Trevo

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POV LAUREN

Alguém estava batendo na porta da minha casa. Com certeza era o meu pai. Sempre que eu sumia Michael Jauregui resolvia bater na minha porta para cobrar explicações e eu já preparava até os meus ouvidos para ouvir a mesma ladainha de sempre sobre o meu trabalho, quando eis que abro a porta e tenho a visão mais bonita que poderia ter. Camila.

- Camila? O que faz aqui?

Eu não poderia e nem conseguiria disfarçar a minha surpresa em vê-la na minha porta no meio da manhã. Como ela conseguiu o meu endereço? Obviamente coisa do casal Norminah. Camz não desiste e parece ser firme nas suas vontades. Para o meu azar eu era a sua vontade. Na verdade, para a minha sorte. Não sei nem o que pensar mais.

- Você é incansável, Camila. Não quer entrar?

- Eu achei que não fosse me convidar.

Dei espaço para que Camila passasse e assim ela fez. Eu estava nervosa com aquela situação, era algo que eu não tinha o controle já que nada foi marcado e simplesmente uma surpresa. Calma, Lauren, ela só veio lhe trazer a jaqueta. Não pense que há outro motivo atrás disso, nem sexo, já que ontem à noite você a dispensou e pela sua pele deve ter passado a noite muito bem com alguma de suas garotas. Quem sabe até mesmo Ariana. Fechei a porta e fiz um sinal com a mão para que ela se sentasse no sofá. Para minha própria lucidez resolvi sentar na minha poltrona de sempre, de frente para Camila, qualquer contato mais próximo com ela eu sei que seria fatal.

- Sua casa é realmente linda, Lolo. – ela olhava em volta encantada.

- Obrigada! Que bom que você gostou.

- Ultimamente eu tenho gostado de tudo que vem de você Lauren. – ela me olhou com aquele sorriso que tudo iluminava. – Na verdade, quase tudo.

- Quase? Deixe-me adivinhar, você não tem gostado quando eu te deixo na mão, não é?

- Se eu disser que gosto disso estaria mentindo. Mas o que eu menos gostei é de te ver afastada de mim como agora. Por que não se senta aqui?

- Aqui é a minha poltrona favorita, Camila.

Ela apertou os olhos e me olhando fixamente por alguns minutos, quieta. Em seguida Camila se levantou e veio em minha direção trazendo a minha jaqueta. Confesso que gelei por dentro achando que Camila tentaria qualquer coisa, mas para a minha surpresa ela apenas estendeu a mão para que eu pegasse a peça e eu fiz o que ela sugeriu. Engraçado que Camila não parava de sorrir e era de uma forma simples, sem segundas intenções. Parecia estar feliz em estar ali. Realmente sua noite deve ter sido incrível.

- É... eu vou indo! Vim só trazer sua jaqueta e ter uma desculpa para te ver.

Eu não queria ouvir aquilo. Não queria que ela falasse que ia embora. Permaneci quieta, sentada e somente olhando Camila que ainda estava em pé esperando uma resposta. Um turbilhão de pensamentos passava na minha cabeça e eu queria dizer: fica. Mas Camila parece que achou que o meu silêncio era um consentimento para que ela fosse e estendeu a mão com um sinal de "tchau" encaminhando-se até a porta para ir.

- Camz, espera. – me levantei da poltrona e ela me olhou. – Não quer almoçar comigo?

- Sério? – ela e aquela mania de colocar as mãos no bolso que possuísse. – Eu quero, Lolo. Seria bom passar mais tempo com você.

- Vem cá, eu vou fazer uma comidinha para nós.

Deixei minha jaqueta na poltrona e sorri sem jeito me encaminhando até a cozinha sendo seguida por Camila. Senti novamente o seu perfume e ela tinha um cheiro tão bom que com a surpresa de tê-la em minha porta não consegui prestar atenção nisso.

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