HEATHERS - BTS!AU

Capítulo 12: The Tinest Lifeboat

O CAPÍTULO A SEGUIR ABORDA CONTEÚDO SENSÍVEL, COMO ANSIEDADE, DEPRESSÃO, SUICÍDIO E INDUÇÃO DE REMÉDIOS. SE VOCÊ FOR SENSÍVEL À TAIS TÓPICOS, NÃO LEIA!

— Jimin, finalmente! Só resta você para a palestra - O Sr. Fleming apareceu no pátio, puxando Jimin pelo braço e com um sorriso no rosto.

— Droga, esqueci dessa coisa. Cristo - Resmungou Jimin, sendo levado até o auditório, onde a maioria dos alunos se encontravam.

— Mostrem animação, crianças! - Ele disse e se colocou na frente das câmeras. Câmeras? Aquela merda iria ser televisionada? Mas que merda... Jimin pensou. Logo as câmeras foram ligadas, e a transmissão se iniciou — Olá, Westerburg!! Por favor, ignorem a presença das câmeras e dos repórteres! Sintam-se à vontade - Ele disse, os alunos se entreolharam. Jimin olhou ao redor, e pôde ver ali no meio da multidão, Yoongi, que olhava para Jimin de relance. O Park desviou o olhar e abaixou a cabeça. A palestra seguiu de forma entediante, o Sr. Fleming falou das vítimas de suicídios, e pediu para alguns alunos desabafassem sobre seus problemas, mas ninguém se pôs a frente. Claro, era um assunto delicado. O Sr. Fleming então, resolveu ir na frente e dar início.

— Okay. Meu nome é Joseph, eu moro sozinho. Sou divorciado e minhas crianças cresceram. Nos anos 60, o amor era livre, mas isso não funcionou tão bem para mim. Tentei mudar o mundo, mas nem cheguei perto. Eu lutei com o desespero. Eu me juntei à uma cultura. Cortei meu cabelo. Eu cantei, rezei, mas Deus não está, então Constance. Estou terminando o nosso namoro... - Dito isso, todos se calaram e olharam a professora de física, cujo todos desconfiavam do namoro alheio. E agora estavam certos de sua teoria. Logo o professor soltou um suspiro pesado e sorriu — Ufa, isso me fez me sentir melhor! - Logo ele puxou uma onda de aplausos e olhou em volta para ver se assim, alguém queria se pronunciar. Jimin olhou em volta e uma voz grave soou no meio da multidão.

— Eu já tentei me matar.... Recentemente - Taehyung disse, agarrando as cordinhas da touca de seu moletom amarelo clarinho, encarando o chão. Logo todos olharam para ele de forma surpresa, e começaram a cochichar entre si, não esperavam aquilo vindo de um Kim.

— Mas que merda você tá fazendo? - Namjoon cutucou o Kim e Sr. Fleming fez um chiado de silêncio com a boca, e então todos se calaram, inclusive Namjoon.

— O cara que me ajudava a pegar garotas se matou porque ele era gay por seu linebacker. E meu melhor amigo que parecia ser perfeito se foi também. E agora meu estomago dói mais e mais, e todo dia no ônibus meu coração acelera e eu fico tipo: "Jesus Cristo, eu estou na droga do ônibus cheio de novo porquê todas as minhas caronas pro colégio estão mortas" - Aquela frase poderia ser de certa forma engraçada. Mas mostrava como a ansiedade de Taehyung era ou poderia ser — Eu me sinto como num barco flutuando, num mar negro e furioso. E é como se alguém desse barco, tivesse que sair para o barco não afundar. O menor bote salva vidas - Taehyung suspirou e fungou uma vez — E o capitão está sempre gritando comigo. Bem, quem é que nomeou ele capitão, não é? - Ele forçou um riso, Namjoon enfurecido entrou na frente e segurou o braço do mais novo com força, o forçando a olhar para ele.

— Qual é, Taehyung. Está dizendo que Westerburg High não é um bom lugar? Então pegue seu barquinho e navegue para bem longe daqui, tire o seu cinza das nossas cores!! - Namjoon exclamou e Taehyung em defesa se encolheu. Todos no círculo concordaram com Namjoon, gritando com Taehyung, e logo o mesmo apertou os olhos — Oh, olhe só! O Taehyung está chorando? - Todos forçaram um som de pena e dó, e Taehyung saiu correndo dali e Jimin se apressou para ir atrás, todos riram mas logo tomaram uma bela bronca do Sr. Fleming, que repreendeu todos no círculo.

— Kim Namjoon, você está suspenso! Desligue as câmeras. Desliguem as câmeras agora!! - O Sr.Fleming começou a fazer sinais para que as câmeras desligassem e parassem com a transmissão.

— É isso que te convém? Câmeras de televisão? - Jimin se pôs na frente, ganhando a atenção de todos.

— O que me convém é salvar vidas! Kim Namjoon arruinou uma oportunidade de aprendizado valiosa! - Rebateu o professor, e Jimin riu de forma sarcástica.

— Valioso? Nenhum de nós queria fazer parte desse espetáculo para sermos testados como porquinhos da Índia! - Jimin estava uma pilha de nervos, não podia acreditar que a escola estava usando um assunto sério para uma mera aparição na TV fingindo que se importavam com o que acontecia com seus alunos — Seokjin confiou em você! Você disse que iria protegê-lo! Você é um idiota! Vocês todos são idiotas! - Jimin exclamou e logo Yoongi saiu do meio da multidão, segurando o pulso do Park.

— Jimin, você devia se sentar. Já chega por hoje - Pediu ele com a voz baixa, o Park puxou seu pulso de volta e empurrou Yoongi.

— Não! Seokjin era um monstro, assim como Hoseok e Jimin. E eles não se mataram. EU MATEI OS TRÊS - Jimin exclamou e sua frase ecoou pelo ginásio, fazendo todos ficarem em silêncio e olharem para ele, Jimin logo percebeu a merda que havia feito e tampou a boca com ambas as mãos, com os olhos arregalados — E-eu... - Jimin tentou dizer enquanto todos o encaravam, porém Jimin não conseguia decifrar o que pensavam sobre ele. Logo Namjoon começou a rir, logo todos começaram a rir também.

— As pessoas realmente acham que falar qualquer coisa vai fazer com que elas fiquem populares, não é mesmo? - Namjoon bateu seu ombro no de Jimin e se afastou. Jimin com toda a pressão sob seus ombros, saiu do ginásio, e graças aos céus, ninguém foi atrás dele, mas ele pôde ouvir Yoongi chamar por seu nome no meio do mar de risadas.

(...)

Taehyung entrou no banheiro masculino e encostou a porta, andou até a pia onde puxou de seu bolso um frasco amarelo, ainda lacrado. Ele estava decidido, aquilo havia sido a gota d'água pra ele, ele iria ter paz finalmente, iria para um lugar melhor. Pelo menos, se ele conseguir abrir o frasco.

— Porcaria de lacre à prova de crianças - Taehyung grunhiu tentando puxar o lacre do remédio com os dentes.

— Oh, olhem! Taehyung vai chorar a noite toda! - Uma voz disse enquanto Taehyung estava concentrado em tentar tirar o lacre. O Kim subiu o olhar para o espelho e lá, ao invés de seu reflexo, ele viu todos os alunos de Westerburg High, com olhos vermelhos que penetravam sua alma e faziam seu peito doer — Você não merece viver! Ande, chore como se não existisse Papai Noel. Você é tão patético porque chora. Você está fora do time, Kim - As vozes diziam e as lágrimas corriam pelo rosto de Taehyung, sua mágoa era tanta, que por fim, ele conseguiu abrir o frasco, virando as pílulas dentro da boca. Ele tentou engoli-las de uma vez, à seco, porém ele fora derrubado no chão do banheiro.

— Cospe, Taehyung! Cospe agora! - Jimin exclamava, dando tapas nas costas de Taehyung, que apenas juntou os lábios que tremiam devido ao choro.

— Zuicidi...é uma cois...privadu... - Dizia com dificuldades devido à quantidade de pílulas em sua boca.

— Tirar sua vida para virar uma estatística no jornal das oito é a coisa menos privada que eu consigo pensar! - Jimin disse, passando a mão nos cabelos. Deu sorte se estar passando pelos corredores e ver Taehyung entrar as pressas e bater a porta. Jimin impediu um suicídio.

— Mas e o que aconteceu com o Hoseok, Jungkook e o Jin-hyung? - Questionou Kim Taehyung com voz de choro, fungando algumas vezes, Jimin se aproximou e tocou o ombro do mais velho.

— Se todos pulassem de uma ponte, garoto. Você pularia também? - Park Jimin questionou de volta, Taehyung ficou quieto por uns segundos e logo mexeu a cabeça em resposta.

— ...Provavelmente - Disse ele, tendo uma lágrima escorrendo por seu rosto assimétrico e bronzeado.

— Se você fosse feliz todos os dias da sua vida, você não seria humano.... Seria um apresentador de TV no domingo de manhã - Jimin disse, tocando a mão de Taehyung e tirando o frasco vazio de entre seus dedos, o jogando no lixo. Taehyung então, fitou o chão, e cuspiu todas as pílulas que estavam em sua boca, olhando Jimin e pulando sobre o menor, o abraçando fortemente e desabando, dizendo "obrigado" várias vezes enquanto derramava algumas lágrimas.

(...)