Capítulo 14

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S/N POV

Duas semanas.

Há quase duas semanas, desde aquele dia, em que fui vista propositadamente aos beijos com Lauren, Camila e eu não trocamos olhares, nem sorrisos provocativos e nem mesmo pequenos conflitos de ego dentro da sala de aula. Afinal de contas, fiz o que fiz, por ciúmes e raiva pura. Porque, no fim das contas, se fico, ou não, com outras garotas, não é algo que realmente lhe diga respeito e o mesmo vale para mim. Porém, ao entrar no seu joguinho imparcial e provocativo, aquela mesma sensação estranha de tempos atrás vem me corroendo de novo e parece ter ficado muito mais forte depois de vê-la aos beijos com outro cara. E, merda! Eu não deveria dar a mínima para isso. Afinal, combinamos que seria apenas sexo e nada além disso. Somos somente duas pessoas que querem saciar o desejo entre quatro paredes e ponto. Fora delas, a situação é completamente diferente. Só que eu não imaginava que a ver aos beijos e nos braços de outro fosse tão angustiante e que aguentar sua indiferença se tornaria tão difícil quanto quando a vejo nos corredores, ou na classe, fingindo que eu sequer existo, que sou apenas mais uma entre seus alunos. Que sou apenas mais uma entre suas fodas.

Um embrulho incomum me acerta o estômago.

Ainda que eu lute contra, a cada dia que passa sinto-me mais e mais agoniante. O que só piora quando ela está com o otário do professor de matemática, distribuindo sorrisos, toda sem jeito e olhares cheios de significado que antes eram todos direcionados a mim.

Respiro fundo e apoio as costas no batente da cadeira, desviando a atenção para qualquer coisa que fosse só pra dispersar novamente a tão intensa, estranha e desconhecida emoção que me toma mais uma vez em uma dorida investida, no entanto, minha atenção é puxada para o canto do estacionamento, onde um Fiat toro prata está estacionando. A porta se abre e um salto alto fino estilo sandália Nobuck vem para fora. Meus olhos sobem acompanhando a perna bem torneada na saia clara e minha respiração trava e meu coração acelera quando a garota sai do carro, me dando a visão completa do seu corpo e rosto que acordaram um vulcão na região da minha virilha: Camila. Ela abre a porta traseira do carro e se inclina para alcançar algo lá e eu gemo baixinho com a visão da sua bunda. Meu pau acorda, engrossando, enquanto imagens de nós duas fodendo ensandecidas a duas semanas atrás me assaltam, porém, meu rosto se fecha quando vejo Shawn sair do carro e se aproximar dela. Camila se endireita, colocando uma mochila no ombro e o babaca tranca o carro. Shawn faz um gesto com a cabeça em direção as escadas, fazendo-me erguer os olhos sorrateiramente só para ver ele deslizar a mão pelo braço de Camila, com mais intenções do que deveria. Aquela sensação revira meu estômago e assim que a vejo sorrir, meu sangue ferve e sou obrigada a apertar as mãos em punho para não sair da sala e causar mais do que uma discussão boba entre professores e aluna. Continuo observando-os conversar e, talvez sentindo que meus olhos estão sobre si, Camila ergue um pouco o rosto para cima e nos encaramos, como há dias não fazíamos. Tenho vontade de ir até onde ela está, puxá-la para qualquer canto e beijar-lhe a boca, como venho desejando essas duas semanas que vem me ignorando mutuamente. Mas assim que ela desvia o olhar e devolve a atenção para o babaca ao seu lado, solto um suspiro e pego o celular dentro do bolso da calça para me distrair, enquanto a professora não chega, senão vou ficar maluca.

— Se a sua intenção é disfarçar, desculpe dizer, mas você não está conseguindo, S/N. – Suspiro, junto com a risada sem humor dela e viro meu rosto, dando de cara com Becky.

— Não sei do que está falando, Becky. – Seus lábios torceram num riso de escárnio.

— Ah, por favor, S/N! Ficará nessa até quando? Aquela professorinha não é o seu tipo. – Encaro-a e, pela centésima vez, respiro fundo.

— E qual é meu tipo, Becky? – Abri um riso cínico. – Você? – Meu tom foi escarnecedor. – Você é bem observadora, Becky. Admito. Mas eu não sabia que observar uma pessoa se torna algum tipo de perversão nessa sua mente desmiolada e fútil. – Digo concisa. Sua boca se abriu com minhas palavras cruas, mas não emitiu nenhum som, mas logo ela se recompôs e veio para mim, debruçando-se sobre minha carteira. Sua coxa tocando minha perna. Seu uniforme estava com os botões abertos, deixando boa parte dos peitos volumosos, bem na minha cara. Sua mão desceu pelo meus seios todo o caminho até meu pau.

Irresistible Student ( Camila/You G!P )Onde histórias criam vida. Descubra agora