Era normal do adolescente com seus dezoito anos começar a descobrir e se envolver com as coisas que em olhos de pessoas maduras não são nada boas. Jeno estava nessa fase de vida, aos seus dezoito anos começou a se envolver com tráficos de dogras. Ele fazia sua parte, vendia e transportava-as muito bem, ninguém desconfiava. Na frente dos familiares e pais ele era apenas o menino que vivia trancado no quarto jogando vídeo game, mas, na frente dos amigos envolvidos em seu "rolo" ele era o dono da porra toda. Bom, já dizia o ditado: Amigos, amigos, negócios à parte.
De um lado tínhamos Lee Jeno, quase um traficante nato. Do outro, Na Jaemin, o orgulho da família.
O Lee e o Na eram primos, mas primos de terceiro grau e isso não impedia que a família comparasse ambos garotos - que sinceramente não tinham nada igual -, sempre dizendo de como o Na era quietinho e inteligente enquanto Jeno era fechado e estudioso... Mal sabiam a peça que tinham em casa, e que peça...
Do ponto de vista do Lee ele só estava na escola por diversão e putaria já que tinha quase a metade do dinheiro de seu pai só transportando cocaína. Já Jaemin pensava em ter bons resultados em suas provas e teste, o pequeno queria cursar artes plásticas ou até mesmo história, ele era indeciso mas tinha um futuro bem formado em sua mente.
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Era começo de ano e como sempre a família dos garotos sempre se juntavam para dar boas vindas fazendo um almoço. Como sempre, um terço da parte dos convidados não iam por não querer ou até mesmo por ter imprevisto mas dessa vez Jeno conseguiu ir. Deixou a mercadoria que seria entregue com um colega, ele daria boa parte do dinheiro só para o garoto ter ficado com os kilos e mais kilos de maconha e cocaína, assim ele poderia ficar calmo durante todo o almoço.
Aquela altura ele já estava sentado na mesa gigante e cheia de comidas jogando conversa fora com seus tios, tias e primos, ele não estava nenhum pouquinho interessado naquilo e sim na pessoa que ouvia tudo atentamente. Na Jaemin se encontrava sentado do outro lado da mesa, ele apenas ouvia tudo e concordava com a cabeça soltando baixos "Uhum" "Ah, é claro" e "Sim", estava na cara que o rosado estava super entediado com aquilo tudo, igualmente o moreno.
O celular de Jeno tocava no bolso de sua calça onde anunciava que um tal de "wonwoo heroína." estaria ligando para o moreno, foi para um canto mais calmo do quintal atendendo a chamada do outro.
- Ele levou tudo, quatrocentos dólares estão nas minhas mãos. Duzentos dólares para cada, está de acordo? - O garoto disse com uma voz grave do outro lado da linha.
- Não, você só fez o favor de olhar as porcarias, cem dólares está bom. - Disse o Lee pousando as mãos em seu próprio quadril.
- Cento e oitenta e fechamos, que tal? - Woonwoo disse parecendo empolgado.
- Cento e cinquenta, não levanto mais um dólar se quer.
- Fechado, quando você chegar veremos a favor.
Dito isso o telefone foi desligado, virou se para trás estalando a língua no céu da boca dando de cara com Jaemin a alguns passos de distância.
- Está aí a muito tempo? - O moreno disse colocando o celular no bolso da calça.
- Não, só estou passando, eles começaram a nos comparar de novo - Rolou os olhos cruzando os braços
- Merda... - Foi a única coisa que o moreno conseguiu dizer fazendo o mesmo barulho com a língua.
- Acho que devemos voltar - O Na disse sorrindo de canto, aquilo fez subir um calor no corpo do Lee. - Eles estão animados com a ideia de estudarmos na mesma escola, mais animados que eu. - Bufou rolando os olhos mais uma vez - Entendo que seus pais são próximos do meu mas eu não preciso de proteção de ninguém...
- Vai ser bom para você, nana. - Bagunçou os cabelos rosas do garoto e se pois a sair de perto do mesmo, voltou para a mesa se sentando no seu lugar, ouviu mais um pouco das conversas nem um pouco engraçadas mas todos riam para não ficar sem graça, estava torcendo para ir embora logo.
Do outro lado Jaemin pensava no que o primo estaria falando com números envolvidos, ele só conseguiu ouvir os mesmos ditados pelo moreno e estava curioso em saber o que significava. Dinheiro não podia ser, Jeno trabalhava metade de um horário e nos olhos do rosado ele nem ganharia tanto com apenas aquelas horinhas, podiam ser páginas de trabalho mas ele diminuía os números... Jaemin se encontrava muito desligado pensando no que o primo estaria tramando, decidiu então tentar decifrar o que significava no mês seguinte já que iria começar a estudar na mesma escola que Lee.
Decidiu esquecer aquilo por enquanto, não seria nada demais, foi apenas um telefonema e Jeno - nos olhos dele e dos outros familiares - era inocente e um bom garoto.
O tempo demorou a passar mas finalmente os pais do Na resolveram ir para casa, naquele momento o menino só pedia por sua cama e um banho gelado, as piadas sem graça que ouviu no decorrer do almoço fez a paciência do mesmo sumir em um estalar de dedos e ele também precisava descansar, não era de ferro e não conseguia ficar sentado graças a sua dor na coluna. Aquela cadeira onde passou a tarde toda sentado não era nada confortável, sentia sua bunda estar quadrada de tanto tempo que ficou ali.
Assim que chegou em casa, não tardou de ir correndo tomar um banho e ir se deitar para se livrar daqueles pensamentos mas foi em vão. Nada tirava os números ditos pelo primo de sua cabeça, cada vez ele entrava mais ainda no assunto, pensando e repensando sobre o que o Lee estaria falando.
Chegou até pensar que o garoto estaria se envolvendo com coisas erradas como prostituição, mas Jeno era muito novo para comandar um grupo de cadelas.
Depois do pensamento que teve sobre o primo, pôs um ponto final nisso e resolveu ir dormir e esquecer aquilo. Tudo o que ele mais queria era parar de pensar nos assuntos que nem eram seus mas foi impossível, desde criança ele sempre foi muito curioso e quando cresceu, isso apenas aumentou.
Afundado em seus pensamentos, Jaemin dormiu, ainda confuso com aquilo tudo, o mesmo estava ciente de que por o nariz onde não é chamado é falta de educação mas dessa vez ele não resistiu.
