Winter Has Come

Capítulo I

She Never Wanted to Leave

Jon se encaminhava para dentro de Winterfell após ter levado os cavalos que ele e Sansa até a pouco utilizavam para os estábulos, até serem interrompidos por Meistre Luwin para informar que o Lorde Stark e sua esposa esperaram Sansa para conversar, de modo que a ruiva precisou se dirigir até o local onde seus pais a esperaram.

O rapaz havia ficado curioso sobre o motivo de o Lorde Stark e a sua senhora terem chamado Sansa de forma tão urgente, mas ele a esperou pacientemente, até que sua ansiedade tomar o melhor de si e precisou se encaminhar para dentro do castelo para ter notícias de Sansa.

A sua caminhada foi interrompida quando viu a sua fonte de preocupação a sua frente, porém, ela sequer parecia tê-lo visto ou o ouvido, quando o mesmo a chamou, saindo correndo em direção ao bosque sagrado de Winterfell.

Jon se preparou para ir atrás da prima, mas foi interrompido.

- Deixe-a. – Robb Stark lhe disse, vindo do mesmo lugar em que Sansa saiu instantes antes.

- O que aconteceu? – o moreno questionou.

- Pai comunicou o casamento dela com Joffrey Baratheon. – Robb falou com tranquilidade, como se todo aquele acerto entre os Stark e os Baratheon fosse algo comum.

- O que? – Jon perguntou em voz baixa, tendo ficado surpreso com aquela notícia.

- Eles irão se casar. O Rei está chegando em Winterfell para oficializar. – o ruivo respondeu.

Jon engoliu em seco. Olhou para os pés, sabendo que não poderia reagir negativamente com aquela notícia, mesmo que Robb fosse como um irmão, ele era um bastardo e sabia qual era o seu lugar e ter opiniões sobre o futuro de Lady Sansa não lhe dizia respeito.

Robb, sabendo que o primo não falaria nada, retornou para dentro de Winterfell e tão logo o ruivo saiu de vista, Jon se dirigiu em direção ao mesmo caminho feito por Sansa instantes antes.

Jon não suportou a visão que teve diante de si: Sansa estava sentada nas raízes da árvore sagrada, com as pernas encolhidas e os braços nos joelhos, enquanto chorava. O rapaz sequer se recordava da última vez que vira Sansa chorar, afinal, ela nunca chorava.

- Sansa... – ele a chamou em voz baixa, evitando que ela se assustasse com a sua aproximação repentina. Ele se colocou aos pés de Sansa, enquanto a ruiva soluçava em meio ao choro.

- O pai fez algo horrível. – ela disse em meio aos soluços.

- Eu sei, Robb me contou. – ele colocou uma das mãos em cima do joelho da ruiva, estava quase tão despedaçado quanto Sansa, mas ele não poderia expressar o que sentia, sabia disso, já havia sido alertado diversas vezes por Catelyn Stark para se manter longe de Sansa.

- Eu não vou, Jon. Eu não irei me casar com ele. O pai sempre me prometeu que me casaria com alguém gentil e honrado, não me casarei com um Lannister. – ela disse decidida.

- Ele não é um Lannister. – Jon argumentou, na inútil missão de acalmar Sansa.

- É a mesma coisa e você sabe disso. – ela o respondeu e ele se calou. A ruiva tinha razão, a mãe de Joffrey era uma Lannister, o que o fazia também ser um Lannister e todos no Norte sabiam da fama dos Lannister.

- Talvez ele seja gentil e honroso. O Lorde Stark nunca casaria a sua filha com alguém que não a merecesse. – Jon novamente argumentou, ele sequer entendia como estava conseguindo dizer aquelas coisas, mas tudo que sabia era que não poderia ver Sansa triste e faria de tudo para vê-la feliz.

- Ele não é. Eu sei disso. Só há uma pessoa com quem eu me casaria Jon e essa pessoa não é Joffrey. – a ruiva lhe disse e por alguns instantes encarou o primo a sua frente.

Os olhos azuis de Sansa pareciam ler a sua alma, fazendo com que ele quase desviasse o olhar diante da intensidade com que Sansa o encarava.

O rapaz não sabia o que responder. Se questionou para quem aquelas palavras eram direcionadas e por um instante se deixou desejar que aquela pessoa fosse ele, mesmo sabendo ser proibido e que não deveria desejar algo que jamais poderia ter.

Mas ele queria. Mesmo sabendo que não poderia desejar algo tão doce e especial como Sansa. Ele não nasceu para tê-la, nasceu Jon Snow, predestinado a viver nas sombras dos Stark, enquanto seu interior desejava desesperadamente que tivesse nascido Jon Stark.

- Oh Jon... – Sansa se lamentou, fazendo o coração de Jon se encher de tristeza.

A ruiva fungou mais uma vez e em um ato de coragem colocou uma de suas mãos em uma das bochechas de Jon, sentindo pela primeira vez a maciez do local. Ela sempre foi corajosa, sedenta por aventuras, gostava de brincar com Robb, Jon e Arya, os Stark que estavam sempre atrás de aventuras. Porém, quando o assunto era Jon, ela se continha, com medo que o moreno a rechaçasse e ela o perdesse para sempre. Ela não suportaria perdê-lo, sabia disso, suportaria qualquer coisa, menos perder Jon.

Ela suspirou enquanto Jon a olhava fixamente, sem se mover, com medo de perder o contato que compartilhavam. Ela era corajosa, repetiu em sua mente mais uma vez, mas do que adiantava se sempre se acovardava diante de Jon? Porque não tinha coragem de demonstrar o que sentia?

Por mais que não quisesse perdê-lo, o que não demonstrar seus sentimentos havia lhe trazido? Um casamento arranjado com alguém que ela sabia que desprezaria, ela se respondeu.

Sansa se permitiu por um momento esquecer suas preocupações: o medo de perder o carinho de Jon, o seu possível casamento e o seu futuro. Ela respirou fundo e tomada por uma coragem incrível, se aproximou e tocou os lábios de Jon com os seus.

Jon estagnou, por um momento sem saber o que fazer. Ele a amava, era óbvio que amava, estranho seria se ele fosse imune ao poder que Sansa exercia sobre ele. Mas como poderia permitir viver aquilo, se sabia que prejudicaria a ruiva?

A ruiva deslizou a mão que estava na bochecha para os cabelos de Jon e foi o que o rapaz precisava para se esquecer de tudo e responder o beijo como Sansa queria.

Era errado, ele sabia que era, mas pelo menos uma vez na vida ele permitiria que o Jon Snow que amava Sansa Stark pudesse tê-la por alguns minutos. 

Observação:

Deixarei  a música que me inspirou para cada capítulo, caso queira ler o capítulo escutando, sinto que dá um certo clima diferente...