"Eu vou fazer chá para nós"

E foi isso, tão rápido como começou, Sherlock se afasta quebrando o contato entre eles e indo em direção a cozinha.

John ficou paralisado. O que diabos tinha acontecido? Seus batimentos estavam alterados e suas bochechas quentes. Era assustador pensar que um simples contato assim, poderia causar esse tipo de reação nele.

Já estava claro há muito tempo para o medico, que desde quando ele e o Sherlock se conheceram, sua atração pelo detetive. Ele ainda se lembra perfeitamente da noite no Angelo, quando sua curiosidade pelo homem tomou conta e o levou a perguntar se o detetive era solteiro ou tinha interesse em homens. A resposta "casado com o meu trabalho" foi extremamente desanimadora, apagando as suas esperanças. A partir disso, John começou a esconder completamente seu fraco pelo detetive, mas ainda assim, em alguns momentos era inevitável não apreciar o seu olhar sereno enquanto tocava violino, deixando seus pensamentos dominarem a sua mente, e o seu coração dominando as suas mãos fazendo-as tocarem as melodias mais esplêndidas que encantavam John toda vez. Ou quando Sherlock começava a explicar a sua dedução, era impossível não se perder naquela grave, aveludada e deleitável voz. Ou em momentos como esses, em que seus corpos ficavam perto demais um do outro, ou quando a mão de Sherlock descansava na parte inferior de suas costas quando o detetive guiava-o para algum lugar.

Era difícil esconder sua estima por Sherlock. E ainda mais agora, com essa aposta. Será que isso tinha sido uma boa ideia?

"Aqui está o seu chá." Sherlock aparece na sua frente com uma caneca fumegante.

"Ah, obrigado."

Ele se senta na cadeira a sua frente, na cadeira que normalmente pertencia ao john, por que eles trocaram de lugar hoje?

Sherlock parece tão calmo, absorvendo o seu chá, nem se importando com a temperatura. Ele está o completo oposto de John, que ainda estava tentando abaixar os seus batimentos enquanto pensava em algo para dizer e acabar com o silêncio.

"Então... O que vamos fazer hoje?"

"Bem, eu tenho algumas coisas para resolver hoje a tarde que eu preciso ir sozinho, então você terá que ficar um tempo sozinho sem a minha maravilhosa presença." ele sorri sarcástico. "Mas eu lhe peço que deixe a sua noite livre, pois tenho planos para nós dois."

"E quais seriam esses planos?"

"Você verá" Ele sorri e se levanta, colocando a sua xícara, agora vazia, na mesa e indo em direção à porta para vestir o seu casaco.

"Me de pelo menos uma dica" John insiste

"Não, eu não quero estragar a surpresa da nossa noite. Até mais tarde, John" Ele diz  saindo e deixando o médico sozinho para pensar no que o aguardava nesta noite.

----------------------------------

Seu nervosismo era palpável.

Ao olhar no espelho, o seu reflexo lhe cumprimentava com uma calça preta social, que estava guardada há um bom tempo em seu guarda roupa esperando para ser usada, uma blusa branca também social e por cima um casaco vinho, simples e não muito quente, para combinar com a noite de verão de Londres. O conjunto tinha ficado bem nele, se encaixava perfeitamente em seu contorno, o deixava elegante, mas ainda assim casual. Ele só esperava que se adequasse ao lugar que o Sherlock tinha escolhido para eles hoje à noite. O gênio não tinha dado nenhuma dica, mesmo depois de muita insistência, o que deixou a escolha de roupas bem mais difícil.

Eu quero que seja realWhere stories live. Discover now