My witch lover

O Começo

A brisa fria bateu sobre a bochecha de Camila, sentada na batente da janela da torre dos dormitórios da Corvinal. A menina de 13 anos ainda não sabia de metade do destino que lhe estava reservado, por isso sorriu ao ouvir o gritinho animada de sua melhor amiga e parceira de quarto, Dinah Jane.

− Tome essa, Lovato! –A garota disse. – Xeque-mate!

Dinah e Demi Lovato, outra corvina

Dinah era uma garotinha magra, alta e loira com cabelos cacheados. Era bem humorada em quase todos os momentos, filha de uma família de bruxos reconhecida de longe por sua história, era uma Weasley. Ela era ótima em quadribol e xadrez de bruxo, além de ter uma coleção de irmãos.

− Droga, Dinah! –Reclamou Demi. – Não ganho uma.

Demi já era um pouco mais baixinha, tinha cabelos negros e a pele mais bronzeada. Era criativa e uma boa amiga, apesar de não ser muito receptiva as brincadeiras aleatórias de Dinah.

Houve uma vez em que Dinah decidiu que pregaria uma peça em todo o dormitório. Colocou pó de mico em todas as camas, logo pela manhã Camila, Ally Brooke, Hailee e Demi estavam se coçando enquanto a loira ria. Demi quase matou Dinah tentando enfiar sua varinha pela goela da loira.

− E você, Mila? Não vai jogar? –Dinah perguntou.

A morena balançou a cabeça e apontou para o pergaminho e pena em sua mão.

− Estou escrevendo uma carta para meus pais. –Disse.

− Quer que eu te empreste Errol? –Dinah indagou. – Não acho que ele vá desmaiar dessa vez, podemos contar com a sorte.

Camila riu.

− Deixe a pobre coruja. Vou pedir a Ally emprestado. –Camila deu de ombros. – Vocês estão ansiosas para as férias? Faltam duas semanas para o fim do ano.

− Ah, não vou sentir falta de Ally nos mandando estudar, pode ter certeza. –A loira fez uma careta.

− Falando em Ally, vocês ouviram falar com quem ela anda conversando? –Demi ergueu-se da cama de Dinah e se jogou na sua.

− Quem? –Perguntou Camila, curiosa.

− Normani Kordei.

− A filha do comensal? –Dinah perguntou. – Ally deve ter sido abduzida, ela morre de medo da garota.

Demi deu de ombros.

− É, talvez. Vocês lembram da nossa seleção?

− A de casas? –Dinah disse.

− Demi quase vomitou quando viu o chapéu cantar. –Camila riu.

Contudo, em meio a conversa, a latina teve lapsos de memória sobre como descobriu que era uma bruxa.

Boston – Inglaterra, 2015

A batida na porta da frente fez Alejandro pular de susto. Devia ser seis da manhã, estava cansado dos acontecimentos da noite passada.

Estavam jantando, ele, a esposa e a filha mais nova, Camila. Quando a garota ergueu o bracinho e o prato em que sua comida estava voou até a parede, quebrando-se e espalhando comida pela cozinha toda.

Era comum que essas coisas acontecessem naquela casa, ele se perguntava se a filha era uma espécie de ET ou mutante, porém foi esclarecido quando o homem baixo, gordinho e robusto se apresentou.

− Olá! –Ele disse. – Meu nome é Jack, você deve ser Alejandro Cabello, não?

O homem contou que Camila era uma bruxa, nascida trouxa, pois nenhum dos pais era bruxo. Explicou que ela tinha sido convocada para estudar numa escola bruxa, Hogwarts, onde seria ensinada e poderia controlar seus poderes, por isso deviam deixar que Jack a levasse para comprar seu material.

Camila não pode esconder a animação, Jack a levou a todas as lojas de materiais, mas uma em especial marcou a menina pra sempre.

Foi na Olivaras que ela ganhou sua varinha. 30cm, com madeira de Azevinho e fibra de coração de dragão, o velho vendedor a disse que era uma varinha gêmea, feita da mesma fibra que a de um grande bruxo, Salazar Slytherin o criador da Sonserina, uma das casas de Hogwarts. O homem a prometeu ali que devia esperar grandes feitos da pequena.

Hogwarts, 2015

Camila saiu da sala de poções com Hailee ao seu lado. Era uma das melhores amigas da garota.

− Acha que foi bem? –Perguntou Camila.

− Não sei. –Deu de ombros. – Você sabe que eu sou uma merda em poções.

Camila sorriu mas se sentiu mal ao ver no fim do corredor uma garota morena de uniforme da sonserina protegendo uma morena atrás de si. Normani. Alguns alunos do que parecia ser grifinória diziam coisas horríveis para a garota que tinha os punhos fechados com força.

− Vem. –Camila puxou a mão de Hailee e sacou a varinha enquanto olhava para Cameron Dallas, Harry Styles e Bruno Mars. – Vocês querem calar a boca?

− Oh, a trouxa chegou. –Cameron caçoou. – Que merda você quer, Cabello?

A menina com pele clara ao lado de Camila rosnou.

− Cale a boca, Dallas.

− Uh, a Jauregui ficou bravinha é? Me diz, vai virar uma comensal também?

− Idiota. –Normani murmurou tentando ir pra cima do garoto, Hailee a segurando.

− Você que pediu. –Camila sorriu ironicamente e ergueu a varinha, balançando-a de maneira correta. – Rictosempra!

De imediato os garotos começaram a rir descontroladamente, fazendo todos a volta deles rirem da cena.

Camila guardou a varinha e ia falar alguma coisa para as garotas quando ambas a empurraram de leve.

− Corvinos, sempre querendo a atenção. –A de olhos verdes disse entredentes. –Vá pegar um livro pra ler, babaca.

Normani ergueu um dedo do meio para as duas antes das duas sonserinas saírem.

− Que merda, cara. –Hailee reclamou. –Nunca mais vamos defender sonserinos, me ouviu?

(...)

− Meu Deus, eu não aguento mais, Ally! –Dinah murmurou com a cabeça embaixo de um livro. – Por que Defesa contra a arte das trevas tem tantos feitiços?

− Se você estudasse regularmente talvez não estivesse tão mal. –A loirinha murmurou. – Vamos lá, Mila. Qual feitiço petrifica o adversário?

Camila fez um cara confusa.

− Não... Sei?

− Argh! Vocês vão ficar aqui até amanhã! –Disse brava, Ally. – Vocês fazem o que na aula?

− Você é o prodígio, já nós? Acho que fomos pra casa errada. –Dinah apontou para Camila e ela. – Somos mais idiotas que duas portas.

− Concordo, mas vão estudar, ou eu não me chamo Ally!

− Seu nome é Allyson. –Camila fez uma cara convencida.

− CAMILA! –Gritou a baixinha fazendo as duas explodirem em gargalhadas na sala comunal da corvinal.