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     Nakamoto se espreguiçou, cansava ficar sentado a aula inteira, sua bunda chegava a doer, aquelas cadeiras eram horrivelmente desconfortáveis e duras. Falou para seus amigos irem indo, já que ele também iria passar na biblioteca para pegar alguns livros e devolver outros, adorava ler, mas não gostava de comprar livros, então, sendo um fiel amigo da secretaria velhinha que trabalha lá, ele sempre dá uma passadinha por lá, quase todas as semanas, o que um aluno geralmente não pode fazer, já que pode levar apenas dois livros por mês, mas isto não de encaixa em Nakamoto, já que a média de livros que ele leva de lá, são uns 12 livros.

   Arrumava seu material, colocando tudo calmamente na mochila, não tinha pressa. Como hoje seus pais trabalhariam o dia inteiro, aproveitaria para tirar um tempinho para si, talvez ir ao shopping comprar algumas coisas novas, ou até mesmo ficar na praça lendo seu livro, com a agradável brisa gelada batendo em seu rosto, fazendo seu cabelo voar, aquilo para Nakamoto, era uma de suas coisas favoritas. Pegou seu celular do bolso pequeno da mochila, tirando de lá também o fone de ouvido rosa que havia ganhado de presente de Jaehyun.

    Sentiu uma presença a mais na sala, vendo o chinês escorado na porta, olhando para si, fazendo Nakamoto se assustar e quase cair.

    - O que faz aqui?

    - Pensei que havia dito que iria me ajudar, não? - Falou Si Cheng com calma, fazendo Nakamoto se arrepiar, ouvir a voz do garoto naquele tom era um pecado.

    - Sim, eu disse. - Falou Nakamoto, colocando a mochila nas costas. - Quer sair comigo? Eu irei passar na biblioteca e ficar a tarde fora depois, se quiser me acompanhar. Eu geralmente vou sozinho, eu amo a presença de meus amigos mas gosto de tirar um tempo para mim.

    - Caralho, você fala muito! - Disse Si Cheng, tombando sua cabeça para trás. - Se você quer tirar um tempo para você, para mim tanto faz.

     - Bom, podemos nos conhecer mais.  - Disse, sorridente.

     Nakamoto foi até o outro, puxando-o pela blusa preta que usava, fazendo o garoto o acompanha, logo o soltou. Si Cheng acabou por sorrir, repetindo mentalmente todas as coisas sobre ele que YuKhei havia dito.

    Seu nome era Nakamoto Yuta, um garoto japonês de 18 anos que havia se mudado para a Coreia do Sul com os pais, por conta do trabalho destes. É bem carismático e sua alegria contagia todos ao seu redor, um garoto realmente adorável. Também tinha mais algumas coisas, mas Si Cheng estava tão cansado da voz de YuKhei que acabou por ignorar todo o resto, apenas fingia se importar.

    [...]

   14:57

  Os garotos finalmente haviam chegado ao shopping, não era longe da escola, mas Yuta ficou um bom tempo conversando com a secretária sobre novos livros que haviam lançado, e uns recomendando livros para o outro, como bons amigos que são. Si Cheng ficou observando um tempo, mas depois desistiu e começou a escutar música com o volume no talo, enquanto observava Nakamoto e como ele ficava lindo, todo alegre, falando sobre aquilo que ele gosta.

    - O que quer comer, Winwin? - Olhou para o garoto ao seu lado. - Quer dizer, posso te chamar assim? Apenas seus amigos te chamam assim, não é? Mas eu acho que sou seu amigo agora. Ah, e se quiser, pode me chamar de Nakayu.

     - Ah, tudo bem, Nakayu. - Disse debochado, recebendo um leve soco no braço vindo da parte do japonês.

    Foram para a praça de alimentação em silêncio, um silêncio totalmente desconfortável, mas que nenhum dos dois iria quebrar, apenas por pura vergonha, também, mal se conheciam. Nakamoto costuma ser bem tagarela, o contrário de Si Cheng, que é quieto, acabando por deixar o japonês um pouco receoso sobre conversar ou não.

    - Nakamoto... - Chamou, recebendo a atenção deste para si. - O que você viu em mim, quer dizer, disse que eu preciso de ajuda, como chegou à está conclusão?

    - Bem, estava na cara, só não vê quem não quer. - Suspirou. - Eu acho que vou apenas faz o que faz não porque quer atenção, mas porque quer uma maneira de se livrar do que está vivendo, uma maneira de preencher este vazio que sente aí dentro. - Parou de caminhar e ficou na frente do chinês, tocando o lado esquerdo do peito deste de leve. - Eu quero te ajudar a preencher este vazio, Win.

   Por fim, deu um sorriso tão bonito, que fez o peito do chinês acelerar, como aquele garota podia ser tão bonito? Não só exteriormente, interiormente também. Por um momento, observando Nakamoto, teve esperança na humanidade. Nem tudo era como ele pensava que fosse, e Nakamoto iria mudar muito seu pensamento, disso tinha certeza.

the sun of his world | × ny + dscOnde histórias criam vida. Descubra agora