Liberte-me desse inferno

Eu gostaria de poder me amar

    Era uma manhã de segunda feira, a cidade parecia normal como todos os outros dias. Alunos indo para suas escolas, os mais velhos vivendo sua vida monótoma e as vezes até que um pouco chata. A vida perfeita se assim podemos dizer. Feliz? Talvez!

    Mas para Jimin, o dia não estava sendo feliz. Apenas 7 da manhã e seus pensamentos estavam te atormentando. Não conseguira dormir na noite passada. Seus olhos estavam inchados por causa do sono, sem corpo cansado, sua mente cansada. Mas aqueles malditos pensamentos não os deixava em paz.

    "Por que ainda tenta viver? Você não acha que já fez muita merda pelo pouco tempo de vida que você tem? Não acha que já estragou tudo e que já não tem mais nada? "

    Com apenas vinte e dois anos, Park Jimin já não tinha família, amigos e muito menos vontade de viver. Sobrevivia apenas por sobreviver. Estava cansado de toda aquela situação. Estava decidido a por um fim em tudo isso.

    Tomou um longo banho, se arrumou como se fosse a uma festa de famosos, injetou em seu corpo a dose matinal do seu "liquido de unicórnios". Olhou uma ultima vez para a sua casa, um tanto quanto suja e desarrumada. E seguiu seu caminho até a ponte mais alta da cidade.

    A vida não foi muito justa com ele. Viu coisas que criança nenhuma deveria ver, sentiu na pele coisas que nenhum ser humano deveria sentir. Mas isso é história para depois.

    -Como as pessoas na cidade parecem felizes. - Jimin falava em voz baixa, olhando ao redor de onde passava - Parecem tão satisfeitas com suas vidas "perfeitas", com suas rotinas, com seus corpos, pensamentos, com a vida em si. - Seca uma lágrima que cairá indesejavelmente - Eu só gostaria de poder me amar dessa forma também

    Caminhando sem perspectiva de vida, sem esperanças para um futuro, Jimin chegou até a ponte, que por incrível que parece, não estava movimentada como de costume. Uma ajuda do universo, assim pensou. Se colocou sobre a mesma, e se inclinou, dando seu ultimo e mais triste sorriso.

    -Não pense nisso! - Uma voz estranha que nunca ouvira antes, está em seu ouvido. Uma mão forte e macia segura seu braço e tenta puxa-la para a pista. - Podemos mudar isso.

    -Quem você pensa que é? Não tenho direito de escolha? - Jimin não vira seu rosto, mas as lágrimas começam a cair. Mesmo com um tom de raiva, ele estava feliz por alguém o ter salvado. No fundo ele não queria morrer.

    -Claro que tem, mas também tenho o direito de escolher te ajudar. - A voz era de alguém sorridente - Tente, só por hoje, e se amanhã ainda quiser fazer isso, eu mesmo te trago até aqui.

    Jimin se deixa ser puxado e finalmente olha nos olhos do tal estranho.

    - "Um anjo? Anjos existem? Existindo ou não, esse é um anjo e dos mais belos" - Jimin pensou ao ver um rosto perfeitamente simétrico olhando em seus olhos com um sorriso enorme.

    -Me chamo Jeon Jungkook, mas por favor, use somente meu nome. - Ele da um abraço surpresa no garoto que se assusta - Oh não se assuste, pode me abraçar, eu sei que precisa disso.

    Park sem pensar duas vezes abraçou o estranho e se pôs a chorar, mais forte, mais intenso, com soluços atrapalhando. - Me chamo Jimin - Seu abraço fica mais apertado a cada segundo que se passa.

    -Não tenho muito tempo, mas olha nesse papel tem um endereço de um lugar que pode te ajudar - Jungkook disse enquanto colocava um pequeno papel no bolso do pequeno Jimin - Só me prometa que você irá, a qualquer hora. Tem um telefone também, pode ligar quando precisar.

    Ele se afasta de Jimin e com um enorme sorriso no rosto, entra no carro que estava parado no meio fio da estrada.

    Sem entender o que acabara de acontecer, o garoto pega o papel e segue de volta para a sua casa, com o pequeno momento que passará em sua cabeça. Não sabia o motivo de um estranho ter te ajudado, e muito menos de ter te abraçado. Estava com medo de ir até o tal local, mas também estava curioso.

    O que tinha a perder? Se fosse algum assassino, psicopata, um serial killer, só estaria fazendo um favor em acabar com a sua vida.