Capítulo 5 - Quando as Barreiras Começam a Cair

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Os dias passavam, e Isane começava a se sentir mais confiante dentro do clã Uchiha. No início, sentiu-se deslocada—os olhares desconfiados, a postura rígida dos membros do clã, a frieza de seu próprio noivo. Mas ao invés de se deixar intimidar, decidiu se impor.

E Madara notou.

Ela não era como as mulheres de seu clã, que mantinham a cabeça baixa e apenas obedeciam. Isane participava dos preparativos do casamento, conversava com os mais velhos, treinava com os mais jovens. Aos poucos, a Vila da Luz deixava de ser seu único lar, e Konoha começava a ocupar esse espaço.

E, sem perceber, Madara também.

Ele ainda tentava manter distância, mas era inútil.

Isane estava em toda parte.

E pior... ele começou a gostar disso.

Entre olhares e aproximações

Madara a observava mais do que deveria. Não era intencional—pelo menos, era o que tentava convencer a si mesmo. Mas sempre que ela entrava em um ambiente, era como se o ar mudasse.

Uma tarde, ele a encontrou sozinha no templo do clã, admirando os brasões Uchiha nas paredes.

— Você gosta daqui? — A voz dele soou baixa, mas firme.

Isane se virou, surpresa por vê-lo ali.

— É um lugar bonito. Forte. Tem uma história grandiosa.

Madara cruzou os braços, se aproximando lentamente.

— O que mais?

Ela piscou, incerta sobre o que ele queria dizer.

— O que mais você vê?

Isane olhou ao redor, refletindo por um momento.

— Vejo orgulho. Vejo tradição. Mas também vejo solidão.

Ele franziu o cenho, seus olhos escuros perfurando os dela.

— Solidão?

— Sim. — Ela se virou completamente para ele. — Seu clã é poderoso, mas parece sempre carregado por um peso invisível. É como se todos aqui vivessem sempre preparados para uma batalha.

Madara ficou em silêncio. Isane não sabia, mas suas palavras haviam tocado uma ferida antiga. Ele sempre sentiu isso, mas jamais admitiria.

— Você fala como se entendesse.

Ela sorriu de leve.

— Eu quero entender.

Por um momento, Madara não soube o que dizer. Então, sem perceber, ele deu um passo à frente. Ela não recuou.

Foi apenas um segundo—um instante onde o mundo ao redor pareceu desaparecer.

Mas então, Madara piscou e recuou, endurecendo novamente a expressão.

— Não perca tempo tentando.

Ele se virou, saindo sem dizer mais nada.

Isane apenas o observou ir embora, sentindo que, mesmo quando ele se afastava, algo entre eles já estava diferente.

O confronto

Naquela noite, Isane não conseguiu dormir.

Havia algo queimando dentro dela—uma inquietação que não conseguia ignorar mais.

Ela sabia que Madara a estava afastando, mas também sabia que havia algo nele que a puxava para perto. E não estava mais disposta a fingir que não percebia isso.

Então, sem hesitar, saiu de seus aposentos e foi procurá-lo.

O encontrou no campo de treinamento, sozinho, como sempre.

— Madara.

Ele parou no meio de um golpe, sua katana cortando o vento.

— O que você quer? — Seu tom era seco, mas ela não se intimidou.

— Quero que pare de fugir.

Ele estreitou os olhos.

— Fugir?

— De mim. De nós.

O silêncio caiu entre eles.

Madara apertou o cabo da espada.

— Você está se iludindo, Isane. Isso é apenas um casamento arranjado.

Ela cruzou os braços.

— Então olhe nos meus olhos e diga que não sente nada.

Ele abriu a boca para responder, mas nenhuma palavra saiu.

Isane deu um passo à frente.

— Você acha que não percebo? Como sempre me observa, como hesita quando estamos perto? Você construiu barreiras, mas elas já começaram a cair.

Madara cerrou os punhos. Ele queria negar. Queria dizer que tudo aquilo era um erro, que seus sentimentos não importavam.

Mas pela primeira vez em sua vida... ele não conseguiu mentir.

Porque, no fundo, ele sabia a verdade.

Estava começando a se apaixonar por Isane.

E isso o aterrorizava.

Continua no próximo capítulo...

A Esposa de Madara UchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora