Quem é Lucas? Só pra começar a história.

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Alberto Maldonado parecia preocupado na manhã daquele dia, em uma semana sua única filha, Pilar, completaria 15 anos, o tempo havia passado tão rapidamente que não se deu conta do que sua pequena garotinha estava se tornando, na maior parte do tempo era demasiadamente difícil olha-la, parecia-se tanto com Felícia, sua falecida esposa, ambas tinham os mesmo olhos amendoados, os cabelos ondulados e as feições delicadas, Pilar era idêntica a quando Alberto tinha conhecido Felícia. O romance entre o jovem Maldonado e a garota Gonzalez, poderia ser chamado de amor a primeira vista, eles não deveriam ter mais que 17 anos na ocasião, a família de Felícia estava dando uma festa para alguns conhecidos, Nicolás, comemorava uma ótima sociedade com um pequeno produtor de vinho, Gonzalez sabia que com algum capital logo poderiam ser ter uma fatia do comércio, eles brindavam a isso. Gustán Maldonado e Nicolás Gonzalez fizeram grande gosto naquela união, eram duas famílias importantes no país, o que poderia ser melhor que aquilo? Para os patriarcas, nada, afinal eram seus únicos herdeiros.

Alberto estava impaciente em seu escritório, não havia nada que ele odiasse mais do que esperar por alguém, principalmente se esse alguém fosse qualquer um pago por ele, afinal não pagava funcionários para ficar esperando. A verdade era que não haviam passados nem mesmo três minutos quando, Fernando entrou pelo escritório usando seu habitual terno.

- Senhor? – Diz de forma cortês, para o homem em sua frente.

- Sempre me prestou bons serviços. – Alberto sentou-se atrás de sua pesada mesa arrumando alguns papéis em sua frente apenas por hábito. - Sente-se. – O homem de cabelos grisalhos puxou com cuidado a cadeira, ele suava frio. – Ouvi dizer que seu filho tem um bom porte. – Fernando apenas concordou com a cabeça ainda sem entender muita coisa. – Estou pensando em contratar um segurança para Pilar, não gostaria que ela andasse por aí desprotegida, acho que você entende minha preocupação. – O homem apenas concordou. – Peça para que seu filho venha ter uma conversa comigo.

- Volto em breve.

Fernando fechou a porta atrás de si e saiu apressado para procurar por Lucas. O motorista trabalhava para os Maldonado há quase vinte anos, logo após o casamento de Alberto e Felícia, a esposa de Fernando acabou se tornando babá da filha do casal assim que a pequena garota veio ao mundo. O homem tinha uma vaga ideia de onde encontraria o filho, em seu quarto com fones de ouvido ou jogando no vídeo game que tinham conseguido comprar de segunda mão, era de desacreditar a falta de vontade que o filho tinha para fazer as coisas, c toda a idade que tinha nunca havia posto um prego na estopa.

- Filho. – Ele adentrou no quarto, encontrando Lucas jogado na cama com fones de ouvido e ainda dormindo. – Lucas, acorda, o patrão quer falar com você.

- Meu Deus, pai não são nem dez da manhã ainda. – O rapaz rola na cama jogando um lençol pelo dorso desnudo. – O que seu patrão quer comigo? – Diz ainda de olhos fechados. – O almofadinha precisa de alguém para lamber-lhe as botas? – Assume um tom irônico.

- Não sei, ele quer tratar com você. – Fernando prefere não tocar na palavra “trabalho”, Lucas já estava mal-humorado o suficiente. – Coloque uma roupa adequada. – Diz virando as costas e deixando o rapaz sozinho.

Se havia uma coisa que o jovem Lucas Pratto odiava em sua vida, essa era a família para qual os pais trabalhavam, a forma injusta como eram tratados. Seu pai, precisava estar de prontidão sempre que o “Grande Mestre” – como o chamava pelas costas – o solicitava, havia perdido as contas de quantas vezes viu o pai sair de casa ainda de madrugada para levar sabe se lá para onde o homem. Sua mãe então, era pior, precisava cuidar da “princesa” o tempo todo, ele tinha apenas sete anos quando viu sua mãe precisar deixá-lo para cuidar do filho dos outros, foi ainda pior quando a mãe daquela criatura partira dessa para melhor, ele devia ter dez ou onze anos, ouvia ao longe os gritos da menina atrás da mãe que nunca mais voltou, as vezes ele tinha dó, outras vezes não, afinal o pirralha havia tirado a sua mãe, pelo menos Deus foi justo com ele.

O Guarda Costas || Lucas PrattoOnde histórias criam vida. Descubra agora