Quatro

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Meredith PoV

Ele vira pra mim e fica me olhando
- Que foi hein?
- Você
Ele não para de olhar pra mim, eu sorrio
- Eu?
- Alguém precisa inventar um novo elogio pra fazer jus a você nesse momento, descalça, com meu moletom e absolutamente linda
Eu ri
- Para, vem cá
Ele vem me abraça e me beija
- Você tá muito linda e eu tenho muita sorte
Eu ri de novo
- Vem, vamos ficar um pouquinho no sofá, a cama tá cheia
Ele me levanta e me coloca no colo, minhas pernas em volta do corpo dele e eu beijo o pescoço dele, quando ele senta e eu me arrumo no colo dele e nos beijamos, me movo devagar em cima dele quando ele suga o lóbulo da minha orelha, então tudo se apaga, falta energia, não dá pra enxergar nada, eu suspiro
- Eu não acredito
Eu vou levantar e ele me segura
- Vai não
- Tem que pegar outro cobertor pras crianças e acender a lareira
Ele suspira
- Sobe que eu vou acender a lareira, então
- Ei, eu volto logo
Eu o beijo, levanto, pego o celular dele pra usar de lanterna e subo

Quando eu volto, a sala tá iluminada apenas pela lareira, ele tá sentado no sofá olhando pro fogo, é incrível como ele tá lindo, o casaco ainda tá aberto da nossa brincadeira de agora a pouco, eu fico algum tempo parada ali, admirando tudo aquilo, Andrew é maravilhoso, algo saído das histórias de contos de fadas, ele tem sido um pai pros meus filhos, super responsável e preocupado até demais, todas essas qualidades acabam ofuscando tanta beleza, ele é o tipo de homem que nunca passa despercebido onde quer que chega e ele nem liga, nem percebe isso, ele é realmente muito bonito
- Ei- ele me chama - Vem cá, tá fazendo o que aí?
Eu sorrio e ando até ele
- Tava admirando
- O que?
- Você
Ele ri sem graça e eu o beijo de leve, eu pego o zíper do casaco dele pra fechar e ele segura minhas mãos
- O que é que você tá fazendo?
- Você vai acabar ficando gripado
Ele ri
- Eu tenho uma médica particular, isso não será problema
Ele me deita no sofá e nós entregamos um ao outro sem interrupções.
Acabamos dormindo no sofá, tá muito confortável,eu não quero levantar, nem faço ideia da hora, quando ouço conversas, as crianças acordaram
- Achamos eles
O Bailey diz
- Eu disse que não cabia todo mundo na cama da mamãe
A Zola responde
- O tio Andrew é marido da mamãe?
O Bailey pergunta e eu começo a prestar muita atenção naquela conversa
- Não, ele é namorado dela
A Zola explica
- Como é marido?
A Ellis pergunta
- Se eles se casarem
A Zola continua explicando
- Eles vão se casar?
O Bailey tá muito curioso sobre isso
- A mamãe disse que não
- Mas por que?
- Ela disse que não tava pensando nisso 
- E se eles tiverem um bebê?
Eu não to gostando desse assunto
- A mamãe também não quer mais filhos 
- A mamãe não quer nada
O Bailey reclama
- Se tiver um bebê, tio vai ser papai dele?
A Ellis pergunta num tom muito sério
- É
- Eu não quero que o tio seja papai de um bebê
Eu fecho os olhos, essa conversa realmente tá indo pra um lado que eu não gostei
- Zozo, se o tio Andrew casar com a mamãe, ele vai ser nosso pai?
O Bailey cismou com isso de casamento
- Não, vai ser nosso padrasto
- Eu queria que ele fosse meu papai
A Ellis diz baixinho, de novo isso vai dar uma confusão
- Eu sei, Ellie, mas a gente já tem um papai lá no céu, só que você pode amar o tio Andrew como se ele fosse seu papai
- Pode?
O Bailey pergunta
- Pode, a mamãe disse que amar é infinito, a gente pode amar o papai e amar o tio Andrew e tá tudo bem, a mamãe disse que faz isso
Eu vou levantar e o Andrew me segura, eu olho e ele tá com os olhos marejados, ele sorri pra mim e sussurra
- Obrigado
Eu fecho os olhos e estou há um suspiro de chorar, eu levanto e as crianças me veem
- Mamãe
Nos arrumamos no sofá e eles se jogam na gente
- Nós perdemos a hora da escola
A Zola diz
- Não, vocês não vão pra escola hoje
- Não?
Eles comemoram
- Todo mundo vai ficar em casa hoje
Eles se olham surpresos e gritam, eu fecho os olhos, eles gritam pra tudo, nós levantamos e eles se arrumam no sofá pra assistir, eu subo pra pegar o meu celular e trocar de roupa, enquanto o Andrew faz café, ligo pros bombeiros pra avisar das árvores que foram muitas pelo que me informam, eles nem conseguem chegar aqui em casa, no momento, eu ligo pro Alex
- Hey
- Bom dia
- Você já tá no hospital?
- Já, você não?
- Eu fiquei presa em casa, caíram duas árvores e não dá pra sair daqui
- Vocês estão bem? Precisam de alguma coisa?
- Não, tá tudo bem, os bombeiros disseram que não dá nem pra chegar aqui
- Qualquer coisa me avisa, Deluca tá aí?
- Tá, você pode remarcar minhas cirurgias e avisar ao Richard sobre o Andrew?
- Claro, não se preocupe
- Obrigada, Alex
Eu desço e encontro o Andrew na cozinha
- Vai demorar um pouco pros bombeiros conseguirem chegar aqui
- Tudo bem, será um dia divertido
Eu sorri e sento na bancada
- Quanto daquela conversa deles você ouviu?
- Ouvi tudo
- Tudo?
- Sim, acordei quando eles desceram as escadas
Eu baixo a cabeça e ele vem até mim
- Você quer falar sobre isso?
Ele me pergunta
- Não
- Então nós não precisamos falar sobre isso
- Não é simples assim
- Mas pode ser, Mer
- Então você não quer falar sobre...
Eu não consigo terminar a frase
- Casamento?
Ele ri
- Você nem consegue dizer
Ele tá se divertindo com isso
- Para
Ele segura meu rosto
- Amor, eu casaria com você amanhã ou em 50 anos mas pra mim isso não muda nada, eu amo a nossa vida do jeito que é
Eu o beijo, não é possível que ele seja tão perfeito
- Mamãe
Eu levanto pra ver o que a Ellis quer
- Eu não casaria com você com 80 anos
- Ei, eu vou ser um coroa bonitão
- Hum, não sei, acho que você vai ficar careca
Ele passa a mão no cabelo rápido, eu dou uma gargalhada alta e vou pra sala

Parte 2 - Merluca T15Onde histórias criam vida. Descubra agora