Perfect Night

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Alexander desacelerou o carro até estar bem posicionado atrás de outro, era a única vaga próximo ao bar mas não fez grande caso antes de desprender o cinto e tirar a chave da ignição e sair.
  Foi inevitável não tremer com o vento frio que o atingiu e ele apertou um pouco mais o cachecol ao redor do pescoço antes de se apressar para chegar até a entrada do bar. Era Dezembro e Alec tinha a séria impressão que não demoraria a começar a nevar.
Alec parou por um momento para ler o letreiro escrito em neon vermelho, em letras grandes e cursivas em cima das portas de vidro. Pandemônio. O bar estava lotado como sempre então alguns pares de olhos voltaram-se para si, alguns com malícia e outros apenas curiosidade mesmo.
Foi fácil ignorar enquanto caminhava diretamente para o balcão de madeira polida, levando em conta a sombra de um rubor que esquentava o seu rosto.
—Hey Alec! —O barman disse enquanto balançava a coqueteleira sem parar. Alec podia escutar o som das pedras de gelo contra o metal e podia adivinhar que os dedos de Simon estavam gelados pela condensação fria.
—Hey Simon. —Chamou, sentando no banco alto do bar. —Ele está aí?
—Sim sim. —Simon assentiu com urgência antes de derramar a mistura em uma taça cônica, fazendo beicinho. —Mas está trancado com o Rapha a mais de meia hora.
—Nem no dia do aniversário dele ele para. —Alec revirou os olhos, apoiando o queixo na própria mão. —Pode ir chamar ele?
—Só se eu puder falar que é você. —Estremeceu. —Raphael disse que eu era proibido de ir lá e blá blá blá.
—Como se isso te impedisse. —Provocou um pouco alto, vendo o acastanhado deixar a taça na frente de um homem de fortes cabelos escuros, vestido socialmente.
—Cuida do bar aqui pra mim?—Tornou a perguntar e Alec se pôs de pé, assentindo e Simon suspirou aliviado, enxugando a mão em uma toalha descartável antes de a jogar no lixo e entregar outra que ficava em seu ombro para ele. —Valeu cara, volto já.
Alec fez sinal para ele ir com a cabeça antes de tomar o lugar do outro lado e afrouxou o cachecol antes de o tirar. Ele deixou em cima de um banco de madeira e deixou o casaco ali também, tendo o cuidado de deixar o bolso, onde tinha a caixinha de veludo, para cima.
Será a noite perfeita. Pensou consigo mesmo antes de levantar o olhar e jogar a toalha branca no ombro, vendo se havia algum cliente precisando dele, mas não. O homem que Simon tinha atendido estava tomando o drink dele sem muita pressa, apenas erguendo os olhos azuis uma vez antes de se concentrar novamente no celular que tinha em mãos.
Ele deu de ombros antes de pegar um copo cônico de cristal e por na bancada antes de olhar para baixo e procurar a cesta de limões que ele sabe que tem por ali. Alec os encontrou atrás de si e se abaixou para pegar alguns, tendo certeza que escolhia os mais maduros.
—Bela tatuagem que você tem aí. — Alec levantou rapidamente, arregalando os olhos. —É Harry Potter?
—E-Eh… É. —Alec assentiu corando e deixou os limões ao lado do copo. Ele sabia sobre o que o homem estava falando, era uma tatuagem na base da sua coluna. A capa, a varinha e a pedra da alma. —São as relíquias da morte.
—As relíquias da morte… bonito, bom lugar para ter um tatuagem. Combina com que o usa. —O homem disse e estendeu uma mão e por reflexo Alec largou os limões para apertar. —Thomas.
—Alec, Alec Lightwood. —Ele soltou a mão do tal de Thomas e tentou se concentrar e fazer uma bebida para ele, uma limonada para ser mais exato. Mesmo que seu namorado fosse dono do bar e o mesmo preparasse um drink todas as noites, ele preferia um boa e fria limonada.
—O Alec Lightwood ? O advogado da agência de advocacia Lightwood? —O cara pareceu surpreso.
—Sim. —Assentiu, ficando um pouco desconfortável, mas se manteve firme em tirar as partes brancas do limão e cortá-los para pôr no copo. Ele não gostava muito de falar sobre o trabalho quando estava fora de seu escritório, felizmente o cara pareceu perceber isso.
—Desculpa, apenas fiquei surpreso. —O homem se curvou um pouco, deixando o drink de lado. —Não é todo dia que eu vejo um advogado famoso sendo o eu barman. —Thomas sorriu, mas Alec não percebeu porque estava ocupado procurando água da geladeira. —Mais interessante que o outro que estava aí.
—Eu não trabalho aqui. —Alec disse, esmagando as fatias de limão com um esmagador cilíndrico em seu copo.
—Amigo do dono? —Alec parou no que estava fazendo e olhou para thomas, o que esse cara queria?
—Na verdade eu sou o namo…
—Namorado do dono. —Uma voz grave falou, fazendo Alec desviar a atenção para o dono da voz e sorrir. Magnus estava lindo como sempre.
—Magnus! — Alec sorriu, deixando o mais velho o abraçar por trás. —Você demorou.
—Desculpe-me querido. —Magnus fez questão de beijar a tatuagem escura que marcava boa parte do pescoço e descia pela clavícula, ele amava aquela tatuagem. —Raphael conseguiu embaralhar os papéis.—Disse como se fosse importante. —Está tudo bem por aqui? Quem é o seu… hum… amigo?
—Thomas. —O cara do bar esticou uma mão, mas não foi aceita.
—Desculpa, minhas mãos estão ocupadas. —Disse, vendo o momento certo em que Thomas viu onde as mãos do dono estavam.
—Ah… tudo bem, e-eu tenho… —O homem tropeçou para fora do banco, corado e abandonando a bebida que havia pedido de Simon. —… tenho que ir. —Disse por último antes de deixar uma nota de cinquenta antes de sair apressado.
—Idiota. —Magnus grunhiu e Alec riu.
—Magnus! —Alec repreendeu, reconhecendo o tom de ciúmes antes de pegar a nota de cinquenta dólares, que com toda certeza era um valor alto para uma simples bebida.
—Ah vai, ele mereceu. —Magnus encolheu os ombros como se sentisse culpado… coisa que ambos sabiam que não. —Ele estava dando em cima de você!
—Como se ele fosse ganhar algo de mim. —Alec balançou a cabeça antes de pôr o dinheiro na caixa registradora. —Você está pronto?
—Claro! —Os olhos de Magnus praticamente brilharam ansiosamente e Alec deixou um selinho nos lábios do namorado e foi até o seu copo para terminar  a limonada. —Ueh… não íamos sair?
—E vamos. —Concordou, levantando o pulso para ver o relógio de prata, faltava meia hora ainda para o filme começar. —Apenas experimente isso.
—Hum… —Murmurou desconfiado antes de aceitar a bebida e provou antes de fazer careta. —Falta um pouco de Gim e um pouco de abacaxi com leite aqui querido.
—Isso é uma limonada Magnus! —Alec riu, pegando o copo de volta e tomando um gole, a doçura cítrica tomando o seu paladar antes dele terminar toda a bebida.  —Limonadas não levam álcool.
—Eu prefiro elas em um drink. —O mais baixo disse, mas seus olhos estavam presos nos lábios avermelhados e molhados do namorado. —Ou…
—Ou…
—Ou na sua língua. —Magnus completou, atrevido e deu um passo à frente, o encurralando no balcão antes de enlaçar os dedos nos fios de cabelo próxima a sua nuca e o puxar para um beijo. Magnus estava pouco se importando se todos os seus outros clientes estavam vendo. Era seu bar, seu namorado e seu aniversário.
—Dios mio, eu não sabia que o bar tinha virado motel! —Alec riu entre o beijo quando escutou a reclamação do amigo de Magnus próximo a eles. —Vão para outro lugar!
—Não seja um estraga prazeres Raphael. —Magnus se afastou, sem desviar o olhar dele.—Mas você está certo...—Concordou antes de entrelaçar uma mão ao de Alexander. —… Me leve para onde você queria me levar, Alexander.
Alexander buscou muito do seu autocontrole para levar Magnus para onde seria o encontro deles ao invés da própria casa e cancelar a festa de aniversário surpresa que haviam organizado para o mesmo, mas algumas coisas o impediu .
A primeira foi o fato que aquele encontro era importante, ele já tinha tudo preparado, ele pensou em cada palavra, ele… ele estava nervoso, mas preparado.
O segundo é que o loft onde moravam estava cheio com os familiares e amigos, inclusive Raphael e Simon iriam para lá. Ele passou o mês passado todo se preocupando em fazer algo bonito e legal para o aniversário de seu namorado, mesmo que ele tivesse que repassar alguns dos casos para Aline enquanto ele estava ocupado com isso.
E, por último… A expressão de Magnus ao notar que ele estacionou o carro junto com outros e de frente a um enorme telão onde começava abertura do filme, valeu a pena.
—Você realmente sabe como surpreender um homem, Sr. Lightwood. —Magnus comentou quando eles ja estavam sentados na grama, sobre um um cobertor macio de retalhos. Alec fechou os olhos quando Magnus deixou um beijo demorado em seu rosto, suas mãos ainda juntas. —Eu amo você… Esse é um dos melhores aniversários que já tive, todos os meus aniversários são melhores ao seu lado.
—Eu também te amo, Magnus Bane. —Alexander sussurrou, antes de soltar a mão do mais velho e sorrir um tanto nervoso e enfiou a mão do bolso. —Ainda há uma coisa.
—O que?
—Eu… —Alec pigarreou, se virando um pouco para agnus, para que eles ficassem frente a frente. —… Eu quero que saiba que todos esses três anos de namoro que estamos juntos foram os mais bonitos… os mais divertidos que passei em minha vida até agora. —Ele desabafou, literalmente esquecendo tudo o que ele tinha planejado… Nada melhor do que deixar seu coração falar. —Eu te amo. Te amo a cada minuto mais ainda… Te amo desde que você apareceu no meu escritório, precisando de ajuda no tribunal por causa da Pandemônio. —Magnus riu um pouco nervosamente com a lembrança. Foi assim que eles se conheceram, Magnus por um triz não perdeu o seu bar para a louca da sua ex namorada, mas no fim… ele conheceu Alexander, que o ajudou de maneiras que nunca poderia ter imaginado. — Esses três anos me fizeram construir memórias ao seu lado que eu nunca vou esquecer, então… eu  cheguei a uma conclusão de que eu quero passar muitos mais anos ao seu lado. —Alexander respirou fundo, finalmente tirando a caixinha de veludo azul do bolso, vendo os olhos de Magnus se arregalarem e os lábios do mesmo se abrirem um pouco.
—A-Alex…. Alexander. —Ofegou, vendo o advogado abrir a caixinha para revelar um par de alianças de prata, o aro brilhante cravejadodom outro metal que formavam padrões em sua superfície. —Lindos…
—Magnus Bane. —Alec chamou, sorrindo. —Você aceita casar comigo? Aceita criar muitas outras memórias lindas? Você… —Alec precisou respirar, seu coração batia forte conta a sua caixa torácica. —Você quer seu meu marido?
—Ai meu Deus. —Magnus soluçou, tendo noção que a maquiagem estava ficando borrada… Ele não podia se importar menos com isso.—V-Você.. —Ele riu. —Você realmente sabe escolher um presente. — Ele estendeu a mão, olhando para seu futuro marido, que ainda esperava por um resposta com um sorriso tão emocionado quando ele. — Sim Alexander. Sim! —Ele riu, abaixando um pouco a cabeça para tentar deixar a sua visão menos nublada antes de continuar a rir. —Mil vezes sim!!

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⏰ Última atualização: Dec 09, 2019 ⏰

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