Prólogo.

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  Alegre; amarelo é uma cor alegre, desperta sentimentos quentes e lembra tardes de primavera, quando você se deita no gramado e pode observar flores de uma árvore de ypê caindo lentamente.

Amarelo é caloroso e por isso era a cor que Minhyuk mais sentia e se identificava, porque sim, ele sentia cores, aplicava cada uma a um sentimento, não sabia quando ou como tinha começado, mas se lembra de pequenino um dia ter se sentido angustiado com seus pais por um motivo bobo e assemelhou o aperto ruim em seu coraçãozinho com as nuvens de um dia nublado, desde então quando se sentia triste ou frustrado, se sentia cinza.

  Felizmente, na maior parte dos dias ele se sentia amarelo, ou um tom mais alaranjado quando estava na presença de seus amigos, sentia o cafuné de sua mãe como um vermelho escuro representando ternura, quando se atrasava pra floricultura em que trabalhava acabava ficando nervoso e se sentia marrom, aborrecido. No começo foi difícil para as pessoas mais próximas a si se acostumarem e igualmente difícil para ele se sentir confortável a compartilhar a forma como sentia o mundo e a si mesmo, com o tempo as coisas foram ficando mais fáceis e Jooheon, seu melhor amigo, já podia compreender ao menos um pouco todo o complexo de suas cores, elas não eram exatas, não havia especifidade, era confuso as vezes e divertido apesar de tudo.

  Azul era um dos tons que podia possuir mais de um significado, aconteceu uma vez de esquecer seu casaco em um dia em que ventava muito e em algum momento fazendo a volta pra casa, ele se sentiu extremamente azul, azul de frio, porém, em outro dia, quando o rapaz bonito de cabelos castanhos adentrou seu trabalho e perguntou sobre o preço das peônias, interessado em presentear a mãe, ele sentiu sua voz como um azul que pela primeira vez não era necessariamente frio, mas definitivamente azul, oceano e desconhecido, não sabia ainda o que era e ficou ainda mais confuso quando, na hora em que o rapaz se aproximou e ele pode sentir seu perfume, fez com que Minhyuk se sentisse vermelho e no momento em que suas mãos se tocaram para entregar o buquê ja pronto, ele sentiu o lilás, o tom suave que normalmente era conforto, totalmente surpreso perguntou ao tal rapaz seu nome, afinal as pessoas o mostravam tons semelhantes, nunca tons opostos como ele havia o feito sentir, quentes e frios e em tão pouco tempo, o desconhecido o deixara curioso e quando novamente ouviu a voz anunciando seu nome, ela já não era o azul oceano de antes, passou a ser o tão conhecido sentimento laranja e Minhyuk constatou ali, que Changkyun, o muito bonito e não tão alto rapaz, era especial, porquê foi a primeira pessoa que conheceu que lhe mostrou todas essas cores em um tão curto espaço de tempo, era único e intimidador.

Porém, apesar de curioso demais, Minhyuk estava assustado e acabou o deixando escapar e achou que não ia se perdoar por isso nunca, até que tempo depois teve motivo para agradecer aos céus quando o reencontrou, e dessa vez não ia deixá-lo partir; foi ótimo não ter deixado, teria se arrependido amargamente, pois quanto mais se conheciam, mais Minhyuk entendia o quanto Changkyun era importante para si, porque ele o fazia se sentir um arco íris e era bom, muito bom.

Changkyun fazia Minhyuk se sentir de uma forma como nunca antes, como nunca com outra pessoa.














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