UM

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Tudo começou em um dia comum.
Acordar cedo, ir a escola e aula,aula e mais aula.

Tudo estava o mais normal possivel,eu era exatamente o que qualquer garota da minha idade queria ser. A descolada, inteligente, bonita e a sortuda que namora o capitão do time de futebol.

Não posso dizer que é tudo perfeito em minha vida, tenho uma familia um tanto problematica, se é que vocês me entendem.

- Mãe cheguei- Grito quando atravesso a porta de casa. Mais um silêncio total invade o casa.

Jogo minha mochila em um canto e começo a subir os degraus da escada que vai para o andar de cima da casa. Passo por passo vou seguindo pelo corredor.

Gemidos sufocados me deixam alerta, me guiando exatamento pra onde eu preciso ir.

Ao chegar na frente do quarto dos meus pais escuto vozes abafadas como se tivessem notado minha presença ali, paro um instante pra poder ouvir atras da porta e ouço uma voz totalmente familiar a mim dizendo para a mulher não se preocupar que não havia ninguém ali. Era nosso vizinho Carlos.

Num impulso maior e repentino giro a maçaneta e vejo a cena mais deplorável do mundo. Imediatamente a mulher pula da cama tentando de uma maneira ridícula tapar o que até a minha próxima geração vai ter gravado na mente,tamanho o trauma que isso me causou. "Vou precisar de muita terapia." foi meu primeiro pensamento.

- filha não é oque você está pensando- Aquela mulher suja na qual eu chamava de mãe diz em prantos.

- Puta merda- Foi só oque consegui pronunciar. Sai batendo a porta e me trancando no quarto com a vista ja embaçada.

Como se fosse em um filme cliche a cena acontece. Fecho a porta atras de mim ja sentindo as lágrimas escorrerem, não foi de tristeza mais sim de pura raiva, uma mistura de sentimentos horríveis se formando dentro de mim. Minha família nunca foi uma família e pelo jeito nunca vai ser.

Com um piscar de olhos ja estava a senhora religiosa e respeitosa da sociedade, dona fernanda minha mãe em minha porta, batendo como se sua vida dependesse disso. E dependia.

- filha abra a porta vamos conversar!?

- some daqui e eu não sou sua filha- digo entre soluços.

-filha eu posso explicar tudo.- disse minha mãe chorando muito.

- Eu não quero ouvir nada agora, sai daqui.- senti o ar sumindo dos meus pulmões por causa do choro, quando ouvi o carro do meu pai chegando.

Abri a porta e sai correndo quase pisando em minha mãe de joelhos na porta.

- Pai! Pai! - Eu disse descendo as escada de dois em dois degraus ao prantos e pulando no seus braços.

- Oque foi filha? Porque ta chorando tan... -  Ele parou de repente de falar, virei um pouco o rosto e com as mãos tirando alguns cabelos do rosto, vi minha mãe no topo da escada agora com um roupão olhando pra nós. E como em um sussuro quase que sem voz alguma ela pronunciou as seguintes palavras.

- Me perdoem, eu vou amar vocês pra sempre. - Depois disso fiquei quase surda com um estrondo horrível que veio do topo da escada.

Tapei meus olhos mais não antes de ver minha mãe rolando escada a baixo com seu roupão manchado de um vermelho tão vivo.

Meu pai saiu correndo para ampara-la, mais eu fiquei ali, sem reação, totalmente em choque. A vergonha de uma traição foi mais forte que sua vontade de viver, ela preferiu tirar a própria vida ao invés de reconhecer seu erro e encarar um divórcio como uma pessoa comum.

" Alice, Alice"

Eu ouvia uma voz ao longe chamando por mim mais não conseguia me mover, eu não sabia o porque , não sabia oque estava acontecendo, só não conseguia me mover.

Foi quando senti as mãos de meu pai em meu ombro é que acordei daquele pesadelo interno, para poder viver no pesadelo externo.

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⏰ Última atualização: Dec 25, 2019 ⏰

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