A amiga

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Oi, me chamo Amy - ela disse e sorriu de uma forma extremamente fofa. 
Felipe - respondi bem tímido, ela era a garotinha mais linda que já havia visto na minha curta vida, bom, eu só tinha 7 anos então digamos que não havia visto muitas meninas até então, mas era isso, eu sabia de alguma forma no fundo do meu coração que Amy era o amor da minha vida. E foi assim que começou a nossa história, com apenas um oi na escola primária. Anos se passaram e hoje somos adultos, temos 21 anos. Olha como a vida pode ser engraçada, completamos ano no mesmo mês, cara, somos perfeitos um para o outro.

O que você acha dessa saia? - Amy perguntava enquanto se encarava no espelho esperando por a minha resposta, por a minha aprovação para que pudesse usar aquela saia, ela não precisava dizer com essas exatas palavras já que nos conhecíamos desde sempre, eu sabia tudo que se passava por a cabeça daquela mulher. 
Perfeita - sorri encarando seu lindo reflexo no espelho e ela suspirou de forma angelical, nossa... ela era mesmo muito bonita. Amy havia se tornado uma mulher e tanto, não que ela já tivesse alguma vez em sua vida passado por uma fase feia, mas porra, ela estava muito gostosa. Amy tinha 1,68 de altura, cabelos loiros e olhos verdes muito sensíveis e delicados, sua pele clara e suas bochechas rosadas me faziam sentir tantas coisas, ahh quantos noites bati uma pensando em sua pele rosa. 
O que foi? Você tá aí todo calado e pensativo Felipe- ela riu e sentou ao meu lado, senti na hora meu pau dar um espasmo. 
Nada, apenas pensando nessa festa de hoje a noite e como vai ser maravilhosa, a gente tá precisando muito disso depois de todo esse estresse que temos enfrentado na faculdade - ela concordou com a cabeça, mas não parecia muito convencida- 
Sei, você acha que me engana mas na verdade eu sei que não é só isso - riu e se jogou sobre mim fazendo cócegas, tentando arrancar o que se passava por minha cabeça, ah Amy. Se você soubesse o que me faz sentir sentando sobre mim dessa forma não faria, nunca sente sobre um homem dessa forma e espere que ele não tenha idéias sexuais, disfarcei da melhor forma que consegui, afinal, eu sabia que se ela percebesse algo iria me zoar, e Amy não estava preparada ainda para assumir o amor que sentia por mim, o amor que ela sentia não de uma irmã para com um irmão, mas sim de uma mulher para com um homem. 
Então tá, já vi que não vai sair nada dessa sua boca aí- ela se jogou pro lado e tirou alguns fios de cabelos do rosto encarando o teto. 
Não é nada demais Amy, tire ideias bobas dessa cabeça- falei quando recuperei o fôlego e ela pareceu estar convencida. 
Passa aqui pra gente ir às 10 Felipe, quero chegar bem cedo pra curtir ao máximo. - A encarei enquanto apoiava o queixo na mão, sabia muito  bem o motivo de toda aquela ansiedade pra chegar cedo, Amy estava saindo com alguém que eu não conhecia ainda, pois é, eu tinha que dividi-la com babacas, mas isso em breve acabaria, assim que ela percebesse que me amava. 
Será que vou conhecer finalmente essa sua nova paquera? - arrisquei e ela piscou um dos lindos olhos para mim com uma cara safada, nossa.
Vai! Acho que tô mesmo curtindo... -divagou- talvez esteja apaixonada pela primeira vez na minha vida -e suspirou, aquilo não era bom, não era mesmo nada bom, mas eu sorri de forma radiante como se estivesse feliz por ela, mas não estava.. aquele brilho nos olhos dela eu nunca havia visto antes, ela estava mesmo apaixonada por alguém, alguém que não era eu. Estava errado.
Talvez seja só o sexo Amy- tentei de uma forma bem normal e ela negou- 
Não, não é só isso Felipe- riu e ficou um pouco vermelha- eu sinto meu coração disparar e um frio na barriga quando estamos perto. -Fechei uma das mãos em punho porque aquilo não podia estar de fato acontecendo.
Nossa, então parece ser sério mesmo, feliz por conhecer hoje a sua paixão. -mas não estava, tinha que resolver aquilo de algum jeito. 

Quando a noite chegou a única coisa que eu fazia era pensar em como eliminar esse problema que de repente apareceu, logo agora que eu estava convencido que Amy estava finalmente quase aceitando que nascemos para ser um do outro. Mas em breve ela voltaria a razão. Amy me escolheria como sempre fez porque eu era importante para ela, éramos mais que amigos, éramos almas gêmeas. Bati na porta de sua casa e esperei por a mesma aparecer e nossa, ela estava tão linda, mais bonita que de costume. 
Você tá incrível Amy - ela deu uma voltinha e sorriu toda satisfeita. 
Obrigada, você também não está nada mal - me puxou pela mão e fomos em direção ao meu carro, durante o trajeto ouvimos algumas das nossas músicas favoritas e falamos sobre coisas da nossa infância, tínhamos muita bagagem e nenhuma namoradinho podia vencer isso, no final era comigo que ela terminaria. Chegamos na festa e estacionei o carro perto da mansão, respirei fundo me preparando para conhecer meu futuro inimigo. Eu seria o vencedor. 
Vamos logo - ela praticamente me arrastou até o interior da festa - Olha lá - ela apontou toda boba e meu queixo sem dúvida bateu no chão, meu inimigo não era um homem e sim uma mulher..?! Logo estávamos perto o suficiente para falar com a namorada da Amy. - Esse aqui é o meu melhor amigo Amanda, o Felipe. - ela dizia toda sorrisos enquanto apertava a mão da garota. Ela era bem bonita, mais ou menos da mesma altura que Amy, cabelos pretos sedosos e grandes olhos castanhos. 
Finalmente a gente tá se conhecendo- Eu disse muito "feliz", não podia deixar que elas percebessem a minha surpresa, ok que Amy quando mais jovem gostava de dar uns beijos em algumas garotas, mas eu pensei que essa mania estúpida já havia passado, era só uma fase, certo? Parece que não, agora ela tá querendo casar com uma mulher, onde já se viu? 
A festa tá linda amor - falou enquanto beijava seus lábios, admito que ver duas mulheres gostosas como aquelas se pegando era excitante, mas só isso.. namorar já era demais até pra mim, não que eu fosse preconceituoso, longe disso, mas não a MINHA Amy. 
Tô feliz por te conhecer Felipe, a Amy sempre fala com tanto carinho de você, ela sempre me fala que é o irmão que  nunca teve -sorriu de forma bem bonitinha e eu quis quebrar os dentes dela naquele momento, não éramos irmãos e nunca iríamos ser. 
Nos conhecemos desde os 7 anos -falei tentando soar o mais normal possível, mas estava sentindo tanto ódio que não sabia se estava funcionando. 
Espero que a gente se veja mais vezes depois de hoje, sei lá fazer uns programas de casais, você tem namorada? 
Não.
Ah pois precisamos te conseguir uma- ela riu muito satisfeita com a besteira que estava falando- Você não pode ficar de vela - eu ri fingindo estar achando o máximo, mas na verdade só queria quebrar a cara dela. Logo as duas estavam dançando e se beijando longe de mim, mas eu não conseguia parar de observar porque não podia ser real, não parecia ser real. Era um pesadelo, comecei a beber para tentar acordar mas o pesadelo só parecia piorar. Já havia perdido a conta de quantos drinks havia tomado, resolvi tomar um pouco de água gelada para melhorar do porre. E foi quando eu vi Amy sentada atrás da casa onde a festa não estava acontecendo, sentada e fumando... ela nem fumava. Bom, mas parecia que ultimamente ela andava fazendo muitas coisas que não costumava fazer, devia ser essa tal de Amanda a levando pro caminho errado, o caminho para longe de mim. 
Tá fazendo o que aqui sozinha? - sentei ao seu lado e ela se assustou. 
Não tinha te visto chegar- quase riu, ela estava mais bêbada que eu.
Hm, por que não está lá com a Amanda? 
Eu vim fumar aqui porque ela não gosta quando eu faço perto dela, mas já volto -dizia meio arrastado e riu de novo- ela não é muito fofa e gostosa? Eu sei que é
Parece que você andou bebendo muito.
Não, eu tô bem Felipe- ela jogou a fumaça no meu rosto- desculpa não ter contado que eu estava apaixonada por uma mulher, mas você sabe que eu sempre tive uma queda por elas desde pequena, é isso. Se você pode ficar com homens e mulheres por que não aproveitar o melhor lado disso? Mulheres. - ela não estava falando coisa com coisa, estava bêbada.
Só fiquei surpreso, não sabia que você ainda pagava mulher -dei de ombros- mas tudo bem porque o final eu já sei. - ela me encarou confusa. 
Final? Termina? Você tá falando de que mesmo? Pensei que era sobre a minha bissexualidade. 
Não se faz de burra Amy porque não combina com você esse papel aí, você sabe que no final a gente termina junto. - ela me olhou confusa ou até mesmo incrédula. 
Acho que foi você quem bebeu demais. - ela tentou se levantar mas eu a segurei por o braço a puxando de volta. 
Não, você que tá fingindo demência aqui Amy, qual é?! Vai se fazer de santa agora? -ri alto e ela arregalou os olhos - desde sempre, desde a primeira vez que a gente se viu você se ofereceu como uma vagabunda pra mim, e olha que você só tinha 7 anos na época meu deus, você sempre foi uma promíscua de merda. 
Você tá bêbado e por isso eu vou relevar tudo isso que tá falando aí, agora me larga. - apertei mais ainda seu braço, agora eu iria falar tudo.
Não tô bêbado porra nenhuma Amy, só tô falando o que sempre pensei de você. Isso de gostar de homem e mulher pra mim é coisa de promíscua, porque assim você pode dar pra mais gente, para mais pessoas não é? Porque até pra mim você já deu. -senti sua mão contra meu rosto e logo em seguida uma ardência, ela tinha dado um tapa na minha cara- 
Você tá louco. - ela gritou e se soltou do meu aperto. 
Não adianta fingir ser santa, você nunca foi e nunca vai ser, porra esse papel não combina  com você eu já disse -me aproximei e ela se afastou- Você nunca quis falar daquela noite, preferiu fingir que nunca aconteceu mas a hora chegou, ela aconteceu Amy. E aí? -ri de forma assustadora e ela negou com a cabeça. - Como a boa puta que você é foi até a minha casa quando sabia que meus pais não estavam e subiu direto pro meu quarto usando apenas um casaco e nada por baixo, eu estava deitado lendo quando invadiu  e deixou aquele casaco ir ao chão, quando me dei conta você já estava sobre mim esfregando essa buceta no meu pau e no meu rosto. Fez o que bem quis e depois foi embora como se nada tivesse acontecido, no dia seguinte quando a gente se encontrou na escola não tocou no assunto e era como se tudo fosse como antes, mas não era, não era porque você estragou tudo naquele exato momento. Eu tinha você como um anjo, puro e inocente e não como um demônio que invade o meu quarto pra transar comigo e depois vai embora sem dizer nada. 
Eu também era jovem naquela época e você poderia ter dito não, da forma que fala parece que voce foi estuprado, se eu fiz da forma que aconteceu foi porque eu sabia que você queria da mesma forma que eu. Você vivia dizendo que todos os seus amigos já não eram mais virgens e você continuava sendo - ela revirou os olhos -quis te ajudar. Amigas fazem isso. 
Você não quis me ajudar, você quis me usar pra matar o seu desejo doentio de transar. 
Você fala como se fosse um inocente, transamos uma vez e continuamos amigos depois disso, de verdade pra mim foi só mais uma transa casual. Agora se pra você não foi deveria ter me dito na época, eu não posso ler pensamento, nem mesmo o seu. - ela parecia bem sincera. 
Sabe, eu quis namorar com você desde a primeira vez que me disse oi, mas nunca aconteceu nada. Só aquela noite vazia que não significa nada pra você, desde então eu me iludo achando que você só não está preparada pra assumir que me ama, que sou eu que você quer. Que você me ama, mas não, você me aparece com uma vagabunda dizendo que é sua namorada e que você tá apaixonada. -agora ela parecia assustada.
Para com isso Felipe, você tá louco. A gente sempre foi amigo, uma transa não é uma promessa de casamento- gritou, e ouvir aquelas palavras cortou meu coração, apertei seu pescoço fino e delicado com força enquanto assistia seus lindos olhos se arregalarem de medo e lágrimas descerem, suas macias mãos apertando meus braços com força, suas unhas arranhando minha pele. Nossa, era como no sexo, sua respiração ofegante e sua testa brilhando de suor, ela era linda. 
Na..-foi a última quase palavra que saiu de seus bonitos lábios malditos, eu havia a sufocado até a morte. Eu havia matado o amor da minha vida, a minha alma gêmea, observei Amy deitada no chão inconsciente com seus lindos cabelos loiros ao seu redor, era isso, não foi minha, mas também nao seria de Amanda nenhuma. Fui embora sem olhar para trás, estava indo começar uma nova vida, em um novo lugar. Talvez encontrasse um novo amor, quem sabe uma nova melhor amiga. Sorri e dirigi em direção a saida da cidade ao som da minha música favorita com Amy.

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