Capítulo único

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But I wonder where were you
When I was at my worst
Down on my knees
And you said you had my back
So I wonder where were you
When all the roads you took came back to me
So I'm following the map that leads to you
~ Maroon 5 - Maps

Como você se sentiria, se sua amada lhe deixasse?

Lhe deixasse no seu pior momento?

Seu pai sendo levado pela viatura da polícia, o corpo de sua mãe sendo retirado de um porão em sua casa que você nem sabia da existência e, dois dias depois, a garota que você mais ama, te informa que vai cruzar o oceano para realizar um sonho?

Provavelmente você se sentiria como eu, quebrado.

Quantos anos você acha que demoraria para superar?

Eu demorei três anos.

Três anos para que eu pudesse pensar no assunto, relembrar do passado e não desatar em lágrimas sem fim.

Três anos até eu ter uma noite tranquila, sem pesadelos com Hawk Moth, o corpo de minha mãe ou com Ladybug me abandonando.

Três anos.

Agora, deixa eu te perguntar, como você se sentira se, em uma tarde qualquer, no meio de um café em sua padaria favorita, seu celular lhe informasse de uma nova notícia.

Uma notícia de um jornal americano, onde sua amada, sua Lady, voltasse a atuar como heroína.

Depois de três longos anos sem lhe mandar notícias, ela reaparecesse do outro lado do oceano, como se nada tivesse mudado?

E o pior, com outro super herói ao seu lado.

Nós poderíamos ter tido tudo, mesmo não sendo fácil, eu aceitaria ser seu eterno bom amigo, apenas para lhe ver todo dia feliz, mas não...

Você cruzou o oceano, me esqueceu, me trocou...

Eu sempre estive aqui, por você.

Te vi diversas vezes temer, subestimar suas próprias qualidades, fui eu quem te viu dizer que não era capaz, fui eu quem te abraçou e provou o contrário, sempre fui eu.

Mas e quando eu precisei?

Quando eu vi meu pai se transformar no meu maior inimigo, quando vi minha mãe sair do porão da minha casa, onde você estava?

Por isso entrei naquele avião, eu queria saber, eu queria entender.

Por isso segui as notícias, me transformava a noite nas ruas norte americanas e te procurava, procurava um vulto vermelho ou até mesmo aquele tal cara com o qual você aparentemente tinha me trocado, até te achar.

Quando você me viu, lembra da sua reação?

Você fugiu.

Mais uma vez fugiu de mim.

Quando te alcancei, você chorou.

Chorou até soluçar, me abraçando e me levando junto ao chão.

Abraçados chorando, até o silêncio atingir os dois e os soluços lentamente diminuírem até quase sumir completamente e ficaram apenas dois bobos com olhos inchados, ajoelhados em um telhado qualquer.

Eu, fui o primeiro a perguntar, por quê?

Você, a primeira a deixar a máscara cair, me levou ao seu apartamento e me ofereceu uma caneca de chocolate quente e respostas.

Você não sabia.

Não sabia que era meu pai, ou melhor, sabia que era o pai de Adrien, não de Chat.

Seguiu seu sonho, mas nunca me esqueceu, voltou a ser heroína para tentar cobrir o vazio e assim que percebeu que não conseguiria sozinha, chamou um amigo do trabalho para lhe ajudar, mas nunca me substituiu, me revelou que descobriu uns meses antes de voltar a combater o crime a minha identidade, o que apenas aumentou o vazio.

E agora, com você deitada em meu ombro, no sofá do seu apartamento, com a TV em um canal qualquer e eu com um sorriso bobo nos lábios, posso dizer que estamos inteiros novamente.

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Espero de coração que gostem, é a primeira vez que compartilho com alguém alguma one-short minha, também desejo voltar a publicar alguma coisa logo. Peço desculpas se a história não agradar ou por possíveis erros ortográficos.

Com amor,
Isa

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