As outras espécies

435 20 4
                                    


No fim, ninguém mais quis treinar. Eles não disseram em voz alta mas eu pude perceber que estavam chocados com meus poderes. Jasper disse que  podíamos tentar uma luta corpo a corpo, mas não gostou quando eu respondi que isso seria ainda mais fácil. E como não seria, com um simples feitiço ou apenas por tocar em um deles eu poderia ter a mesma força que eles. Acho que isso os incomodava um pouco, ou talvez eles ainda não processaram o fato que eu sou de fato poderosa. Mas não era algo que eu ligasse. Eles sabiam que eu posso e vou me proteger caso eles ou qualquer outro tentem algo contra mim.
Nós sentamos na grama e eles pediram que eu contasse histórias do meu planeta. E eu contei, contei das borboletas gigantes que existiam lá, de como os lobisomens eram super fedorentos mas super gentis e sempre dispostos a ajudar a todos, de como o nosso rei era amado pelo povo quando na verdade era uma pessoa tão cruel que ninguém poderia imaginar, de quando meu pai nos ensinou a nadar e sem querer irritamos as sereias que estavam no local, de como seus cantos eram belíssimos e cantados em todos os lugares, de como os elfos eram belos e extremamente inteligentes, de seus castelos de ouro e suas cachoeiras de cura, de como eram as escolas bruxas e como tudo funcionava a base de magia e que raramente fazíamos algo sem um feitiço. Lembrar de todas essas coisas me fez sentir tantas saudades de casa, que não pude esconder as lágrimas. Eles riram a cada coisa que eu falava e tentavam imaginar, eu entendia as expressões de incredulidade, eles achavam que eram os únicos sobrenaturais do mundo, então eu podia entender o choque. Até eles me contarem que existiam lobisomens ali também, mas não da mesma forma que em Zorah, e eu ouvi e fiquei maravilhada sobre a história dessa espécie.

Quase Bruxa Onde histórias criam vida. Descubra agora