Watashi no yūjin ni yorimasu

As lembranças que assombram

"Ei Hiro. Hiro! Hiro!"
"Hiro, mas que droga, acorda!"

Matsu abre seus olhos, encara o teto por um tempo, e se levanta da cama. Matsu acabara de acordar, já eram 7:00 da manhã e ele mal parava em pé, estava com uma tontura.

"Mas que droga, não devia ter ido dormir tão tarde"

Matsu segue ao banheiro. Abre a porta e se olha no espelho por um tempo. Encara o seu próprio rosto matutino e nota que abaixo de seus olhos castanhos haviam olheiras. Ele lava o seu rosto na pia e se encara no espelho mais uma vez.

"Hiro, né? Eu me lembro. Bom, foi só um sonho, melhor eu tentar esquecer
esse assunto"

Matsu da as costas para o espelho, e novamente retorna a encarar o meio do nada, olhava para a parede. E de repente, Matsu dá um soco com todas suas forças na parede, que era frágil a ponto de causar uma leve trincada no azulejo com o impacto da pancada.

"Merda!"

Matsu grita e começa a chorar, suas lágrimas escorriam em seu rosto e decaião-se sob seus pés. Ele feriu sua mão a ponto de deixá-la roxa, deixando uma marca em sua mão difícil de passar despercebida.

Ele tenta se acalmar, escorre suas lágrimas, e se vira novamente ao espelho e lava seu rosto novamente.
Matsu finalmente resolve parar de se encarar e entra no chuveiro. Coloca sua roupa e tenta disfarçar seu machucado passando um tipo de pomada para aliviar um pouco a dor e fazer o roxo sumir, após isso, toma um café reforçado, penteia seus cabelos negros, escova os seus dentes e sai de casa.

Já eram 8:50.

Matsu liga para um taxi conhecido no qual sempre levava ele para o trabalho por telefone, e aguarda-o na porta de sua casa,  enquanto isso, ele
faz uma ligação para seu amigo:

Matsu- Alô, Takashi?
Takashi- Eai Matsu, quanto tempo! Quer dizer, faz dois dias que não nos vemos.
Matsu dá uma curta rizada.
Matsu- Pois é. Enfim, eu queria só te avisar algo, gostaria de encontrar com você hoje às oito da noite. Queria apenas ter uma conversa particular.
Takashi- Beleza, se eu não estiver disponível eu vou, caso contrário eu te ligo pra avisar.
Matsu- Combinado então.

Matsu desliga o telefone e seu táxi chega:

Matsu- Bom dia Ryo!
Matsu adentra no carro e também recebe comprimentos.
Ryo- Bom dia! Como vai Matsu!
Matsu- Estou bem, eu acho. Bom, me leva para o lugar de sempre.
Matsu, logo boceja.
Ryo- Está cansado Matsu? Você já tem 22 anos, deveria ser mais responsável e dormir mais cedo, haha.
Matsu- Na verdade eu fiquei até de madrugada acordado escrevendo novas idéias para futuros mangás, acabei me empolgando um pouco e quando fui ver, já era tarde.

Matsu revira seus olhos. E Ruy nota
isso olhando pelo retrovisor.

Ryo- Está mentindo né? Você não ficou até tarde de novo pesquisando sobre aquele homem?

Ryo havia parado de sorrir, como se um clima ruim acabasse de decair sob o carro de repente. Matsu ignorou, e revirou seu rosto para a janela do carro.

Ryo- Olha, Matsu, eu já sou um senhor de idade, eu também já sofri muito, acho que você deveria apenas esquecer esse assunto e seguir em frent...
Matsu- Já chega Ryo.

Matsu  retruca com um tom que chegou a parecer que estava extremamente bravo.

Os dois não se falaram mais até o final do percurso. Ao chegar no destino, Matsu paga Ryo, agradece e se despede.

Ao entrar no local de trabalho, onde Matsu escrevia seus quadrinhos, pois trabalhava nessa área, o primeiro a lhe cumprimentar havia sido Hana.

Hana não era só sua colega de trabalho, era também sua amiga de infância que andava com ele e com o Takashi. E Hana, sempre demonstrou muito afeto por Matsu, e ela o considerava um dos seus melhores amigos.

Hana- Bom dia Mat! Chegou atrasado, que feio, né?

Matsu nem havia percebido que estava atrasado, talvez ele tenha pensado muito sobre aquele "assunto" oque acabou o distraindo.

Matsu- Nossa! Já são 9:13, eu nem percebi! Haha.

Matsu deu uma risada para se fingir de inocente, mas já era tarde demais.
"Ei Matsu! Já é a terceira vez que você se atrasa droga"

Matsu na hora se vira e diz:
"De-desculpa chefe! Não vai se repetir, eu lhe garanto!"

O Sr.Ichiro volta à sua mesa, e Hana ri da cara do Matsu:

Hana- Haha, parece que a barra tá limpa agora, o chefe já foi.
Matsu- Caramba, dessa vez ele estava mais irritado que o normal.
Hana- Sim, ultimamente ele tem ficado bem irritado, eu tentei conversar com ele mas quando perguntei o porque desse estresse, ele gritou comigo: "pare de fazer perguntas e volte ao trabalho!".
Matsu- Bom, algo sério deve ter ocorrido com ele.
Hana- Coitado!
Matsu- Bom, fazer o que?

Matsu sentou-se em sua mesa, que era ao lado da mesa de Hana.

Hana- Ei, Mat, porque se atrasou?
Matsu- Bom, eu fui dormir tarde, aí eu acordei tarde também.
Hana- O que você estava fazendo tão tarde?
Matsu- Bom... Não era nada demais.

Matsu revirou seus olhos novamente, Hana percebe olhando de canto ao rosto de Matsu, na hora ela se vira e retruca:

Hana- Ei! Você revirou seus olhos, isso significa que está mentindo!
Matsu- Merda, eu tenho que parar com essa mania.

Matsu diz isso em voz baixa, mas não à ponto de Hana não escutar.

Hana- Ei! Olha essa boca, o que você estava fazendo ontem a noite, aposto era algo pervertido né?!

Hana acaba gritando alto até demais a ponto de seus outros dois colegas de trabalho no escritório ouvirem. Ambos encararam o Matsu olhando para ele com uma cara de "safado".

Matsu percebe isso e, irritado, responde a Hana:

Matsu- Mas que droga Hana, não era nada disso, e vê se não grita.
Hana- Bom, mas você ainda não me disse oque estava fazendo.
Matsu- não se intromete na minha vida, é melhor a gente não tocar neste assunto.

Hana fez uma cara emburrada para Matsu, revirou-se e continuou a escrever nos papéis em sua mesa. E Matsu logo depois pensa.
"Melhor eu evitar falar sobre esse "assunto" com Hana, não quero que ela lembre-se disso".

Hana- Ei, Matsu, me desculpa se eu estiver me intrometendo, mas eu percebi que você está com uma ferida em sua mão.

Hana falou com um rosto e um tom de preocupada.

Matsu- Ah! Isso é só um machucado que eu fiz quando eu tropecei hoje mais cedo, mas não foi nada grave.

A cara de preocupada de Hana não havia se desfeito, ela percebeu que algo estava errado.