Capítulo Único - Quem é o Papai Noel?

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Vou deixar aqui algumas notas que acho interessante.

Aia: Garota que governa a casa
Akinori: Brilhante exemplo

Espero que gostem e, mesmo faltando alguns dias, espero que tenham um feliz Natal ❤

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O dia amanheceu chuvoso, algo estranho para uma véspera de Natal. As ruas do bairro estavam enfeitadas e, de noite, os pisca-pisca eram testemunhas da euforia e brincadeira das crianças, como também dos casais apaixonados.

-Paaaai! - Kamado Aia gritou, correndo em direção a Tanjirou. - Quando o Papai Noel vai chegar? 

A pergunta da pequena não era uma surpresa. Aia tem cinco anos, cabelos negros e olhos dourados. Tanjirou a conheceu no orfanato e, a conexão dos dois fora imediata, não surpreendendo ninguém quando o Kamado anunciou que iria adota-la. Mesmo sendo muito esperta para a idade, Aia ainda acredita em contos de fadas, sendo o Natal a sua favorita.

-Deixa disso, Aia, papai Noel não existe - Antes que pudesse responder, o mais velho apareceu. Kamado Akinori tem doze anos e, ao contrário de Aia, é totalmente cético em contos de fadas. Akinori foi o primeiro a ser adotado, quando tinha dez anos e, mesmo que acabe demonstrando de forma errada, guarda em seu coração um enorme desejo de proteger sua família.

A adoção de Akinori foi difícil, pois o garoto foi abandonado na rua, sem documentos. A única coisa que lembrava era seu nome. Acabou criando uma grande admiração por Tanjirou e, faz de tudo para ver seu pai feliz. Akinori possui um grande orgulho em mostrar seus olhos vermelhos na rua, pois são iguais aos de Tanjirou. Parou de tentar colorir o cabelo loiro ao ouvir do pai que amava aquela cor única que o menor tinha.

-Hmm, não diria que ele não existe - Tanjirou respondeu, pegando Aia no colo. Estava preparando o jantar, mas não se importava em parar quantas vezes fossem necessárias pela sua família.

-Como assim? - Aia e Akinori questionaram ao mesmo tempo, fazendo Tanjirou rir

-Bom, uma vez vi seu avô vestido de papai Noel. E na época, fiquei muito triste, pois assim como você Aia, acreditava muito nele - Tanjirou comentou, enquanto ia para a sala de estar e sentava com a pequena no colo.

-Viu só? - Akinori comentou encarando Aia, mostrando a língua num insulto cotidiano na casa.

-A vovó viu que eu estava triste e contou uma história. Querem ouvir? - Tanjirou questionou, enquanto ajudava Akinori a se sentar ao seu lado. Vendo a confirmação, olhou o teto e começou.

"Há muito tempo, existia um homem que gostava de fazer brinquedos de madeira. E sem cobrar nada em troca, presenteava as crianças na rua. Ele vivia num lugar pobre, e conforme o tempo passava, a tristeza das crianças o magoava mais e mais.

Um dia, ele decidiu mudar isso. E dia após dia, guardava em sua casa tudo que julgasse ser útil para fazer brinquedos e roupas. Acabou tendo que pedir ajuda aos adultos que conhecia e todos, contagiados pela vontade de trazer alegria ajudaram, durante um ano inteiro.

Numa noite, ele juntou tudo que fizeram e saiu pelas ruas, entregando os presentes de casa em casa. A alegria das crianças ao verem os presentes, o fez ter o desejo de continuar. Ano após ano, as crianças aguardavam ansiosas aquela data, correndo euforicas pelas ruas.

Mas um dia, como já estava velhinho, o homem morreu. Os adultos não sabiam o que fazer, pois não queriam que tudo acabasse assim. Então decidiram, iriam continuar a tradição a sua maneira.

Todo ano, uma família escolhe alguém para ser o Papai Noel da casa, e assim, espalhar a alegria. Como o senhor que começou tudo amava vermelho, fizeram uma roupa especial em sua homenagem, para mostrar a ele, onde quer que esteja, que seu desejo continua vivo."

-Então você vai ser o Papai Noel? - Aia questionou, com os olhos brilhando - Meu papai é o Papai Noel!

-Papai não disse isso, Aia - Akinori comentou, tentando esconder a alegria que estava sentindo

-Verdade, pode ser eu ou o Rengoku - Tanjirou comentou sorrindo, ao ver o noivo abrir a porta e tentar esconder os presentes

-Pai! - Aia correu para o loiro, que foi rápido em pega-la no colo - Me diz, você é o Papai Noel? Eu não conto pra ninguém

-Eu te conto amanhã, princesa - Rengoku riu, enquanto caminhava até Tanjirou - Cheguei, vamos jantar?

-Vamos - Tanjirou sorriu ao sentir o beijo de Kyoujurou em sua testa - Me ajuda a por a mesa, Akinori?

-Sim, pai - O pequeno segurou sua mão e o puxou em direção a cozinha, sorrindo animado ao poder ajudar Tanjirou

A noite foi tempestuosa, Aia não parava quieta, querendo descobrir qual dos seus pais era o Papai Noel, queria a todo custo saber esse enorme segredo. Somente as dez da noite, a pequena cansou e Rengoku conseguiu colocá-la na cama.

-Ela gostou mesmo da sua história - Kyoujurou comentou, abraçando Tanjirou na cama

-Eu amo essa história, sabe bem disso, Kyou - O Kamado respondeu sorrindo, se perdendo nos olhos dourados do noivo

-Eu amo você, cada pedacinho - Rengoku respondeu, diminuindo a distância de seus labios e, em fim, iniciando um beijo calmo, demonstrando todo amor que sentia

-Eu também te amo Kyou, cada pedacinho - Tanjirou murmurou, com o rosto vermelho - Vamos dormir

Quando o dia raiou, o quarto foi invadido por duas crianças eufóricas, assustando ao casal. Aia e Akinori ainda estavam de pijama, quando se jogaram em cima dos dois.

-Quem foi? Tem presentes! Papai, tem presentes! - Aia gritava animada

-Eu acho que foi o pai - Akinori comentou, se referindo a Tanjirou, enquanto abraçava o kit de Química que tanto queria

-Foi o Papai Noel! - Aia gritava, pulando na cama - Foi o Papai Rengoku! Eu sei disso! Ah papai, os vovôs estao aqui!

Igual a tempestada da noite anterior, os irmãos saíram do quarto, deixando dúvidas na cabeça de Tanjirou e Rengoku.

-Meu pai fez de novo - Tanjirou riu, quando as peças se juntaram em sua cabeça

-Ele quer ser o Papai Noel sempre - Kyoujurou comentou rindo, antes que Tanjirou se levantasse, o loiro abriu una gaveta no criado mudo e puxou uma pequena caixa, a entregando ao noivo - Feliz Natal, amor. Abre, sei que está curioso.

Quando Tanjirou abriu a pequena caixa, lágrimas escorreram de seus olhos. Eram um par de brincos, idênticos aos que seu pai lhe deu quando criança.

-Como? - Tanjirou não conseguia formular uma frase direito, não imaginou que os veria novamente.

-Quando a gente se conheceu, você me contou que seu bisavô os deu a seu pai, e ele te deu os brincos quando decidiu adotar a Aia. Também disse que eles foram levados num assalto. Eu conversei com seu pai e bem, foi meio difícil os refazer quando só tínhamos fotos, mas, não impossível.

Rengoku sorriu, limpando as lágrimas dos olhos de Tanjirou e distribuindo beijos por todo seu rosto e enfim parando em seus lábios. O ósculo era calmo, não precisavam ter pressa, mas era coberto de sentimentos, se amavam demais e, acima de tudo, amavam a família que tinham.

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Gostaram? Deixem suas opiniões ❤
Como eu queria fazer algo desse casal, decidi começar por uma one amorzinho ❤

Até a próxima ❤

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