Capítulo 4 - Conflitos do Coração

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Os dias em Konoha passavam rapidamente, e os preparativos para o casamento estavam quase finalizados. O clã Uchiha tratava a união com a seriedade de um acordo militar—tudo era planejado com perfeição, sem espaço para dúvidas ou hesitação.

Para Isane, isso só tornava as coisas mais difíceis.

Desde sua chegada, Madara continuava o mesmo: frio, distante e sempre ocupado com seus deveres. Mas, por mais que tentasse ignorá-lo, ela não conseguia evitar a sensação de que, por trás daquela muralha de indiferença, havia algo mais. Pequenos momentos de hesitação, olhares que duravam mais do que deviam... algo estava ali, mas Madara fazia questão de escondê-lo.

E isso a deixava confusa.

Ela precisava desabafar.

Confissões ao irmão

O pôr do sol tingia o céu de tons alaranjados quando Isane encontrou Eiji sentado no jardim da casa onde estavam hospedados. Seu irmão, sempre observador, notou seu semblante preocupado antes mesmo que ela dissesse qualquer coisa.

— O que foi? — Ele perguntou, cruzando os braços.

Isane suspirou, sentando-se ao lado dele.

— Eu não sei o que fazer, Eiji.

— Sobre o quê?

Ela apertou as mãos no colo.

— Sobre Madara. Sobre esse casamento. Eu vim para cá pensando que apenas faria meu dever, que seguiria com isso e me tornaria a esposa que esperam que eu seja. Mas agora...

Ela hesitou, como se colocar em palavras tornasse seus sentimentos mais reais.

— Agora? — Eiji incentivou.

— Agora eu não sei se consigo me manter indiferente. Ele é complicado. Ele me afasta, mas ao mesmo tempo, às vezes... sinto que há algo nele que não quer me afastar completamente.

Eiji a observou por um instante antes de soltar um suspiro.

— Isane, você tem um bom coração. Mas precisa lembrar que Madara Uchiha não é um homem comum. Ele foi criado para ser um guerreiro, para carregar o peso do clã nos ombros. Ele não pode se dar ao luxo de sentir, de criar laços... pelo menos, é isso que ele acredita.

Ela abaixou a cabeça.

— Então o que eu faço?

— Apenas seja você mesma. Se ele quiser te afastar, ele terá que fazer isso sozinho. Mas se há algo dentro dele que quer te manter por perto, então cedo ou tarde, ele terá que encarar isso.

As palavras de Eiji trouxeram um pouco de conforto, mas também um peso novo. Pois, no fundo, ela sabia que já estava se importando mais do que deveria.

Uma noite, uma verdade

Enquanto isso, Madara estava sozinho em um dos campos de treinamento dos Uchihas. Ele golpeava um tronco de madeira repetidamente, tentando gastar a frustração que crescia dentro dele.

Isane.

A presença dela estava começando a incomodá-lo de um jeito que ele não sabia explicar. Ela não o temia, não o reverenciava como tantos outros. Em vez disso, ela o olhava como se tentasse enxergar algo além da superfície.

E ele odiava isso.

Odiava como sua mente insistia em lembrá-lo de cada conversa que tiveram. Como ele notava os detalhes dela—o jeito que ela franzia a testa quando pensava, a firmeza em sua voz quando o desafiava, a suavidade em seus gestos quando ninguém estava olhando.

Ele socou o tronco mais forte, respirando fundo.

Isso era um erro. Ele não podia se permitir esse tipo de fraqueza. Não agora. Não nunca.

Mas, apesar de toda a sua resistência, uma verdade cruel começava a surgir dentro dele.

Por mais que tentasse negar...

Por mais que quisesse se afastar...

Ele estava começando a sentir algo novo por Isane.

E isso o assustava mais do que qualquer inimigo que já enfrentou.

Continua no próximo capítulo...

A Esposa de Madara UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora