Não se vá

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Então baby, não vá
Yeah, me leve para um lugar que terá você, onde nós estaremos juntos por toda a eternidade/Oh
Vamos voar para o centro do mundo juntos.
Você está apenas nos meus olhos,
Você não pode voar longe de qualquer lugar/Oh
É como se você fosse aquela que uma vez sonhei, você é aquela linda borboleta na minha vida.

(EXO, DON'T GO).

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Sinto como se estivesse muito bêbada, meus olhos estão embaçados e algo quente escorre por entre meus olhos.

Meus ouvidos zunem como se houvesse um ruído de estática ecoando ao meu redor. Tento me soltar do cinto de segurança, mas a tontura torna impossível qualquer movimento.

- Sun-hee – ouço a voz fraca de Suho me chamando. Tento me concentrar em meu estado atual e consigo driblar a tontura. Me solto do cinto de segurança e olho para trás.

- Suho, como vocês estão? – vejo que Baekhyun está desacordado, há cacos de vidro grudados em sua testa e cabelo. Há também sangue saindo da lateral de seu rosto.

- Acho que ele bateu a cabeça, mas eu estou bem – apesar de estar com os braços machucados, aparentemente Suho não sofreu nenhuma lesão mais grave. O travesseiro que eu usei para cochilar mais cedo, acabou absorvendo o impacto do corpo de Suho contra a janela da van. Ele confere o pescoço de Baekhyun e suspira aliviado ao perceber que há batimentos.

- Você está sangrando, Sun-hee - ele tenta me alcançar, mas está preso no cinto. - Precisamos sair daqui de dentro. O seu celular está por perto? - ele me olha com preocupação. Baekhyun começa a se mexer levemente, seu corpo está um pouco caído de lado, por cima de Suho.

Meu celular estava no bolso da minha calça e consigo ligar para a emergência. Uma mensagem automática do outro lado da linha informa que os canais e emergência estão congestionados. Sigo tentando ligar, mas é inútil, a chamada nem completa mais.

Enquanto isso, Suho consegue se livrar do cinto e se movimentar pela van. Ele está tentando resolver a situação e vejo uma expressão determinada em seu rosto.

Avalio os meus ferimentos e concluo que por ora o único machucado evidente é o corte em minha cabeça. Sinto uma dor lancinante entre os olhos, mas preciso me mover e sair desse veículo.

O resto de adrenalina que ainda corre por meu corpo acaba me ajudando a abstrair por um momento a dor de cabeça. Tento abrir a porta, mas toda lateral do lado do motorista foi esmagada quando o carro girou e bateu no poste.

Suho tem mais êxito que eu, e consegue abrir a porta ao lado de Baekhyun. Por fim, conseguimos sair do carro e deixar Baekhyun deitado no banco da van.

Assim que coloco meus pés no asfalto a tontura bate mais forte e sinto que vou desmaiar de novo. Suho me segura em seus braços e no mesmo instante começo a chorar.

O conforto de seu abraço me deixou sensível demais e o pavor de que algo pior pudesse ter ocorrido me desestabiliza.

- Sun-hee eu estou aqui - ele fala de com a voz baixinha, perto do meu ouvido - pronto, pronto. Nós estamos bem. Baekhyun vai ficar bem, a ajuda vai chegar.

Nos sentamos no chão, escorados no carro. Suho tenta estancar o sangue que sai da minha testa usando a manga do seu casaco de moletom.

Eu continuo a chorar, mas de forma mais controlada.

- Me desculpe, Suho. Eu tentei desviar, mas mesmo assim acabei batendo no poste. Me desculpe - sinto um peso enorme nos ombros.

- Você conseguiu salvar nossas vidas, Sun-hee, não pense no pior.

White NoiseOnde histórias criam vida. Descubra agora