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POV Any - Vancouver, Canadá

Acordo com a cara inchada, depois de passar a noite inteira chorando nos braços de Krys. Penso por um lado para parar de chorar, o câncer pode ser perigoso, mas se eu lutar, cada dia mais, vou me livrar dele. E, bom, se falecer, vou ficar feliz por saber que morri tentando me curar, e não desisti da minha vida. Olho no chão do meu quarto e vejo Krys deitado em cima de um lençol e algumas almofadas. Sorrio fraco, cutucando-o.

- Que foi, desgrama? - Diz, mal-humorado.

- Já são 9 e pouco. Vamos levantar e ir comer uns donuts e passar no Starbucks. Vem, temos que nos animar! Eu tô com câncer e tô mais animada que você, cara! E depois, você vai comigo na prisão. Quero te apresentar ao Kyle, lembra que te falei dele? - Digo, já abrindo as persianas. Ele faz cara de tédio e assente com a cabeça.

- Tá bom, vamos logo nessa porra. Tô zero animação hoje, Gabrielly, então não fique fazendo piadinhas.

Me arrumo, pegando a chave do carro, entro no mesmo e espero Krystian vir. Depois de fazer sua hidratação corporal, ele chega e entra no banco do passageiro. Vou até o Tim Hortons e Krys fica no carro. Peço 4 donuts double vanilla e 4 crushed velvet (n/a: não sei os nomes em português kk). Volto pro carro e dirijo até um Starbucks, onde ele vai buscar dois frappucinos de caramelo, e enquanto vou dirigindo até a prisão, vamos comendo e cantando Justin Bieber porque Krystian gosta dele. Não curto muito, mas, como dizem, opinião é que nem cu, cada um tem o seu e tem gente que dá demais.

- YEAH, YOU'RE LOOKING AT THE TRUTH, THE MONEY NEVER LIE NO, I'M THE ONE, YEAH, I'M THE ONE! - Ele berra tão alto que dói meu ouvido. -EARLY MORNING IN THE DOWN, KNOW YOU WANNA RIDE NOW.

- Yeah, you're sick of all those other imitators, don't let the only real one intimidate you, see you waiWatch, don't run outta time now - Começo a cantar junto com ele.

- I'M THE ONE, YEAH, OH EH OH OH OH EH OH, I'M THE ONE, OH EH OH OH OH EH OH, I'M THE ONLY ONE. YEAH, YEAH!

- Ok, chegamos, Krys. - Falo, rindo dele ainda cantarolando a música.

Entramos na prisão e peço para o guarda deixar vermos Sílvio Soares e Kyle que eu não lembro o sobrenome. Sento do lado dos visitantes na mesa com Krys, e logo avisto meu pai e o loiro, que dá um sorriso lindo de doer.

- Menina, você não disse que ele era gato, sua esperta, quer ficar com ele todo pra ti. Caralho, Any, eu vou ter um orgasmo só de olhar esse loiro musculoso. - Diz Krys. Ele realmente está lindo de morrer. Com a barba rala por fazer, óculos preto de grau, cabelo meio despenteado e sua calça laranja, pois estava sem camisa, ostentando seus músculos definidos e seu abdômen sarado. Eles chegam perto de nós dois e sorriem.

- Filhota! - Diz meu pai, me abraçando depois que soltam suas algemas.

- Oi Any! - Kyle me abraça, dando um beijinho em minha bochecha. - Oi... Você é o Krys?

- Ui, Any falou de mim, foi? Sou sim, prazer, o chinês mais lindo do mundo.

- Chinês? Uau! Que legal! - Fala, rindo. Meu Deus, que pedaço de mal caminho temos aqui.

- Então, meu amor, por que não veio antes de ontem?

- Bom, pai... é sobre isso que quero falar. - Seu sorriso vira um olhar preocupado, assim como Kyle. - Fui fazer uns exames uma semana atrás, porque estava tonta, com dor de cabeça e um pouco de náusea.

- Tá grávida??? - Meu pai exclama, sorrindo. - Filha, eu disse pra usar camisinha! Quem é o pai? Lee Parkson?

- Não, pai, meu Deus, não é isso. Não tô grávida! Eu... tô com câncer. No cérebro. - No momento que falo isso, os sorrisos dos dois despencam. Os olhos do meu pai se enchem de lágrimas, me deixando triste. - Desculpa, pai.

- Filha... Tá tudo bem, nós estamos aqui. Vamos sair dessa juntos, ok? Confia no seu pai? - Diz, eu sorrio fraco, já chorando baixinho e confirmo com a cabeça. Olho pro Kyle, que me olha desacreditado.

- Any... sei que não nos conhecemos muito bem, mas... isso é péssimo. Eu sinto muito, mas você vai melhorar. Prometo. - Diz, me fazendo sorrir.

- Eu sei que sim, e, mesmo se não melhorar, pelo menos vou morrer tentando, não quero e não vou desistir da minha vida. - Falo, convicta de que tudo se resolverá, mesmo sabendo que câncer no cérebro é quase impossível de se recuperar. - Mas bom, normalmente, pessoas com o tipo de tumor que eu tenho, têm cerca de seis meses até dois anos de vida. O meu tipo é operável, mas cirurgia pode não adiantar muito. A médica escreveu que pode ser genética, o que, de fato é. A mamãe teve. É possível que quando eu tiver um filho, ele também tenha. Isso me deixa preocupada demais.

- Olha, filha, não vamos nos lamentar por sua mãe, ok? Ela está melhor agora, vamos nos focar em você. Temos que manter você viva. Já perdemos a sua mãe para isso, você precisa lutar, e nós estaremos aqui contigo pra te apoiar em tudo. Eu, Josh, Krys, Hina, Shivani, seu irmão...

- Sim... Mas eu tenho medo de não resistir.
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Matthew (Matt), irmão da Any. 29y

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𝗖𝗿𝗶𝗺𝗶𝗻𝗮𝗹 𝗠𝗶𝗻𝗱 | 𝗕𝗲𝗮𝘂𝗮𝗻𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora