Cartões Postais || +16 (Tradução)

Capítulo Unico

"E se nós fugíssemos? Só você e eu. E se nós saíssemos de casa e deixássemos Sam para trás?"

Seus olhos se arregalam de choque. "O que?"

"Vamos apenas ... ir", ela ouve alguém dizer com uma voz que se parece muito com a dela. "Hoje à noite. Agora." Por impulso, ela estende a mão e agarra a mão dele, e queima sua pele fria como uma chama de vela. "Nós podemos fazer isso. Eu posso fazer isso." Uma sensação estranha toma conta dela, uma certeza que ela não sentia desde antes de vir a Forks, a firmeza de ter um objetivo claro e definível. "Fuja comigo, Jacob."

Ele abre a boca, mas nenhuma palavra sai. Uma respiração. Dois. Três. Finalmente - com todo o esforço do mundo - ele inclina a cabeça em um leve aceno de cabeça.

É bom o suficiente para ela.

Com braços firmes, ela o senta na cama, determinado a ignorar o quão vazio ele de repente parece. Quando ela tira a mochila da prateleira de cima do armário, ela bate na cabeça dela; ela espera que ele ria e provoque, mas isso não acontece, e isso a assusta tanto quanto qualquer coisa que aconteceu até agora naquele dia. Seus movimentos são mecânicos, não apressados, pensativos ou particularmente planejados - ela pode muito bem estar fazendo as malas para uma viagem a Jacksonville. Um punhado de roupas íntimas e sutiãs. Algumas meias. Um par de shorts e dois jeans. Pijamas. Camisas de manga curta. Um moletom. Sandálias. Tênis.

Ela olha para a mesa e sabe que vai sair sem o celular e o laptop. Ela esvazia sua bolsa de tudo, exceto sua carteira e um punhado de laços de cabelo, grata por pelo menos essas concessões à sua aparência - ela não ousa ir ao banheiro buscar produtos de higiene pessoal, caso acorde Charlie.

Charlie.

"Eu tenho que escrever uma nota." Ela olha para ele, mas ele não levanta os olhos. "Não posso sair do jeito que saí da última vez." Demora um momento, mas ele assente minuciosamente. "Você quer deixar algo para o seu pai?" Um pequeno movimento da cabeça dele. "OK."

Ela puxa um pedaço de papel da mesa, pega uma caneta no copo roxo e começa a escrever.

Charlie-

Ela olha para a palavra por um momento, sente nojo de si mesma, depois amassa o pedaço de papel e o joga no lixo.

Papai-

Jacob e eu temos que ir embora. Me desculpe, eu não estou
dizendo adeus corretamente. Não sei quando
voltaremos. Diga a Renee e Billy que ficaremos
bem. Por favor, não nos persiga ou se preocupe demais.
Você não fez nada de errado. Você estava
certo - eu preciso sair de Forks por um tempo.
Escreverei para informar que estamos bem.

Com amor, Bella

Boa. Isso é bom. Por impulso, ela acrescenta:

PS. Estou tomando meu spray de pimenta.

Ele entra no caminhão como um homem velho, como todo movimento é doloroso. Quando ele finalmente entra, ela fecha a porta para ele, dá a volta para o lado do motorista, gira a chave na ignição. São uma da manhã.

Sua cabeça está curvada quase até os joelhos. Ela percebe que os nós dos dedos dele estão brancos onde ele está segurando a beirada do assento, e ela se aproxima hesitante (desde quando ela hesita com ele?) E cobre a mão esquerda dele com a direita. Pela primeira vez - mas não pela última - ela se pergunta se é uma boa ideia.

Mas então ele olha para ela; o rosto dele é torturado, e ela vê por um momento como ele é muito, muito jovem. Ela se pergunta como esqueceu que ele tem apenas dezesseis anos. Dezesseis anos e de alguma forma da noite para o dia todo o peso do mundo caiu sobre seus ombros largos, e não é justo e ela tem que tirá-lo daqui. Então ela vai.