Mar de Lágrimas

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       Num barco, me peguei navegando em sorrisos movidos por memórias eternamente distantes.

      O sorriso me deu raiva, ou talvez fosse apenas a negação pessoal. É incrível como apenas alguns momentos ligeiros, ou a falta deles, nos fazem tão pequenos, esmagados pelo arrependimento que paira sobre oportunidades desperdiçadas.

   Minha mente rebobina e trás num eterno loop essas mesmas oportunidades, até mesmo as fantasias daquilo que não tive ou fiz, e assim não estou mais sorrindo, mas sufocado. Não navego mais, eu afundo, me afogo nas escolhas que não escolhi.

       Se apenas eu tivesse olhado mais, mas não olhei. Se tivesse falado, mas não falei. Se tivesse demostrado mais, mas não demonstrei. Se tivesse apenas feito algo, mas não fiz. Talvez se a negação não predominasse nas sentenças, mas predomina. Talvez assim eu teria sim beijado, tocado e sentido mais. Não. Eu senti sim, mais do que gostaria, o problema é que senti o sentimento errado.

   Se o dinheiro fosse movido pelo coração eu conseguiria pagar uma passagem para a Inglaterra, mas não é.

Confissões Aleatórias de um Adolescente ConfusoOnde histórias criam vida. Descubra agora