Prólogo

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Malu

- Eu e sua mãe estávamos jantando, quando uma mulher louca pra caralho invade o restaurante quase batendo na sua mãe- Meu pai dizia enquanto minha mãe observava puta da vida - DIZENDO QUE VOCÊ TRANSOU COM O MARIDO DELA

Meu pai gritou e eu fiquei de boca aberta

- E que ainda por cima...Maria Luiza..ELE ERA SEU PROFESSOR - Meu pai levantou e começou a andar de um lado pro outro

Eu fiquei apenas calada porque eu sabia que eu estava fodida!

Sério, eu tirei minha virgindade com 13 anos de idade e nunca nem se quer namorei.

Meus pais confiam demais em mim, então desde sempre eu saio sozinha..O problema é que a confusão me persegue por onde eu passo.

Já mudei de escola 19 vezes, já fui presa por desacato a autoridade, e mandei 3 pessoas pro hospital.

A primeira pessoa que mandei pro hospital foi um idiota que estava ameaçando roubar o skate do meu irmão e eu cortei ele com um estilete. A segunda foi um cara do mercado que não queria me vender bebida e me chamou de "Puta pequena" e a terceira foi uma mina que veio me bater porque eu peguei o namorado dela.

Gente, eu não fico com gente comprometida, mas eu também não pergunto muito sobre a vida da pessoa. Acho que se você é comprometido nem trocando papo comigo deveria está. Agora eu tenho culpa?

Eu sempre tive um fetiche absurdo por professores...Nunca imaginaria que ele seria casado.

Minha madrinha sempre falou que eu sou a cópia da minha mãe, mas eu nem sei, minha mãe pensa demais e vau devagar. Eu nem espero duas vezes pra pular.

- Tanto que eu te falei, Maria Luiza, te previne, te protege e não se mete em confusão. - Meu pai falava-Mas parece que saí por um ouvido e entra em outro

- Quanto tempo cê tá com esse cara? -Minha mãe finalmente falou algo

- Eu não tô com ele, mãe, foi só um lance -Falei

- E você não tem vergonha desse cara transar com você sendo casado? -Meu pai perguntou-Eu vou matar esse cara

- Quem é casado é ele, não eu - Falei

- Já chega pra mim, Guilherme! -Minha mãe disse subindo as escadas

Meu pai suspirou

- A moça quase bateu na sua mãe e sabe o que ela fez? - Meu pai disse e eu o olhei aguardando a resposta-Ela quase quebrou a garrafa de vinho na mulher pra te defender

Engoli seco

- Você ainda é menor de idade, poupe seus pais de passar situações como essa - Meu pai disse

Meu coração se partiu, eu sei que as vezes eu passo só um pouco dos limites mesmo.

-Pai eu...me desculpa...- Falei

- Não transa com qualquer um filha...faz tanto mal a saúde, a gente sempre te fala isso - Ele falou fitando o chão

- Mas eu não transo com qualquer um, só transo com quem tenho vontade -Falei

-A diretora da sua escola ligou, e vai demitir o professor, mas nos pediu para tomar uma providência- Ele disse

-Pai, até ela é afim de dar pra ele. Ele é um gostoso do caralho, eu só me diverti com aquele imbecil - Falei e ele fez o sinal pra mim parar de falar

- Se eu te tirar desse colégio, onde eu vou te colocar se tu já passou por quase todos do Rio de Janeiro, de públicos a particular

- No Torquato - Minha mãe disse descendo as escadas

- Que porra é essa? - Perguntei

- O seu tio Christian...- Ela disse e meu pai revirou os olhos

- Essa menina não estuda na Itália nem comigo morto -Meu pai disse

- Qual problema? tô morrendo de saudades do Tio...

- Já chega, nada de mandar ela pra Itália -Meu pai disse puto

Não entendo essa implicância com meu tio Christian, ele é maravilhoso comigo.

- Posso falar ou os dois idiotas vão surtar? -Minha mãe disse estressada

- Pode - Eu e o meu pai falamos ao mesmo tempo

- O Torquato fica em Santa Catarina, é um colégio interno que os irmãos do Christian fundaram...Lá a educação é de alto padrão e...tem pessoas de todos os lugares, acho sua cara filha - Minha mãe disse

- MAS NEM COMIGO MORTO - Meu pai disse e eu revirei os olhos

- Porra...-Falei baixinho

- Qual problema, Guilherme? - Minha mãe perguntou

- Nem a pau que a Malu vai morar em outro estado - Ele disse

- Eu amei - Falei

- Malu nunca saiu do Rio pra nenhum lugar sem ser Angra e Milão- Minha mãe disse

-Isso mesmo! - Falei

- Nem a pau! -Meu pai disse-É serio que você quer ir pra essa merda?

- Quero, pai -Falei

Seria uma boa porque eu não teria um bando de adultos regulando minhas merdas e sei lá...eu também poderia recomeçar e fazer menos merda.

- Posso falar com o Christian, se quiser - Minha mãe disse -Nos finais de semana você volta pra casa, todos eles

- Adorei - Falei

- Eu falo com o Christian - Meu pai disse-Fiquem de boa aí

revirei os olhos

- Agora, por favor, Maria Luiza - Minha mãe disse se aproximando-Pelo amor de Deus, não cria problemas e se comporta, ou você volta pro Rio num piscar de olhos

- relaxa, mama - Falei me aproximando dela- Não vou fazer nada que a senhora não faria

Sorri

- Esse é o meu medo - Ela falou

- Não acredito que vou concordar com essa merda - Meu pai falou- Só vou deixar porque já está no terceiro ano

- Posso pedir uma coisa? - Pedi

- Não- Minha mãe disse

- fala - Meu pai falou

- Posso ir amanhã pra escola pra me despedir das minhas amigas? - Nem tinha amigas

- Pode, e a diretora também vai conversar com você- Meu pai falou

- Desculpa galera - Falei - Sério- Dei as costas e subi pro meu quarto.

Eu nunca questionei, nem tive nenhum problema em relação a minha família.  Mas sempre me senti a ovelha negra da família, porque eu só faço merda.

Eu não sei se eu iria pra Santa Catarina pra recomeçar ou pra me perder de vez. Mas tudo bem, só um ano...não faz mal.

Me perdi nos meus pensamentos e acabei dormindo.

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Pisa devagar, meninaOnde histórias criam vida. Descubra agora