Sendo assim, é como beijar uma mulher

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Darío estava preocupado, não havia entendido direito a última mensagem que Sérgio o enviara, parecia uma despedida, Kun, parara de responder há três dias, e desde o dia anterior, não recebia mais nada. Benedetto, tinha medo de que o amigo tivesse feito alguma besteira, ele conhecia Agüero muito bem, e desde o incidente com Carmen, ele tinha retornado para casa, respondia as mensagens sempre de maneira genérica, não parecia se quer lê-las. Pipa, o tinha visto, muitas vezes bêbado nas chamadas de vídeo que fazia para ter certeza de que tudo estava bem, ele sabia que por mais que Kun insistisse que tudo ia bem, era tudo uma mentira.
— Filipa, vou para a Inglaterra. — Disse para a esposa.
— Agora? — Ela se surpreendeu.
— Sim, preciso ter certeza que está tudo bem com Sérgio.
— Ainda é por causa da mensagem? — Ela o encarou.
— É. Ele não recebe minhas mensagens, o telefone vai para a caixa postal direto.
— Ele disse o que mesmo na mensagem? — Ele pegou o celular.
— Vou ler aqui: "Pipa, você foi um bom amigo, sempre me ajudou mais do que eu merecia, obrigado. Mesmo com todas as coisas erradas na minha vida, você não me abandonou, sempre me entendeu e tinha a mão para me amparar. Agora acabou, acabou todas as besteiras, as burradas, o peso na consciência, tudo terminou." — Ele suspirou. — Foi isso.
— Ainda acho que não tem nada de mais nisso. — Filipa disse com delicadeza. — Mas se isso vai te deixar mais tranquilo, é melhor você ir.

Darío foi direitamente para a casa do amigo, assim que desembarcou no aeroporto, estava tão agitado que recebeu algumas perguntas sobre se estava tudo bem. A casa de Sérgio era simples, não tinha grandes características, afinal, ele queria se manter o mais escondido possível. Benedetto, sabia onde Kun deixava uma cópia da chave escondida, para uma possível emergência, bem ali, sob o tapete, em uma tábua solta, ele se agachou e procurou pelo objeto ali, não tendo dificuldade em encontra-lo. Suspirou antes de abrir a porta, reunindo toda a coragem que precisava.
A sala estava vazia, uma completa bagunça, garrafas de cerveja no chão, assim como alguns pinos de cocaína vazios, Darío, não gostava n um pouco daquilo. A cozinha estava igualmente bagunçada, aquilo não cheirava nada bem, a situação se tornava pior a cada cômodo que ele passava. Por um instante, teve medo de abrir a porta do quarto.
— Kun? — Ele chamou dando dois toques na porta, sem obter uma resposta. — Sérgio, sou eu, você está aí? — Nenhuma resposta, ele abriu a porta, com cuidado, a primeira coisa que viu foi Agüero deitado de bruços na cama, o cheiro forte de vômito atingiu suas narinas em cheio. O rosto de Sérgio, estava com o rosto em seu próprio vômito. Benedetto, não hesitou em virar o amigo, sentindo o gélido de seu corpo. — Mierda, Sergio. — Praguejou, antes de ligar para a polícia, afinal, a ambulância seria inútil.
Ele andava de um lado para o outro impaciente, olhando para o corpo inerte do amigo. Sabia que estavam sendo dias difíceis, Kun, sempre lhe dizia que era terrível conviver com aquela culpa, mas Darío não imaginava que chegaria aquele ponto. Não acreditava que tenha sido exatamente proposital aquela situação, talvez se ele quisesse mesmo ter tirado a própria vida, teria feito de outra maneira, não se afogar daquela maneira, entretanto, a mensagem que havia enviado, deixava clara sua intenção. E não tinha sido exatamente isso, que fez com que Pipa tivesse se preocupado?
**
O táxi partiu, deixando o casal no luxuoso hotel, ali, começaria uma nova etapa para Pilar e Lucas. Um homem pegou as malas e seguiram para o balcão para fazer o check in, a mulher manteve-se com expressão neutra durante o atendimento, dirigindo a palavra sempre para Lucas quando necessário. Eles pegaram os cartões e seguiram pelo elevador indicado pela funcionária, acompanhados pelo rapaz que levava as malas. Pilar, agradeceu o homem, que rapidamente os deixou sozinhos, Pratto, pegou Pilar de surpresa no colo, fazendo com que ela soltasse um pequeno gritinho e entrou no quarto, batendo a porta, eles tinham os lábios colados naquele momento.
Lucas, a deitou na cama com delicadeza, encarando aqueles olhos castanhos claros, que esperavam ansiosos por sua próxima atitude, com um pequeno sorriso nos lábios, ele sorriu, com o pensamento que seguiu aquela cena, estava completamente feliz com aquele momento de sua vida, sentia os dedos finos de Pilar, acariciando os fios de sua nuca.
— Te amo. — Sussurrou em seus lábios.
— Também amo você, Cariño. — Ele respondeu, voltando a beijá-la com certa adoração.
A mulher, puxou a camiseta que ele usava, apenas para deixar clara sua intenção naquele momento, seria diferente dessa vez. A primeira vez em que fariam amor casados, havia algum respeito com aquele momento, ninguém tinha pressa. Os lábios quentes de Lucas, exploravam com cuidado cada pedaço desnudo da pele de Pilar, estava embreagado por aquele cheiro, lhe parecia algo completamente desconhecido, suas mãos firmes, tateavam de forma insegura o corpo de sua esposa, ele estava calmo, não sentia a urgência em que teve naquela primeira vez.
Pilar, estava gostando, cada toque de Lucas em sua pele, parecia queimar, gostava de sentir sua língua passear em sua boca, a barba roçar em sua face, os beijos um pouco mais molhados em seu pescoço, aquelas mãos, segurando firmemente seu corpo, sabendo exatamente onde tocar, seu peito estava arfante. Ele, havia de livrado da blusinha fina que ela usava, tendo acesso ao seio dela, ele se demorou ali, era um dos lugares, que talvez mais gostava, ela, por sua vez, não estava segurando nenhum de seus suspiros, muito pelo contrário, fazia questão de que ele ouvisse cada mínima reação que tivesse. Ele tirou a calça que ela usava com cuidado, em seguida a pequena calcinha branca que ela usava, ele riu, antes de começar a beijar a parte interna das coxas dela, até finalmente alcançar a intimidade, passando a trabalhar ali da maneira que ele sabia que agradava Pilar, ela, começou a deixar que seus gemidos fossem mais altos, a cada vez que ele investia, a situação passou a ser melhor, especialmente quando ele usava seus dedos para estimula-la no mesmo ritmo de suas chupadas, ela revirava os olhos, sempre que os dedos dele moviam-se rapidamente em seu interior. Ela estava perto do orgasmo quando ele parou, ela resmungou, sentindo sua intimidade encharcada e latejante, mas não hesitou em começar a se livrar da calça que rlr usava, tendo uma ajuda para que aquilo fosse mais rápido.
Ela o contemplou por um instante, nunca se cansaria de observar cada mínimo detalhe, sorriu de forma maliciosa e colocou o membro dele em sua boca, mirando seu olhar no dele, seus olhos faíscaram desejo, Lucas quase nunca deixava que ela ditasse o ritmo, mas aquele momento era diferente, deixou que ela se divertisse, Pilar, usava um ritmo lento, quase torturante para ele, contudo, não negaria o quão bom estava sendo, quando se cansou, sorriu para ele, passando as costas da mão nos lábios.
Lucas a puxou pela perna, fazendo com que ela risse, ele se encaixou em sua entrada e começou a investir sem pressa, ele segurava os pulsos da mulher, seus olhos não desgrudavam dos dela, seus lábios se conversavam, abafando os gemidos daquele momento. Lucas tocava cada espaço que conseguia, enquanto a Pilar, ditava seu ritmo, subindo e descendo, rebolando e passando as unhas pelo peito dele. Tudo naquele momento era diferente.
— Vamos descansar um pouco, estou exausta. — Pilar disse ainda com a respiração entrecortada após ter atingindo o clímax momentos antes, se aninhando no abraço de Lucas.
— Também estou. — Ele concordou, já fechando os olhos. — Foi uma viagem longa. — Eles ficaram ali, cobertos apenas pelo lençol, sentindo o cheiro um do outro e a caloria que seus corpos emanavam.
Os vinte dias que passaram na França, foram ótimos, passaram alguns dias em Paris, conheceram a região de Bordeaux, onde Pilar conseguiu alguns contatos, para possíveis negócios no futuro, e seguiram em direção ao Mediterrâneo, onde passaram os últimos doze dias de viagem, aproveitando o calor que fazia no verão francês.

3 meses depois

A vida de casados era um pouco mais fácil do que quando moraram juntos na Inglaterra, não existia mais preocupação de que vissem algo que não deveria ser visto, conheciam as manias um do outro. Aquela tarde era especial, iriam receber os amigos, a ocasião não era importante, mas seria a primeira vez que fariam isso, desde que tinham se mudado para o apartamento, quase um mês atrás. O casal estava um pouco obsessivo com as coisas, tinham verificado várias vezes para ter certeza que estava tudo no lugar que deveria estar. Quando o interfone tocou, Pilar praticamente pulou do sofá para o aparelho telefone, liberando em seguida para que os amigos subissem.
A primeira a entrar foi Pía, abraçando a perna de Pilar e correndo em seguida para o colo de Lucas, Ignácio cumprimentou a anfitriã com um beijo na bochecha, o mesmo ocorreu com Bruno, Florencia, Marina e Chino.
— Fiquem a vontade. — Disse, a mulher não sabia muito bem como receber os amigos.
— A gente sempre fica muito a vontade. — Chino se jogou no sofá. — E o que vamos fazer?
— Conversar é claro. Vou pegar cerveja pra gente. — Lucas se levantou para pegar as garrafas. — E a gente fez um suco pra ti, Flor.
— Agradeço a compreensão. — Ela respondeu. — Já estão pensando em filhos?
— Ainda não. — Pilar riu. — Acabamos de casar, daqui uns anos, quem sabe, o Ursão também não quer ter filhos por hora.
— É verdade, não tenho nenhuma vocação pra ser pai. — Nacho o olhou rapidamente. — Mas quem sabe, daqui uns dez anos.
— Ah, mas alguém precisa ter um amiguinho pra brincar. — Florencia apontou para a barriga, fazendo com que todos rissem. — Pode ser seu também.
— A gente não vai ter filhos. — Marina respondeu. — Já discutimos sobre isso.
— Vocês são péssimos amigos, a partir de hoje, Florencia e eu, sairemos apenas com o Nacho, passeio de família, essas coisas.
— Acho uma ideia muito boa. — Scocco concordou com Zuculini. — Aproveitando que estamos falando de futuro e filhos, acho que tenho uma coisa muito importante para contar.
— Fala logo. — Pilar pediu animada.
— Eu precisei de muita coragem pra conseguir pensar em falar isso. — Ele suspirou. — Estou namorando. — Marina ameaçou falar, mas foi impedida pelo gesto de aguardo de Ignácio. — Então, a gente se conheceu um pouco antes do casamento do Pratto, fiquei bem interessado quando o vi. — Chino franziu o cenho.
— Ele? — Questionou.
— Sim. — Ignorou a explicação que poderia dar. — E tem mais uma coisa, estamos pensando em nos mudar.
— Nacho, calma, é muita informação. — Lucas piscava sem entender exatamente o que acontecia.
— Só queria falar isso pra vocês, acho que também preciso seguir a minha vida, Bruno e Flor estão aumentando a família, você casou, Chino e Marina, estão indo pelo mesmo caminho, tenho a Pía e agora uma pessoa pra completar sabe? — Ele sentia o peso saindo de suas costas. — Passei muito tempo lutando contra isso, depois entendi que não poderia ser diferente, paguei garotas apenas para apresentar à vocês, doía muito ter que esconder esse meu lado, porém, agora consegui entender que não posso viver lutando contra isso, estou apaixonado e dessa vez por alguém com que também está apaixonado por mim.
— Estou tão orgulhosa de você! — Florencia se levantou para abraçar o amigo. — Torço para que tudo dê certo, quero que você seja o mais feliz possível, você merece o mundo, não merece menos que isso, e também não aceite nada que não seja isso. — Ele riu.
— Parabéns Nacho, acho que a Flor falou por todos nós. — Lucas o envolveu em um longo abraço. — E me desculpa, por aquele dia. — Disse baixo, referindo-se a primeira vez que foram procurar as roupas do casamento.
— Não precisa se discutir, aquele foi o início de algo muito maior. — Ele sorriu, dando dois pequenos tapas na cara do amigo. — Vamos festejar!
— Podemos conversar um minutinho? — Pratto pergunta e ele concorda. — Lá fora. — Eles seguem juntos até a sacada. — Consegui algumas coisas em Rosario, e, bom, se você quiser continuar com a vida que nós temos, vou precisar de alguém em quem eu confio lá. — Ignácio olhou pela janela, contemplando as luzes que iluminavam as ruas em sua frente.
— Quero começar uma vida nova, mas o que seria da vida nova, se não levassemos um pouco da vida antiga? — Ele sorriu para o melhor amigo. — Quando posso me mudar?
— Quando você achar que é a hora, consigo segurar as pontas por mais algum tempo.
— Vou conversar com o Maciel e te falo. — Lucas olhou curioso. — Esse Maciel mesmo.
— Como é? Digo, beijar um cara.
— É igual beijar uma mulher, mas com barba.
— Mas ele não usa barba.
— Bom, sendo assim, é como beijar uma mulher. — Eles voltaram gargalhando para a sala.
O clima ficou tranquilo, eles mantinham o papo animado, como sempre acontecia quando se reuniam. Aquele clima era mais do que especial, raro de se encontrar, entretanto, o aquele grupo, parecia ter sido destinado a estar ali, não poderiam estar em nenhum outro lugar que não fosse aquele lugar, naquela amizade. Existia algo muito mais forte do que os negócios sujos onde estavam metidos.

O Guarda Costas || Lucas PrattoOnde histórias criam vida. Descubra agora