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— Não quer mesmo uma carona, Camille? Hoje teve jogo e a rua está muito perigosa, você sabe.

— Jullie, tá tudo bem, sério. Eu quero andar hoje, e também, eu preciso passar no mercado. A gente se vê amanhã. — Me despedi de Jullie e andei direto pra fora da faculdade.

E de fato, hoje a rua estava muito cheia, desvantagem de estudar na frente do estádio do PSG.

Enquanto andava senti meu celular tocar.  Eu sabia do risco de andar com o celular na mão, mas olhei e vi que era Kaio, meu namorado, e senti a obrigação de atender.

Só não lembro exatamente o que aconteceu depois que a minha visão sumiu.

Uma hora depois...

— O que eu estou fazendo aqui? — Foi a primeira coisa que saiu logo que acordei e me vi em uma cama de hospital.

— Ah olá, que bom que acordou, foi uma batida feia.

Uma o quê? O médico fala como se eu soubesse do que ele está falando?

— Batida?

— Ah! Graças a Deus você acordou, eu estava quase tendo um ataque de pânico! — Esse rosto... Era muito familiar, França inteira o conhece.

— O que aconteceu? — Era o fucking Mbappé na minha frente, mas eu ainda estava em uma cama de hospital com o pé totalmente inchado.

— Eu estava saindo do estádio e você estava meio... Como eu posso dizer sem parecer que você é uma doida... Você estava atravessando a rua enquanto digitava no celular. Eu tentei desviar, juro! Mas não deu e acabou que bati em você. — Que puta sorte eu tenho.

— Meu Deus, você deve estar me achando uma completa maluca. Mas eu não costumo ser assim, eu juro! Na verdade não sei o que me deu de pegar o celular na rua.

Eu estava nervosa, não sei se era por ser atropelada por uma celebridade ou por ser idiotice minha.

— Não, tudo bem, todos temos nossos momentos ruins, não é mesmo? Você teve sorte de só ter machucado o pé e arranhado a testa. — Ele era muito mais lindo pessoalmente, e esse pensamento está muito bem guardado pra mim porque tenho namorado e o Kaio é muito ciumento.

— Aliás, meu nome é Camille, perdão a ignorância. — Eu só queria ouvir ele confirmado que era o Mbappé mesmo.

— É um prazer conhecê-la. — Ele beijou a minha mão. Existem homens gentis em 2020? — Eu sou o Kylian... Bom você deve saber.

Foi engraçado ele tentar se apresentar sem parecer metido haha.

— Eu sei quem você é. É um prazer conhecê-lo também. — Foi uma troca de olhares bem intensa.

— Bom, você teve uma entorse no tornozelo e terá que ficar de repouso por umas três a quatro semanas, se houver dores, pode tomar um analgésico, e óbvio: não fazer esforços.

Eu só pensei em uma coisa: Como vou pra faculdade se estou em período de provas?

— Está liberada para ir pra casa.

— Vamos, eu te levo. — Vou ressaltar o choque que percorreu após Kylian me ajudar a levantar.

A questão é que eu não conseguia afirmar o pé no chão, óbvio. Então ficou difícil e ele me levou até o carro no colo dele.

A minha cara vai estar em todos as revistas amanhã, não quero nem imaginar.

— Me desculpe por estar causando todo esse trabalho... — A culpa bateu depois que me ajeitei no carro.

— Na verdade a culpa é minha né, eu te atropelei.

— Porque eu estava atravessando a rua como uma completa maluca.

— Não... Não totalmente. — Que troca de sorrisos foi essa?? Se eu fosse doida diria que estou flertando?

— Vire à esquerda.

Quebrei o silêncio orientando Kylian que quase estava entrando na rua errada. O mesmo sorriu tímido e entrou na rua que logo de cara a minha casa era avistada.

— Não precisa se preocupar, imagino que deva estar cansado do jogo. — Falei rapidamente quando vi que ele iria me levar até dentro de casa.

— Com esse pé? Sem chance. — E então me ajeitei em cima dele.

— Fora que o jogo não era tão importante, só joguei 20 minutos.

Nenhum sinal de vizinho e nem Kaio. Tudo ok até aqui.
Na verdade até Kylian tropeçar quando chegamos na porta e ficarmos muito, muito próximos.

— A chave está no meu bolso traseiro. — Eu tinha que falar, como iria abrir? Mas causou risos de qualquer forma.

E também causou mais uma onda de choque elétrico quando o mesmo pegou as chaves.

— Sua casa é muito bonita. — Kylian logo depois que me deixou no sofá, sorriu analisando.

— Obrigada.

Ah esses sorrisos espontâneos.

— Eu até ofereceria algo pra você, mas estou imobilizada como pode ver.

— Acho que oferecer seu número já é o suficiente. — Eu estava em choque?

— Claro. — Ri mais comigo mesma, sem acreditar e anotei. Entreguei ainda confusa.

— Você vai ficar bem mesmo? Posso ir sem preocupação?

— Pode ir sim, eu moro com a minha tia e logo ela chega. Obrigada pelo esforço e me desculpe de novo por ter te importunado com a minha burrice.

— De repente tem um lado positivo. Até mais, Camille.

Nos despedimos com um abraço e eu só tinha uma dúvida: Ele estava dando em cima de mim?
Porque eu ainda não consigo encontrar outro lado positivo num atropelamento se você não ter interesse na atropelada.

JE T'AIME || KYLIAN MBAPPÉ ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora