I'm hopeless, broken, so you wait for me in the sky;

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E então Stella abriu aquela porta, com uma chave que nem lembrava que tinha e num tom de voz desesperado, todos podiam ouvi-la gritar diante da sacada. Eu podia ouvi-la gritar entre o eco de seu choro que soava tão perto de mim, que, já não visível aos olhos dela, permanecia ao seu lado.

E um ano se passou desde aquele dia, é claro que sua vida seguiu... Como é a ordem natural das coisas, ninguém esperava algo diferente. Eu estava feliz, plena, por ela finalmente estar bem.

2 meses depois decidiu apostar em um namoro que lhe ofereceu um despertar de aventuras, um rapaz que aparentemente estava disposto a ser algo bom para ela chamado Brandon. Eu, que não havia mais nada a oferecer, apenas torcia que ela encontrasse paz aonde quer que fosse, com quem quer que estivesse. E haviam dias bons, estava acompanhando isso de forma atenta. Ela estava finalmente curtindo um pouco da sua vida, tentando deixar seus medos de lado, impondo seus critérios, naquele tom forte e autoritário. Isso me deixava satisfeita, ver que ela tinha o controle da situação me deixava satisfeita.

Estávamos na varanda da sua casa, tomando alguns refrescos e jogando conversa fora como de costume, ao olhar para o céu que estava sendo iluminado por estrelas tão lindas, deslizei a mão pelos meus cabelos ruivos para trás, me deparando com seu olhar logo após, junto a um sorriso envergonhado que se estampava naquele rosto angelical.

- O que foi? - Perguntei envergonhada, mas preocupada, apostando que havia algo de errado comigo, ela estava apenas me observando bastante naquele dia.

- Não, é só que eu poderia memorizar esse momento por toda minha vida. Eu poderia pará-lo, por mais alguns dias e estaria tudo bem. Gosto de estar com você. - Aquilo me soava de forma tão certa, logo ela que costumava vir até mim com tantas coisas pesadas e eu sentia essa sede de cuidá-la, de protegê-la, de buscar algum tipo de alegria para seu estado de espírito.

- Sabe, ouvir isso de você é tão gostoso. Você é tão rara e eu gosto disso. - Me levantei, oferecendo minha mão para segurar, arrastando-a para a mesma varanda, em um espaço pequeno mas suficientemente ideal para uma pequena dança.

- O que você está tentando fazer? - Novamente, sua sombra tímida estava vívida em minha direção, mas estampei meu sorriso, puxando-a mesmo assim, dessa vez com mais firmeza.

- Não sorri assim para mim, Beatrix. - ela apoiava agora suas mãos entre meus ombros e repousava sua cabeça no meu canto. - Eu não sou boa nessas coisas...

- Shhhh... Me deixa curtir um pouco, quero poder memorizá-la para sempre também. - Estava tocando Let Her Go do Passenger na rádio, mas no momento não parecia importante, nós seguíamos apenas o ritmo calmo da música e isso parecia suficiente.

- Você me faz ter tanta raiva as vezes. - Podia ouvir alguns grunhidos vindo dela, eram alguns sons de irritação que ela fazia quando ficava sem jeito. Desapoiava sua cabeça dos ombros, me encarando dessa vez, e passando sua mão pela minha testa, deslizando seus dedos para trás, afastando meu cabelo que estava caída na testa. - Porque você tem que me tratar assim?

- Assim como? - Sentia o tom suave de seus dedos entre meus cabelos, ainda encarando seus olhos azuis, evitando fixar por tanto tempo, desviava envergonhada. - Eu não entendo sua raiva.

- Você sabe... Eu não mereço... - O vento veio mais forte dessa vez, num momento certo, já que eu começara a sentir meu corpo arder de calor.

- Novamente? - Segurava sua cintura com força, ainda acompanhando seus passos, tentando não pisar em seus pés, mas direcionei meu dedo indicador da mão direita em seus lábios. - Por favor, você veio até mim e quero te trazer algo parecido com luz.

Golden - StellatrixWhere stories live. Discover now