Cheryl

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Trinta e cinco dias, esse é o tempo que resta até o Natal. Estamos quase chegando em dezembro e ainda nem se quer montei a árvore no apartamento em que divido com Bonnie Cooper, uma aluna de psicologia que conheci quando procurava quartos por um site de busca. Depois de uns seis meses dividindo o apartamento, descobrimos ter muito em comum, a começar  por não acreditar em casamento. Mas tudo muda e hoje ela está noiva e continua morando comigo, por dois motivos que eu considero justos. Ela é cristã e disse que ficaria com a consciência pesada se eu acabasse em baixo da Ponte do Brooklin. Passava as manhãs, tardes e algumas noites na ilha de Manhattan, só  não  moro aqui por falta de ânimo  para procurar um lugar descente e em conta.

No ano passado terminei um curso muito bom de fotografia mais tenho medo de deixar o estável para tentar abrir um mino estúdio de fotografia para, mais para frente, construir minha pequena agência de modelos. Embora prefira tirar fotografia de paisagens.

Trabalho em um restaurante chamado Grace Street e, graças ao filho mais novo do dono, Noah, eu e Ethan poderemos sair mais cedo de férias este ano. Então, faltam dez dias para as nossas férias  começarem. Hoje o dia foi parado, por conta das fortes ventos que está tendo do lado de fora. Pela vidraça se consegue ver perfeitamente os grãos de poeira voando junto ao vento. Estamos nos despedindo do outono de forma rápida e geralmente isso quer dizer que o inverno será mais rigoroso. Estou distraída quando sinto uma mão repousar em meu braço.

- Vamos passar o Natal este ano na sua mãe? – Pergunta curioso.

- Não sei, sua tia precisa de você também. Primeiro natal sem a sua avó, lembra? – Respondo saindo dos devaneios, deixando minhas palavras escorrerem pela boa. E encarando pela primeira vez em alguns minutos em seus olhos, desviando rapidamente.

A verdade é que nos conhecemos desde pequenos, desde a época da escola primária onde estudamos.  Com o tempo começamos a frequentar as casas um do outro. Me lembro até hoje do primeiro natal em que ele pareceu lá em casa, ainda morávamos em Manhattan. Tínhamos treze anos e ele tinha pedido para passar o natal lá em casa pois a relação dele e da tua estava complicada, com o tempo a família dele se acostumou comigo e a minha com ele. Um natal sim e outro não ele passava com a gente e outro eu passava com eles. Então, quando minha mãe ficou com câncer e comecei a ter muitos problemas ele esteve aqui, mas um pouco depois do câncer, sua avó veio a falecer e acabamos por nos aproximar como nunca antes. E tudo isso veio a nos fazer mais amigos, eu acho.

- Não acho que minha tia venha a se importar. Ela está aceitando bem melhor a morte da minha avó. – Responde e coça a barba. Encaro o feito e volto para seus olhos claro que mesclam entre um tom de âmbar e verde.

- Está na hora de fazer essa barba, não acha? – Pergunto retirando meus braços do balcão e colocando em seus ombros. – Tem fiapos levantados e cumpridos de mais. Está te deixando com aparência relaxada. – Ele agarra meus pulsos com força fazendo com que eu me assuste e pare de mexer nos pelos que saiam dos limites da barba.

-Acho que vc deveria retocar o loiro do seu cabelo, mas não posso te obrigar.

Reviro os olhos pela atitude infantil e solto meus pulsos de suas mãos, notando que a mão dele alcançava metade da minha mão e todo meu pulso, fechando em volta, pois ficou a marca vermelha de sua mão. Me viro, indo em direção à porta que leva à parte de dentro do local, onde fica escritório, sala dos funcionários e dispensa. Em todo o pequeno percurso até o cruzamento da porta sinto seus olhos sobre mim, isso não me irrita. Não tanto quando no meio de uma conversa ele olhar para meus seis. Sei que sou mais baixa e tenho um peito um pouco grande, mas isso não dá o direito de olhar. Ao passar pela porta, vou em direção à sala dos funcionários, passando pelo escritório, e lembrei que Noah não tinha vindo hoje, seu pai não estava bem.

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⏰ Última atualização: Dec 08, 2019 ⏰

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