cara engraçado | luten.

entre piadas sem graças e sorrisos bobos.

yukhei era o cara legal da faculdade, aquele que te conta a piada mais sem graça e te faz rir só pela risada dele. daqueles que quando te vê triste fica até de ponta cabeça pra arrancar um sorriso teu, sabe? de fato, wong yukhei era incrível.

até mesmo pro sem coração de chittaphon leechaiyapornkul, o tailandês novato, quem se acha o centro das atenções naquele lugar, que parece se orgulhar por ser um filho da puta estraga prazeres. o baixinho não gostava de admitir mas amava o jeito de lucas, e talvez, mas só talvez, o amasse tanto quanto.

yukhei sabia como nenhum outro o quanto ten poderia ser um sem noção babaca, mas sabia também que aquele rostinho não enganava ninguém e que no fundo so precisaria de algumas piadas pra derreter o coração gelado do tailandês. por outro lado, chittaphon revirava os olhos e sorria a cada piada sem graça do chinês que ria até cair lágrimas, proferindo um 'você é maluco' enquanto o mais novo tentava se recompor do riso.

na saída da faculdade, yukhei encontrou o lee encostado no muro branco enquanto mexia no celular. não percebeu quanto tempo ficou ali admirando seu colega que tinha os cabelos pretos tomados pelo sol.

- o que você tá olhando? tira uma foto que dura mais

chittaphon disse com um sorriso, guardando no celular no bolso enquanto encarava o mais novo, que coçou a nuca envergonhado e riu.

- é que... bem, se você quiser, hm, podemos ir à sorveteria ali perto. mas claro, só se você quiser, óbvio!

perguntou meio nervoso, olhando para suas mãos, sentindo suas orelhas queimarem por vergonha.

- você tá me chamando pra sair, xuxi? deixa pra próxima, grandão.

lee riu e tocou as bochechas do mais novo, que abriu um sorriso sem mostrar os dentes e começou a andar para trás, sem conseguir tirar os olhos de ten.

- hm... é, ok, tudo bem... então eu já vou indo.

- espera, esquece. eu vou com você

o baixinho não resistiu quando viu o rosto decepcionado de yukhei e nem quando olhou para suas bochechas levemente rosadas. lucas era incrível demais para ser deixado sozinho.

se perguntou quando foi que começou a se sentir assim perto do chinês. ninguém nunca ao menos tentara se aproximar do tailandês, já por saber o babaca que era, mas xuxi era diferente, não tinha medo e nem parecia incomodado quando os sussurros do tipo 'o outro que chittaphon irá iludir' surgiam quando estava com o mais velho. ele simplesmente parecia não se importar. dizia para ten que sabia que este não era idiota como todos diziam, e que ele só precisava de algumas piadas sem graça para acabar rindo até a barriga doer.

e bem, lucas estava certo.

enquanto andavam até a sorveteria, chittaphon ria demais das falas deste, que ficava o encarando rindo sem entender porquê de ter o feito rir.

- sua forma de falar, é engraçada. você tem muita empolgação e gesticula muito, isso é fofo também.

e mais uma vez lucas estava parecendo um pimentão.

﹋﹋

yukhei falava com empolgação sobre suas histórias de quando era moleque, às vezes abria mais os olhos e fazia sons, fazendo ten rir enquanto tomava seu sorvete. de vez em quando, chittaphon se perdia em ver lucas falando e perguntava-se como sua língua não doía por falar sem parar, mas não estava a reclamar, longe disso, parecia gostar cada vez mais de cada detalhe do chinês enquanto parava para vê-lo falar.

o tailandês jurou ter visto wong corar novamente quando se aproximou e limpou o canto da boca do mais novo com o polegar, aproveitando a aproximação para olhar cada detalhe deste; desde seus olhos levemente assustados, de seu nariz até seus lábios, onde permaneceu o olhar tempo o suficiente para aproximarem cada vez mais e encostarem um no outro num selar demorado.

ao contrário do que achou, yukhei não se afastou, apenas levou a destra até o rosto do mais velho e aprofundou o beijo, logo pedindo passagem com a língua e sorrindo ao meio do ósculo.

infelizmente separaram-se por falta de ar e chittaphon riu enquanto olhava olho no olho para lucas, que parecia imerso às galáxias que ten tinha no olhar.

- você venceu, grandão.

- venci?

- conseguiu roubar meu coração só com a porra de uma piada sem graça e um sorriso.