Singular

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Outra fic que estava no Spirit e estou jogando aqui, peço que ignorem qualquer erro já que dificilmente eu reviso kakaka cada capitulo é o título de uma música de Anavitória até dado ponto, tentei baseá-los na letra. Enfim, é nós.

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POV CAMILA

Era manhã de um dia qualquer da semana, eu sentia minha cabeça pesada. Lembro-me que havia ido em uma social comum na casa de Shawn. Que loucura! Havíamos dançado e bebido tudo que estava na nossa frente. Eu sei que precisaria me recompor até à noite, eu cantaria em um barzinho hoje. Cantar: era a coisa que mais me fazia bem no mundo! Tratei de levantar e tomar um remédio qualquer para curar aquela ressaca infeliz. Peguei meu celular e notei algumas mensagens de um grupo em que zoavam todos, inclusive a mim. Eu não quis saber daquilo, precisaria estar focada e ensaiar por mais que meu corpo apenas pedisse cama. Era uma noite que eu pretendia cantar apenas músicas latinas. Eu era uma brasileira descendente de latinos. Minha mãe é cubana e meu pai mexicano. Cantar em espanhol para mim era mole e eu pretendia cantar músicas da banda "Sin Bandera". Levantei-me e me encaminhei até o meu violão para ensaiar.

**

Era chegada a hora. Dinah, minha melhor amiga, junto com Shawn ficaram de aparecer no barzinho para curtir o show. Assim que entrei lá percebi meus amigos sentados em uma mesa próxima ao palco. Soltei-lhes um beijo que logo foi retribuído e me acomodei para começar o pequeno show.

- Boa noite! Meu nome é Camila e hoje o meu repertório é de uma banda chamada Sin Bandera, mas quero deixar claro que estou aberta a pedidos e o que vocês quiserem que eu cante e toque, assim eu farei.

Sorri simpática obtendo a atenção de algumas pessoas. Logo, iniciei a música que estava no script. Eu olhava em volta e pessoas conversavam felizes. Era um sábado à noite e meu olhar não demorou parar fixar-se no de uma bela mulher. Ela continha os cabelos soltos, tinha um corpo magro e sorria demonstrando suas covinhas nas bochechas. Covinhas me faziam ficar completamente encantada. Eu decidi que faria de tudo para tê-la comigo hoje, ela era a minha "vítima" daquela noite. Todas as músicas eu cantei em sua direção e notei seu rosto ficar vermelho. Ela era tímida, o que me instigava. Depois de um determinado tempo, chegou o momento em que eu tive que dar uma parada para beber uma água, já que ficaria ali a noite inteira. O local foi preenchido com um som ambiente, um sertanejo. Ou melhor, um feminejo para ser mais exata.

- E aí, estão curtindo?

Perguntei em pé olhando para Shawn e Dinah enquanto tomava um gole do meu copo com água.

- Não acredito que você já está mirando sua próxima vítima Camila! – Dinah se manifestou.

- E ela perde tempo? – Shawn comentou rindo.

- Que bom que estão gostando, vou aqui.

Falei rindo com a língua entre os dentes e fui em direção à mesa daquela moça. Ela me olhava com certa timidez, sempre desvia o olhar. Eu não. Eu a encarava, certamente a intimidando, demonstrando que a queria.

- Olá! Boa noite. – cumprimentei ela e suas duas amigas.

- Boa noite! – todas responderam.

- Estão gostando da música? Se quiserem, eu posso cantar alguma outra para vocês.

- Não, está ótimo! Sin Bandera é uma banda incrível.

- Obrigada. E você, está curtindo? – falei me virando para a moça.

- Eu? – ela gaguejou. – Bem... sim!

- Nossa! Meninas, ela é sempre assim? Tão linda e tão monossilábica? – soltei uma leve risada percebendo o seu rosto corar.

Suas amigas fizeram uma cara de surpresa, mas ao mesmo tempo acharam graça da minha investida. Não pude demorar muito ali, infelizmente, já que eu precisava voltar a tocar e cantar. Pelo menos eu saí sabendo o seu nome e não desistiria. Ariana, Ariana Grande. Hoje você seria minha. Me sentei no banquinho, peguei o meu violão e fixei meus olhos no daquela garota. Voltei a cantar Sin Bandera e aquelas músicas invadiam a minha alma. Era algo calmo e profundo, e logo estaria próximo da minha música favorita: Entra en mi vida. Uma música extremamente sensível que eu estava disposta a cantar para Ariana como se fosse uma espécie de arma de sedução. Só que, eu não contava com uma linda mulher entrando com sua suposta amiga naquele local. Sua pele era branca, seus olhos verdes como se fosse o espelho da sua alma, um piercing minúsculo no nariz, uma jaqueta de couro e uma calça jeans pretas junto com o seu coturno. Não sei o que houve, mas por um momento me desprendi completamente de Ariana e fiquei hipnotizada por ela. Senti que ela tinha algo de frágil e aquilo me impactou como eu não esperava e me atraiu. Ariana não mais existia, apenas ela. Eu necessitava saber quem era aquela mulher. Quando seus olhos se cruzaram com os meus, um frio apareceu em minha espinha. O que estava acontecendo? Só poderia ser um desejo descomunal e eu adoraria que fosse aquilo. Ela era a coisa mais linda que meus olhos já tinham visto naquele lugar e eu não estava disposta a desviá-los para qualquer outro canto. Minha música favorita seria a próxima. E quer saber? Eu cantaria para ela. Foram cerca de 30 segundos desde que nos vimos, mas seria para ela. Não acredito em amores à primeira vista, mas sabe aquela atração imediata? Foi o que eu senti com aquela mulher. Dinah e Shawn perceberam e riam entre si, acreditando que seria apenas mais um desafio para mim. E eles estavam certos, era mais um desafio, só que para mim, era o maior de todos eles. Era a mulher mais linda que o meu olhar já encontrara.

- Bem, pessoal, agora eu vou cantar a minha música favorita do repertório. Essa música é como se fosse um par de olhos verdes que denunciam a nossa alma. – a encarei e percebi seu olhar se encontrar com o meu novamente. – O par de olhos verdes mais lindos que eu já vi.

Dei um sorriso leve e abaixei o olhar para o violão. Comecei a tocar e senti a música invadir o meu coração. De fato, essa música me tocava independente de tudo.

*Play em Entra En Mi Vida – Sin Bandera*

Levantei meus olhos levemente e aquele par esverdeado ainda estava me encarando. Comecei a cantar a música e ela era linda. A moça ou música? Não sei. Mas, era ela que eu queria para mim. Esqueci de absolutamente tudo, eu a queria, apenas. Continuei dissertando a letra enquanto aquelas esmeraldas me cercavam. Senti que as palavras saíam da minha boca automaticamente por cantar aquela música diversas vezes durante um só dia. Desviei meu olhar para Dinah por um momento e percebi ela mover os lábios sem som apenas afirmando: "Se eu fosse ela já teria me apaixonado". Meu riso saiu mais largo que o normal e voltei a me fixar nela. Dinah era uma palhaça e não me faria perder o foco em seduzir aquela mulher.

*Fim da música*

Pouco mais de 20 minutos depois, minha segunda pausa se iniciou. Eu não conseguia deixar de olhá-la. Precisava falar com ela. Cantei aquela música com todo o meu coração e alma. Não por ela, por mim. Tinha tamanho significado que nem eu mesma sabia. Não era para um amor passado, presente ou futuro. Era por mim e eu amava aquela melodia. Resolvi me aproximar dela e suas bochechas estavam fortemente coradas. Sua pele branca a denunciava e eu não sabia trabalhar em mim minha queda por pessoas tímidas. Sua amiga era tão linda quanto ela. Um corpo escultural, pele negra, sorriso radiante, traços incríveis. Mas, a de olhos verdes me arrebatou assim que entrou ali.

- Boa noite. – falei ganhando a sua atenção após perceber que a sua amiga havia cochichado algo.

- Boa noite! – apenas a maior respondeu.

- Me chamo Camila.

Eu estava nervosa. Por que daquilo se eu já chegava intimidando as mulheres? Não sei. Apenas estava.

- Me chamo Kordei. Normani Kordei. Como está, Camila?

- Muito bem, obrigada! E você? E sua amiga, não fala nada?

Sorri e percebi a menor abaixar o olhar com as suas bochechas como se estivessem queimando. Dei um leve riso, por incrível que pareça, achando aquela cena fofa.

- Estou bem. Não sei, você fala, Lauren?

Lauren. Aquele era o nome. Não sei por que, mas tinha a impressão que aquele nome faria parte da minha vida em definitivo.

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