Prólogo

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E M I L Y   F I E L D S

Eu estava em um maravilhoso sonho erótico quando meu celular começou a tocar em algum lugar abaixo de mim. Não atendi, quem ousava me ligar tão cedo? No entanto, cedi ao maldito aparelho quando ele tocou mais uma vez. Procurei com a mão abaixo de mim, e então percebi que ele estava embaixo de minha barriga.

Aquela noite tivera sido louca.

- Alô? -- murmurei.

- Emily? -- uma voz masculina falou do outro lado, não era muito estranha, porém carregava um sotaque diferente.

- Sou eu. Quem gostaria?

- Você não está reconhecendo minha voz? -- ele tinha um tom brincalhão, e eu não estava com paciência naquele momento.

- Não, não estou. -- eu o cortei. -- Pode me dizer quem é? Eu estava ocupada!

- Ocupada dormindo, Emilia? Te conhecendo como conheço, aposto que passou a noite com alguma garota qualquer e está até agora, às exatas duas da tarde dormindo.

Emília. Como eu não tinha reconhecido aquela voz? A voz do meu melhor amigo de infância e juventude!

- Kris! -- falei um tanto alto, o que me causou uma pontada na cabeça. -- Viado!

Ouvi sua risada do outro lado da linha.

- Me respeite, sua sapatão! -- disse ele, ainda rindo.

- Só falei fatos. -- me defendi, deitando de costas na cama e encarando o teto, não pude deixar de notar meu pênis tão ereto que estava na altura de meu umbigo.

- Na verdade, era apenas uma fase. -- ele deu uma pequena pausa. -- Eu estou namorando uma garota.

- Uhum! Cof cof.

- Emília! Pare com isso! -- ele falou baixinho. -- Não quero que ela saiba dessa minha fase, ok?

- Primeiro, pare de me chamar de Emília, seu viado. E segundo, namorar uma garota não significa nada. Você tem um modo de entrada e de saída, e com ela eu sei que você usa apenas a entrada...

- Sua vagabunda! -- disse ele, fingindo estar ofendido e rindo. -- Pare com essas suas teorias idiotas, ok? Eu realmente quero que dê certo com ela, finalmente achei o amor da minha vida!

Rolei os olhos e ri sozinha, lembrando das inúmeras vezes em que meu melhor amigo saía com homens mais velhos apenas para conseguir dinheiro. E até onde eu sabia, ele adorava aquele tipo de trabalho.

- Ok! -- eu disse. -- Mas, por que acha que eu diria para ela? Nem sei quem é a sujeita, inclusive não te vejo há anos! Comigo você nem precisa se preocupar! -- zombei.

- Ah, minha cara! Preciso me preocupar mais do que você imagina! -- ele deu uma risadinha. -- Em alguns dias, estarei de volta a New York.

- Está falando sério? -- não consegui conter minha empolgação. Eu queria gritar de felicidade, porque a única pessoa a qual não tinha preconceitos contra mim e minha intersexualidade, estaria de volta.

- Estou! Você ainda mora no mesmo lugar?

- Sim! -- sorri e meus olhos encheram de lágrimas.

Era o mesmo apartamento que alugamos juntos quando fui expulsa de casa, e coincidemente, a mesma época em que ele começou a sair com homens, dando a desculpa de que moraria comigo apenas para me ajudar nas despesas. Somente eu sabia de seu passado.

- Pois bem! Chegarei de surpresa. Esteja preparada, ok?

- Eu vou te matar, seu viadinho! -- eu tentava conter as lágrimas.

- Emília! -- ele me repreendeu e eu ri.

- Vai trazer a minha cunhadinha também?

- Com toda certeza!

- A melhor oportunidade para te fazer passar vergonha!

- Ouse e eu corto seu amigo...

- Sem nem provar antes? -- zombei.

- Emily Fields eu vou te matar!

Ri alto em meu quarto e ele cedeu às risadas também.

- Ok! -- ele disse. -- Agora preciso ir, tá bem? Cuide-se e não faça filhos!

- Eu digo o mesmo, bro. Estou ansiosa para sua chegada!

Encerrei a ligação e fiquei alguns minutos na cama. Segurei meu membro por alguns segundos e comecei a massagea-lo devagar, na esperança de que aliviasse um pouco e doesse menos. Eu precisava urgentemente ir ao banheiro e liberar toda a urina consequente de diversas cervejas da noite anterior, então, ignorando o incômodo, eu caminhei nua até o banheiro e cumpri todas as minhas higienes.

[...]

Já era final de semana, e como sempre, fui a uma balada, porém, optei por uma balada hetero dessa vez, onde geralmente se escondiam as pessoas que, com certeza, não pertencia àquele grupo.

Tomei algumas cervejas, procurei por rostos conhecidos e até vi alguns; antigos colegas de colégio, homens cujos já sentiram algo por mim sem saber da minha sexualidade e afins. Lamentei por ver mulheres tão lindas flertando, beijando e até saindo com homens que pelas caras, não enganavam o quanto eram desrespeitosos e egoístas na cama.

Pedi mais uma cerveja, tomei um grande gole pelo gargalho e quase engasguei ao ver uma linda mulher loira próxima a mim dançando de forma sensual. Decidi que aquela visão seria minha distração, então sentei-me de frente à pista de dança e continuei a olha-la de cima à baixo, sua bunda, suas pernas... Então, ela me olhou. Por um momento, fiquei nervosa, afinal, o que uma mulher hetero faria se visse outra mulher a olhando daquela maneira predadora que eu a olhava?

Me surpreendi ao notar que ela continuou dançando e me encarando. Virou-se de costas e rebolou, me olhando por cima do ombro. Suspirei forte e tomei alguns goles de bebida. Eu precisava tomar coragem para chegar naquela mulher ou eu me arrependeria pelo resto da minha vida!

Não tive tempo de reagir, pois a mesma se aproximou de mim e ergueu sua mão. Sorri e segurei, a seguindo até a pista de dança. Mais uma vez, ela ficou de costas para mim e dançou, colando nossos corpos e me fazendo sentir seu corpo pressionar com força no meu, especialmente em um lugar que com toda certeza, ela já tinha sentido. Ela sorriu maliciosa e pressionou ainda mais sua bunda contra meu quadril. Sim, ela havia sentido e tinha gostado.

Virou-se de frente para mim, segurou minhas mãos e as levou para sua bunda. Em seguida, colocou suas mãos ao redor de meu pescoço e fez menção em me beijar, porém, desviou sua boca até meu ouvido.

- Então, você tem uma coisa que eu gosto... -- ela sussurrou arrastado.

- Isso não é nada, eu faria você ver estrelas com esses dois dedos. -- disse eu, os apontando para ela.

Fui pega de surpresa quando ela os segurou e os levou à boca, os chupando inteiros e bem devagar. Mordi o lábio em prazer sentindo ela sugando meus dedos com vontade, sem deixar de me olhar. Ela os chupou até as pontas e os tirou da boca, e então sorriu.

- Espero que consiga engolir um pau dessa maneira também. -- falei em seu ouvido, já ofegante. -- Se não consegue, vai aprender hoje.

Ela assentiu e mordeu o lábio. Saímos dali, não quis perder tempo em levá-la até um motel, então fodemos dentro de meu carro mesmo. Agradeci aos céus por ter camisinha de sobra, assim eu podia gozar dentro dela. E foi o que eu fiz.

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Aviso!

Então, galera, talvez essa fic tenha palavras de baixo calão! E talvez venha a acontecer coisas em alguns capítulos, por favor não me venham com "romantizando isso", "romantizando aquilo", pipipipopopo. Lembrem-se que é apenas uma fanfic e que mesmo assim, coisas como essas podem acontecer com qualquer pessoa na vida real ok?

Sem militância tá?

Obrigada pela compreensão. E ah, os capítulos provavelmente serão menores.

Liar - Emison g!p Onde histórias criam vida. Descubra agora