Climinha na quadra: parte 2

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Quando Gabriela se vira e da de cara com Patrick, ela sabe que se meteu em problemas. Ok, ela já estava pensando em terminar com ele há um tempinho, porém Vicente tinha razão, aquele comportamento não era legal, mesmo que os dois quisessem muito.

- Então é por isso que você não queria que eu te levasse em casa, já tinha uma companhia melhor – diz o menino com raiva.  

- Patrick, deixa eu te explicar.

- Explicar o que Gabriela, eu vi. Vai me dizer que não me traiu agora? Porque até onde eu sei, a gente ainda estava namorando.

- Eu não te traí – respondendo ela baixando o rosto envergonhada.

- Mas se não fosse pelo Vicente, teria feito, não?

- Sim. Eu não vou mais mentir para você, eu teria feito isso e acho que nós dois sabemos por quê. Precisamos conversar, deixa eu te explicar as coisas, por favor?

- Tá bom, mas acho que não tem nada que você possa falar para me convencer.

- Mesmo assim, vamos lá em casa, melhor do que aqui, no meio da quadra.

Os dois seguem para a casa da menina, chegando lá ela agradece por não ter ninguém em casa, era a última coisa que ela precisava naquele momento.

- Então, pra começar, eu e o Vicente não nos beijamos. Mas eu já disse que não vou mentir, eu teria feito se ele não tivesse parado e não me arrependo, só não queria que isso atingisse você.

- Eu nunca pensei que teria que agradecer ao Vicente por não ser feito de otário.

- Você não está sendo feito de otário Patrick, eu acho que chegou a mesma conclusão que eu quanto ao nosso namoro.

- Eu estava conversando sobre isso com os meninos, por isso vim atrás de você aqui para conversarmos mas não estava em casa, fui até a quadra para ver se você estava lá e... não precisa me dizer o que tá escrito na sua testa Gabi. Você ainda gosta dele. E nunca gostou de mim.

- Eu gosto MUITO de você Patrick.

- Mas como amigo…

- Sim... me perdoa?

- Bom, acho que nós dois erramos muito nessa. Eu insisti demais em uma coisa que eu sabia que não tinha como dar certo. É burrice querer ficar com alguém que continua ligada a outra pessoa.

Gabriela permanece em silêncio. Ela se sentia desconfortável em expor seus sentimentos por Vicente para Patrick; além disso, ela sabia que ele já havia entendido tudo.

- Se você não está nem negando, é porque a coisa é séria mesmo.

Ela sorri meio sem jeito, ainda não sabia como lidar com toda aquela situação.

- Eu não tenho dúvidas quanto aos meus sentimentos, mas tenho muitos medos, inclusive em relação a você. Como nossa amizade fica em relação a isso, já que estamos terminando o namoro... eu não quero que saia da minha vida!

- Bom, eu preciso de um tempinho. Eu não vou ser daquele tipo super altruísta que consegue passar por cima de tudo e que vai lá e ajuda você a se entender com o cara que realmente gosta. Eu não consigo ser assim, muito menos falso. Mas duas coisas eu garanto, não vai me perder na sua vida, eu só quero ficar mais na minha um pouco; e a outra coisa, segue seu coração, acho que ele tem falado com você há um tempinho mas você não tá sabendo ou não tá querendo escutar.

Nesse momento, Patrick se levanta e caminha até a porta com Gabriela atrás. Chegando na porta, a garota abre para ele e os dois se despedem, com ela fechando a porta logo depois. Do nada, Paloma surge vindo de seu quarto.

- Mãe, você tava ai? Achei que não tivesse ninguém em casa – estranha a menina.

- Quando você chamou, eu estava no telefone, aí quando ia sair vi vocês dois aqui a sala. As carinhas não estavam boas, vocês brigaram?

- A gente terminou mãe.

- Ai minha filha, e como você tá?

- Quanto ao término eu tô bem, eu já pretendia fazer isso mesmo. Eu tô mal pelo que fiz o Patrick passar e pelo Vicente.

- Pelo Vicente? Se organiza Gabriela da Silva e me explica isso.

A menina conta para a mãe todos os acontecimentos daquele dia e quando acaba Paloma está com uma expressão indecifrável.

- Eu não sei o que fazer agora.

- Como não sabe garota, tá doida? Tá escrito na sua testa o que você quer fazer.

- E se ele não me quiser de volta?

- Aí você vai assumir as consequências das coisas que fez, que os dois fizeram, e que os trouxeram até aqui. Viver, só se aprende vivendo minha filha. Não existe receita, as escolas de vocês tiveram e vão continuar tendo consequências, resta agora você decidir o que quer fazer a respeito disso. Seja qual for a sua decisão, eu estarei ao seu lado.

One Shot's GabicenteOnde histórias criam vida. Descubra agora