Olá, me chamo Keth, e hoje, eu estou muito feliz, muito mesmo. Eu vou explicar porque..
Eu cresci em uma Duster City, uma cidade pequena, mas que era afetada pelas coisas exteriores, uma dessas coisas foi o estereótipo machista de que "mulheres só servem pra cuidar de casa". E foi ali que nasci, pensado que não poderia ser nada mais que apenas uma dona de casa, eu até que era feliz..mas no fundo eu me incomodava muito com isso, foi então que..um dia algo aconteceu..
Minha família era dona do banco da cidade, meu pai trabalhava todos os dias lá, enquanto minha mãe ficava em casa preparando o almoço, eu ficava com meu pai, ele disse que precisava de alguém pra arrumar tudo por la, e bem nesse dia que eu fui arrumar o local, alguns ladrões invadiram com revolvers, uma das primeiras coisas que eles fizeram, foi me pegar como refém dizendo que se ele não passasse o dinheiro eles meteriam uma bala em meu cranio, fiquei desesperada, pra uma criança de 7 anos isso foi algo totalmente traumante, eu achei que seria meu fim, meu pai começou a juntar o dinheiro ao me ver naquela situação. Estaria tudo perdido, porem eu vi o xerife da região se aproximando da porta do banco com seus reforços, meus olhos cheios de lagrimas brilharam, os ladrões disseram que iriam atirar em mim se eles fizessem algo, eu ainda estava desesperada, queria fugir, mas eles seguravam firmemente meus braços, o xerife como um flash, tirou seu revolver e atirou no braço do bandido que me segurava, eles se afastaram, pelo que parecia eles não estavam dizendo a verdade, pois nem balas eles tinham, fiquei na escada do banco observando o xerife prender aqueles ladrõezinhos de merda, ele após isso se aproximou de mim
Xerife: -Você esta bem pequena..? - Ele disse visivelmente preocupado
Keth: -E-Estou sim, senhor... - Digo tremula e alegre
Xerife: -Não vos preocupem, eu estou aqui pra lhe ajudar.. - Ele sorria enquanto bagunçava meu cabelo - Seja uma boa garota, ok? Eu tenho certeza que sera uma mulher linda e forteFoi nesse momento, com ele me dizendo essas coisas, que eu senti meu peito se encher de esperança, eu queria ser igual a ele, uma xerife forte e valente..mas... no fundo eu sabia que era impossível, ninguém iria me levar a serio, então teria que fazer tudo sozinha
A partir dai, eu pesquisei, li livros para aprender mais e observava o xerife todos os dias, eu via como ele se comportava e como ele usava seu revolver, eu estava me esforçando, mas ainda assim tinha meus baixos da vida.. Eu tenho um irmão mais velho, Daniel, ele era um biltre de pessoa, o tipo de cara que via as mulheres apenas como um objeto sexual ou um passa tempo, ele me obrigava a fazer coisas com ele.. Daniel passava a mão por meu corpo e me obrigava a saciar suas vontades e o mesmo foi quem tirou minha virgindade, ele me da nojo até hoje. Tirando Daniel e outros garotos que viam eu sonhando e riam de mim, pois pra eles "eu nem uma dona de casa boa seria". Vivi até meus 27 anos assim, fui obrigada a casar com o filho do xerife, disseram que for ele salvar minha vida, era assim que eu teria de agradecer, não me leve a mal, eu até gostava do George, porem ele não era quem eu procurava em um homem, ele nunca me apoiou, disse que eu estava ficando louca e que os amigos dele zombariam de mim, ele não queria que eu me sentisse mal por isso, mas não me apoiar me deixava pior ainda, como eu amaria alguém que quer que eu finja ser quem eu não quero ser? Bom..pelo menos uma pessoa me apoiava nisso, essa pessoa era o próprio xerife, meu sogro Sr. Clark, era um bom homem, ele não era machista, ele pensava que as mulheres poderiam trabalhar fora, seu único problema era que ele era racista..bom..parece que ninguém é tão perfeito assim nesse mundo. Clark me ensinou a atirar sem ninguém saber e ele deixava eu vestir o uniforme de vez enquanto, pra eu ver como eu ficaria. No meu aniversario de 26 ele me deu um revolver novinho em folha, disse que era pra usar apenas quando fosse 100% necessário. E foi...
Um dia, eu estava na janela de minha casa escrevendo em uma lista as coisas que eu precisava comprar pra fazer o almoço pra meu marido, até que vi 2 homens encurralando uma mulher em um beco, eu notei na hora que eles iriam estuprar a coitada, não poderia deixar isso assim, peguei o revolver que Clark me deu e fui até os homens. Não tinha ninguém na rua além de algumas crianças correndo no meio da rua de terra, então eu fui agir rápido. Ao chegar aonde os mesmos estavam eu não cheguei mirando, apenas disse de maneira firme
-Ei! A deixem em paz!
Eles olharam pra mim e sorriram, eu reconheci um deles na hora, Daniel, por que eu não estou surpresa..
-Qual é maninha, não estraga meus momentos, volta la pro seu queridinho e nos deixe em paz... - Ele disse sorrindo, até que ele olha pra seu companheiro e se vira pra mim - ...ou você quer se juntar a festa conosco minha cara? - Ele se aproxima de mim um pouco
-Cala-te!- Eu aponto o revolver pra eles - Eu disse para a largarem!
-Wowowo - Ele levanta a mão rindo - A princesinha tem uma arma, você sabia que isso não é coisa de mulher fazer?- Ele disse se aproximando um pouco mais de mim
-Eu já falei pra calar a boca seu paspalho! -Eu destravo a arma ainda apontando pra ele- deixem ela sair, agora!
-Você não atiraria no seu irmão por causa de uma rapariga né?
-Eu dou um tiro pro chão e volto a olhar apontar pra ele - De tua percepção toda mulher é uma rapariga!Os dois correm pra minha direção, eu não queria realmente atirar, apenas queria que a mulher fugisse, então corri pra fora do beco, os dois pularam em cima de mim, nessa hora já estávamos no meio da rua de terra. Eles me socaram e chutavam enquanto algumas pessoas se juntavam para observar, ninguém fazia nada e meu revolver havia sido jogado pro lado. Eu sabia que teria demonstrar levar isso tudo a serio então com muito esforço, eu alonguei meu braço até recuperar o revolver e atirei na perna dos dois, todos se afastaram um pouco ao notar que eu estava armada, o xerife chegou cavalgando em seu corcel marrom
-O que esta havendo aqui? -Ele dizia serio enquanto olhava pra mim, ele achava que eu tinha feito besteira com o poder que me deu
-Ela salvou minha vida senhor... -A mulher que foi encurralado se aproxima do xerife enquanto segurava firme suas mãos contra seus seiosEle sorriu enquanto olhava pra mim, ele viu que eu estava pronta e que esse povo machista teria de ver o poder que as mulheres tem que ter no mundo, ele prendeu os dois marginais e no dia seguinte, eu fui legalmente convidada a participar da academia de policia da região, esse foi o melhor dia da minha vida, além de ser a PRIMEIRA policial de Duster City, eu fiz meu próprio grupo de mulheres rebeldes, para que protestassimos de maneira pacifica para que as mulheres possam trabalhar. E hoje, depois de anos, depois de muito sufoco, eles permitiram que as mulheres possam trabalhar em trabalhos que apenas "homens praticavam". Eu me sinto vitoriosa, eu sei que isso, é o começo para uma coisa muito maior no futuro
Então se lembrem do meu nome, sou Keth Danver, atual xerife mulher de Duster City! E se você cometer um crime aqui, saiba que eu não permitirei, não na minha cidade!
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Não na minha cidade
Short StoryKeth, filha de um bancário, pensava igual a todos, até que um coisa a fez querer ser mais do que apenas uma garota comum pra época, uma pessoa alienada e fútil Ela tinha um sonho impossível de ser alcançado, porém depois de salvar uma vida, ela...