Capitulo 1.

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É manhã estamos sentadas no corredor vazio da nossa escola as pessoas estão chegando aos poucos e se aglomerando em seus armários e armários de amigos, estamos sentadas com as costas em uma parede que contém o quadro de avisos Rock desenha em seu caderno e eu digito no meu bloco de notas algum poema novo.
- Você acha que eu dou medo? Ela me pergunta seria.
- Não acho que você de medo rock. Respondo.
- Mas? Ela questiona.
- Você é meio antissocial, dentro dessa escola inteira, você só fala comigo. Eu digo.
- Dentro dessa escola inteira, você é a única que quer falar comigo. Ela retruca.
Eu sei o que ela está fazendo, está se julgando para achar o motivo das pessoas a tratarem assim.
- Os olhos escuros dela me iluminam. Falei uma parte do meu poema em voz alta.
- Esse é sobre mim? Ela perguntou sorrindo.
- Sim. Respondi com um sorriso ainda maior que o dela.
- Um dia você poderia escrever sobre nós, fazer um livro sabe? Seria legal algo que nos tornasse imortais. Ela me disse.
- Um dia quem sabe. Respondi.
Rock estou escrevendo sobre nós, espero que corresponda as suas expectativas.
Precisamos entender que nada é por acaso e que essa conversa que na hora não me fez sentido algum, era para fazer agora.
Rock levantou do chão assim que viu as líderes de torcida se aproximarem, sorriu para mim e foi embora atravessando a pequena multidão de alunos.
- Cat, não entendo como pode ser amiga da esquisita. Ember me falou.
- A esquisita tem nome Ember e é Rock. Falei seria ao me levantar.
- Os garotos falaram que eles viram ela em cima de uma árvore no parque desenhando. Ember falava como se fosse um crime tudo que a rock fazia.
- O que tem demais nisso? Perguntei.
Não obtive resposta, Ember começou a falar sobre outras coisas relacionadas a nossos ensaios para o jogo e tudo que eu fiz foi entrar na conversa.
Quando começou isso Rock? Éramos inseparáveis e agora você ia ao parque sozinha. Eu me lembro ensino médio ia começar e eu pus na cabeça ser popular e você não, eu entrei para as líderes de torcida e você não, no começo ainda era a mesma coisa de antes íamos juntas para a escola, fazíamos coisas juntas e depois se resumiu a sentar pela manhã no chão encostadas na parede do quadro de avisos e conversar e agora só sentamos e pouco conversamos.  Lembro de todos os assuntos que conversamos naquele lugar inclusive da namorada do seu pai.
*
- Meu pai arrumou uma namorada nova. Você me disse.
- Ela é bonita? Perguntei curiosa.
- Ela é loira e alta, é como o padrão de beleza exige. Você me disse rindo.
- Ela é legal com você? Perguntei.
- Sim. Você falou sem animo. 
- Maravilha. Disse animada.
- Ela se chama Cloe, tem olhos azuis e é veterinária. Você me contou tudo até como seu pai a conheceu.
- Sabe aquele café que meu costuma ir? Eu balancei a cabeça que sim. - Ele conheceu ela lá, conversaram sobre varias coisas e bum agora namoram.
Rimos de como foi rápido e você parecia confusa sobre o que sentir eu te encorajei a ficar feliz porque agora iria ter uma mulher na vida do seu pai e sua. Rock eu me lembro, me lembro do dia em que sua mãe morreu, estávamos brincando no quintal, seu pai atendeu o telefone que não parava de tocar e em seguida começou a chorar, éramos pequenas não entendíamos muito, era coisa demais para quem tinha 6 anos mas você foi tão forte.
- papai, tudo bem? Você entrou na cozinha junto comigo e perguntou.
Eu segurei sua mão com medo.
- vem aqui querida, me abrace. Ele disse e você foi.
- a mamãe, ela sofreu um acidente... ele falou e chorou.
- Ela vai ficar bem? Você perguntou.
- não amor, ela foi morar no céu. Ele te disse aos prantos.
Você não esboçou reação nenhuma por segundos e então disse.
- eu não vou mais vê-la?
- não querida. Ele tentou não chorar.
Então você olhou pra mim e chorou muito e eu te abracei, chorando também, porque não conseguia te ver chorar. Rock você só chorou naquela hora, depois no enterro você foi tão forte, entregou uma rosa a sua mãe deitada ali rodeado de pessoas, abraçou seu pai para conforta-lo, você me ensinou a ser forte.
Como fez isso?

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