A chegada dele

1 0 0
                                    

Antes da aula começar todo mundo fica em frente da sala. No dia que ele chegou eu estava do lado de fora junto com os outros. Ele veio andando pelo corredor em nossa direção, não senti nada, não foi amor a primeira vista, longe disso. Mas eu nunca tinha visto um menino mais bonito que ele. E foi justamente por isso que tentei ignorá-lo, tentei somente.
- É aqui que é o terceiro regular? - ele perguntou.
- É sim! - não lembro se foi só eu que respondi a pergunta dele, mas pelo menos fui uma das que respondeu.
Ele entrou na sala, e logo depois as meninas começaram a comentar sobre ele, eram comentários totalmente desnecessários e que eu não gostava muito de participar sobre ele ser "gostoso" e "lindo". Eu concordava, mas não achava que seria útil ou necessário falar isso. E de qualquer jeito eu ia ignorar totalmente ele, ele era ( ainda é ) bonito, não confio em garotos bonitos de mais. Geralmente são tão acostumados a receber elogios que têm o ego inflado e são babacas.
- Estrela, o menino novo pegou o meu lugar, tem como você pedir para ele sair, por favor, eu tenho vergonha de falar. - Pediu Marina depois que chegou atrasada e o Luís havia sentado no lugar dela ATRÁS DE MIM.
- Oi, desculpa, mas é que esse lugar aqui já tem dona.
- Ah, os lugares aqui são mapeados?
- É,  são sim ( embora tivesse sido a primeira vez que ouvira a palavra mapeado para se referir as carteiras da escola ).
-  E onde eu posso sentar?
- Ei, Gui, aí do seu lado senta alguém?
- Não, aqui não senta ninguém - respondeu Guilherme ( o meu antigo romance escolar ).
- Senta lá, oh - apontei para o lugar do lado do Gui.
- Tá bom, valeu. - respondeu Luís.
- Escuta, você tem whatsapp? A gente tem um grupo da sala, seria bom para eu te colocar logo.
- Eu não tenho, não uso celular.
- Ah, tá bom, então.
Eu sai depois disso e o resto do dia foi normal.
Achei ele um garoto muito estranho por não usar celular. E foi justamente isso que me fez pesquisar sobre ele nas redes sociais e mudar um pouco a minha visão acerca dele. Achei o Facebook. A foto era dele com a namorada, mas não sabia se ainda estavam juntos, o último post havia sido a mais de um ano, era como se ele tivesse praticamente sumido da existência do Facebook. As fotos tinham bastante curtidas, mas não muitas para eu considerar ele um idiota. A única pessoa que via que poderia encher o ego dele, era a namorada. Tirei a conclusão então, de que ele ainda namorava, e já não ia falar com ele por ser bonito e agora não ia por ter namorada. De qualquer jeito, se eu começasse a falar com ele, ele seria "muita areia para o meu caminhãzinho". E foi assim durante um tempo.

Você foi a pessoa mais incrível que já conheci Onde histórias criam vida. Descubra agora