A avó de Yeri é uma alfaiate que vive aos custos de suas pequenas façanhas. Ela, uma órfã que perdeu o pai para a guerra. Apoiada com os cotovelos e pés no sofá, observando através da janela, a primeira neve cai e, com ela, lágrimas cristalinas.
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O ETERNO
A carta caiu aos pés da árvore e Yerim esfregou as bochechas rosadas e irritadas pelas lágrimas. Quanto tempo havia se passado desde que experienciara um sorriso sincero de acordo com o que o ato realmente significava? Há quanto tempo ela vem se definhando pelos suspiros tênues daqueles que sumiram na ponta dos pés enquanto nossas preciosas bolhas de sonhos distantes conduziam noites para que estas não fossem em claro e perecessem a dançar suavemente por nosso corpo? Ela não sabia. Definitivamente não sabia.
A avó a viu de rosto molhado e avisou que a carta chegara na semana anterior, mas que evitou entregá-la porque não achava que estaria preparada para as despedidas invernais sendo que seu estado de espírito pesava mais do que uma baleia azul. Yerim não queria carregar a dor do mundo inteiro e muito menos dizer adeus sem todas as letras na ponta da língua, por isso entendeu e perdoou.
Suas amigas Wendy, Joy, Seulgi e Irene chegaram logo depois que os fogos coloriram os céus negros da madrugada. Yeri podia jurar que seu coração despertou de uma hibernação tristonha em que suas memórias delicadas travaram uma batalha contra o medo da perda e dos restos. Foi então que descobriu que a vida não era feita das coisas que foram, mas das coisas que permanecem independentemente do tempo querendo desgastá-las ou arrancá-las de nós. Ela era a bandeira da paz que se levanta quando se rende pelo bem, o que com certeza seu pai mais aprovaria. Por isso, não queria se arrastar pela neve enquanto as lágrimas se tornavam estalagmites ou estalactites cristalinas. Fazia muito tempo que se abrigava em uma caverna, mas era hora de ver o sol nascer.
Sooyoung lhe deu uma boneca de pano ruiva, Wendy um bordado natalino, Seulgi uma carta e um origami de castelo e Irene um gorro cor de mel. Yerim se sentiu muito agradecida pelo apresso, mas sabia que nada mais valia do que a companhia de seus corações que podia muito bem pendurar árvore mental de boas memórias e pessoas que vão permanecer sem custo.
Com um sorriso sapeca no rosto, Yeri levantou-se e foi buscar seu presente. As amigas entreolharam-se suspeitosamente, mas com um sorriso curioso nos lábios.
Ela voltou com bandeiras brancas feitas à mão. A haste consistia em um palito de dente e a bandeira um pedaço de cartolina retangular preso ao palito com uma fita adesiva. Entregou para cada uma de suas amigas e foi absorvendo as reações cuidadosamente para que jamais pensasse vez sequer perder suas preciosas andantes de milagres e alegria. E, claro, sua avó.
— Uma bandeira da paz, para todos — levantou o pequeno enfeite que segurava. — Em guerra, na amizade, no amor ou durante o conhecimento, renda-se ao perdão e jamais se entregue à morte que afasta e corrompe, porque ninguém vai embora para sempre. A vida é eterna em nossa memória e não se vale chorar pelo que se foi, porque a magia do que é eterno se forma através de um sorriso nostálgico.
MEUS AMIGOOOOOOS AJDJSJJXKZKXKXKS EU NÃO TENHO NEM PALAVRAS. de verdade, não sei nem por onde começar. sei que tá todo mundo cansado se saber, mas eu amo o natal e por causa disso me vi na obrigação de fazer um presente para vocês. tanto que vocês merecem mesmo por sempre me apoiarem no que eu mais amo fazer. espero que com essa historia eu tenha feito vocês entenderem que as pessoas são eternas na nossa vida, porque fazem parte de quem somos. então não deixe que a morte de alguém, por exemplo, te traga a queda e a escuridão. viva como essa pessoa gostaria de te ver vivendo: plena e feliz, espalhando o amor que cultivou durante sua estadia. e lembrando que o ciclo da vida é assim e, caso você acredite que existem outras vidas, pense que em apenas essa você vai ser exatamente quem é.
eu os amo demais!!!!! muito obrigada por serem meu maior presente de natal. comam muito se vocês comemorem, mas caso não, não esqueçam de relembrar aqueles que se foram.
