capítulo 1

0 0 0
                                    

É interessante como as coisas mudam num piscar de olhos, eu por exemplo, estou aqui sentada na minha cama, vendo meus pais me contarem que nos mudaremos para outro país em 2 semanas.
Pode parecer até inacreditável, MAS EU TO ADORANDO!!!!!!! Sério, odeio essa cidade, as mesmas pessoas, os mesmos carros, as mesmas lojas, a mesma escola, não tinha amigos porque eles me achavam estranha, então... Tudo era igual aqui, nada mudava, absolutamente Nada, até o prefeito da cidade era os mesmos, ou era Sr. Campos ou era o Sr. Barreto.
Sempre quis saí daqui, desse lugar, e fiquei mais feliz quando meu pai conseguiu a promoção do Médicos Sem Fronteira aaaahhhh, iríamos para um lugar em Maine nos EUA!

Eu era filha única então não tinha que me preocupar com irmãos mimados. Eu era mimada por meus pais, porque é óbvio, sou a única.
Como eu não tinha amigos não me preocupei em despedidas. Eu não tinha amigos porque eles me achavam estranha, nunca consegui me enturmar mas isso nunca foi um problema.
A viagem estava se aproximando e eu ainda não tinha embrulhado nem metade das minhas coisas, então resolvi ir até a mercearia pegar mais caixas de papelão.
Minha cidade é pequena, então tudo fica próximo de tudo, desde a escola até a delegacia, nunca precisei ir pegar um ônibus ou ir de bicicleta por que como eu disse, tudo era perto de tudo.
Carlos Félix um senhor de meia idade era o dono da melhor mercearia da cidade, era quase uma conveniência. Sempre o conheci, ele me dava bombons quando meu aniversário estava perto, isso porque ele nunca se lembrava do dia.
- Soube pelo seu pai que vão se mudar hein? - ele disse num tom despreocupado
- é pois é né? Acontece, - eu estava no fundo da loja procurando umas caixas bem grandes - uma hora ou outra eu sairia daqui mesmo.
- eu me lembro quando você apareceu aqui pela primeira vez, hahahahah, você perguntou se tinha macarrão instantâneo coreano, e quando eu disse que não, você disse que um dia sairia dessa cidade atrás de macarrão instantâneo coreano.
- é pois é, agora eu tô indo embora. Essas caixas são resistentes?
- são, pode levar, leve como se fosse meu presente de despedida.
- obrigada seu Carlos o senhor é um amor.

E o grande dia havia chegado, viajamos para a capital para pegar o aeroporto, tínhamos que estar lá às 4hrs, e já eram 2:45, e ainda estávamos no carro a caminho do aeroporto, assim que chegamos e despachamos a bagagem, o que já era 3:20, meus pais decidiram fazer uma última refeição do nosso país natal.

A viagem demorou 24hrs, e quando chegamos na casa que iríamos ficar, deu vontade de voltar pro meu país de novo. A casa parecia as casas dos filmes de terror que uma família vai pra morar e ela é assombrada, tudo era velho na casa, até às paredes e minha mãe deu a melhor dos seus elogios.
- É expendido! Adorei!- disse minha mãe
- Será que os Warren vem aqui quando a gente chamar eles pra tirarem um espírito maligno quando nós assombrar? - soltei
- Para de ser tão negativa Jady. - disse papai
Meus pais era liberais comigo, afinal eu nunca nem sai pra me divertir com amigos e chegar tarde da noite, então eles eram liberais porque sabiam que eu não ia sair, além do fato que meu pai era um senhor de 45 anos mais ainda jovem, alto um corpo magro mas com um pouco de músculos.
Já a minha mãe era pequena, com cabelos encaracolados negros que iam até o meio das costas e cílios longos, todos diziam que eu era parecida com a minha mãe, só era um pouco mais alto por causa do meu pai.
Subi as escadas e me deparei ao que seria meu quarto, era grande, espaçoso, e a janela dava para o quintal e como era janeiro ainda havia neve no chão.
Eu já tinha ido aos EUA antes, nas férias. Mas morar aqui? Nunca passou pela minha cabeça. Meu inglês era bom, afinal, minha mãe era professora de inglês na minha cidade, ela estudou em Nova Jersey inglês, então eu sei que ia me dar bem aqui. Como as aulas ainda não haviam começado, meus pais resolveram logo matrícula o mais rápido em uma escola perto da minha casa,que ficava a mais de 6km.
Era 8 de Janeiro e as aulas só iam voltar no dia 6 de fevereiro. Então, era só esperar, e estudar mais um pouco a minha pronúncia.

Já havia se passado 3 semanas desde que eu cheguei em Maine e só saí de casa só pra acompanhar minha mãe nas compras para a casa, e agora ela me obrigava a ir fazer minhas compras do material da faculdade.

Havia uma loja de conveniência a 2 quarteirões da minha casa, eu já tinha reparado ele quando eu fui as compras com a minha mãe, ele era pequeno, bem simples, assim que eu entro há um jovem rapaz alto, loiro e com espinhas na cara, um pouco mais velho que eu, no balcão, então vou até ele.
- Oi! Tem materiais escolares aqui? - perguntei.
- Olá! Bom dia senhorita, sim, a terceira prateleira.
- obrigada.
O interior da loja era bem grande,  diferente do que há do lado de fora, a prateleira que o garoto tinha me indicado era cheio de cadernos, canetas de vários estilos e estojos, há via um bem engraçado de banana então eu o comprei. Quando eu tinha pegado tudo o que eu precisava, e me diriji ao balcão, alguém entrou na loja, um rapaz, alto (todo mundo dessa cidade é alto?) Cabelos negros, de pele morena do sol, e vestia calça negras com uma camiseta preta também, e o olhar... Parecia que ia me ~matar~ ...
- Hey Fred, tem isqueiro? - perguntou ao balconista
- oi Luke, tem, vai colocar fogo em alguém? Hahaha- disse o balconista
- no seu carro, aquela lata velha. - disse o garoto que se chamava Luke.
- oi, eu vou levar isso - eu disse por fim ao Fred. - quanto custou?
- vamos ver. 60 $, vai ser no cartão ou a dinheiro? - perguntou Fred
- dinheiro. - eu disse.
Quando o Fred estava empacotando as minhas compras o garoto chamado Luke aparece mas não com o isqueiro, e sim o material escolar.
- coloca na conta - Luke disse rindo com um desdém.
- vai voltar a estudar Luke? Faz muito tempo hein? -disse Fred.
- fazer o que? Apareceu um motivo. - falou Luke olhando pra mim - qual é o seu nome? - ele me perguntou olhando fixamente pra mim
- é! Qual seu nome? Nunca vi você por aqui! - perguntou Fred também. Luke olhou pra ele com um olhar de nojo.
- sou Jady Moreto, e sim sou nova aqui, com licença, estou indo embora - falei.
- você tem uma bela tatuagem no seu ombro. - disse Luke assim que eu tinha me virado pra saí.
- Não é uma tatoo, é um sinal. - eu disse, aliás eu tinha um sinal que parecia uma tatoo desbotada no meu ombro esquerdo, era quase uma nuvem com e uma lua crescente bem na ponta, muitas pessoas achavam que era uma tatuagem, mas eu constantemente dizia que não era e isso me deixava muito irritada.
Eu já estava quase chegando a minha casa quando um grupo de garotas passa por mim, e o que aconteceu foi bem estranho. Ao ver elas passando vi que havia alguém me olhando pela vitrine de uma loja, não consegui identificar direito, mas parecia que ele olhava pra mim com bastante atenção. Até meu pai parar com o carro bem na minha frente.
- tá indo pra casa? - ele disse
- oi sim, vamos. - antes de eu entrar no carro, tornei a olhar mais uma vez pra loja, mas não havia ninguém mais lá.

Essa cidade é mais estranha do que eu pensei.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jan 09, 2020 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

lágrimas CortantesOnde histórias criam vida. Descubra agora