drama, apaixonados e dia dos namorados.

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Geonhak detestava espaços onde existia um grande indício de altitude, ou até mesmo aqueles que lhe provocavam claustrofobia exacerbada. Sentia-se apreensivo em grandes proporções, e estar preso naquela roda gigante era como se seus pesadelos estivessem se realizando do pior modo possível. Tentou respirar com calma, apenas para que Dongju não achasse que ele estava surtando — o que não era tão mentira assim — e manteve o olhar em algum ponto que pudesse ajudar seu estado conflitante.

Assim como Dongju tinha prometido, ele não largou a mão do mais velho por nada. O via apreensivo, é verdade, e tentou transmitir calmaria em meio a toda aquela tempestade. Fazia leves carícias com seu dedo sobre a mão deste enquanto, vez ou outra, olhava para ele; os olhos de Geonhak se fecharam algumas vezes, como se assim pudesse fingir uma doce mentira que o ajudasse.

— Eu nunca terminei uma série. — disse-lhe Dongju, de repente. Isso resultou em um olhar confuso pela parte de Geonhak, o qual foi direcionando sua atenção para o mais novo. — Meus amigos até que tentam me incentivar para ver, mas eles falham nessa arte. Hwanwoong hyung ama doramas, conhece vários deles; já Youngjo hyung adora séries famosas. Eu prefiro desenhos e filmes do catálogo da Netflix mesmo. Ah, e do Cartoon Network também.

Ele comenta um tanto quanto animado, era possível ver um brilho diferente no olhar deste. Havia uma espécie de magia encantadora que rondava Dongju, o deixando adorável; o vento vez ou outra bagunçava seus fios avermelhados, mas ele sequer se irritava com isso, pelo contrário, até mesmo sorria. Geonhak recordou-se de que Dongju também possuía medo de altura, e recordou-se de que ele estaria ali para o outro. Era estranho saber que, horas atrás, eles sequer se conheciam.

Lentamente, ele se ajustou naquele espaço levemente pequeno e tentou ver a situação por outro lado. Mas quais seriam os prós enquanto se está em uma roda gigante com um menino que tinha conhecido horas atrás?

— E do que mais você gosta? — questiona Geonhak participando daquele tema proposto por Son. Observou ele buscar pelo próprio celular e ligar a lanterna do mesmo por alguns segundos, em seguida clareando a si e o loiro, e desligou esta. Estavam de volta naquela iluminação fraca onde pouco se via, apenas um breve silêncio pela parte do ruivo.

— Estrelas. — diz ele, baixo. Sempre admirou o brilho que tais espécimes possuíam, recordava dos bons momentos que teve enquanto as olhava, eram memórias preciosas. E muitas das vezes havia luz demais na cidade, coisa que impedia o mais novo de ver. As pessoas sempre iam atrás da luz da cidade, mas Dongju gostava do brilho das estrelas. — Elas me ajudam nos poemas que faço, ou até mesmo com as várias estórias que monto. Ah, flores também. Eu adoro fotografia, tenho diversas fotos de vários cenários e muitas são de flores, ou pôr do sol. Eu gosto também de desenhar, mesmo que não seja o melhor nessa arte.

Conforme Dongju explicava as coisas que ele gostava, mais Geonhak ficava encantado por aqueles detalhes. Eram fragmentos de um ser com luz própria, de alguém que tinha mais do que beleza a ofertar; tinha personalidade forte, jeito tranquilo e que trazia paz aqueles que estavam ao seu lado. Não era apenas uma pessoa doce, era um indivíduo precioso, carismático e atrativo.

Quando estava preparando uma resposta para dizer a Dongju, sentiu o brinquedo voltar a rodar. Perdeu-se em palavras não ditas e em sussurros insistentes, lutou contra aquela estranha vontade que crescia em seu âmago e tentou estabelecer alguma coisa dentro de si. E mais estranhamente ainda, ele não conseguiu realizar nada disso.

Saíram daquele espaço com bastante cuidado — Geonhak até mesmo viu Dongju segurando sua mão, ainda fazendo jus à uma promessa só deles — e caminharam até um dos bancos. O relógio marcava quase dez e meia, o loiro sequer sabia se Keonhee e Seoho ainda estavam por ali, temia que eles pudessem estar chateados consigo, afinal, sumira de repente.

— Obrigado pela noite. Meus amigos não puderam vir comigo, então eu acabei vindo sozinho. — Dongju comentou ao mesmo tempo que olhava para as próprias mãos colocadas delicadamente sobre o colo. — E ter te conhecido foi bem legal, e mesmo com a eventualidade que veio a se suceder, eu gostei da nossa conversa. Você é alguém interessante, hyung. — sorriu sincero para o loiro que acabou sorrindo junto, não havia como não sorrir perante a Son Dongju. — Eu vou esperar a minha mãe, ela disse que vem me buscar. O meu número você já tem, então pode mandar mensagem depois. Até outro dia, Geonhak hyung.

Depositou um selar rápido na bochecha deste, e levantou-se. Só que, dessa vez, havia uma ligação nessa despedida, era apenas um até logo, diferentemente do adeus que Geonhak viveu momentos atrás. E se vendo em um dilema, correu atrás de Dongju que já estava na metade do caminho. Olhou para todas aquelas pessoas ao redor de si — as quais sequer lhe olhavam — e roubou um selinho do mais novo.

— Até outro dia, Dongju.

E o viu ir embora feliz. Tal qual o instante onde escutou ele proferir todas as coisas que gostava. Sendo detalhes que estavam impregnando nas partes mais singelas de seu coração.

Recebeu uma mensagem de Keonhee indagando onde estava Geonhak e pediu que viesse até si, para que assim pudessem ir embora. E naquela noite não eram apenas as estrelas que sorriam, mas, sim, o coração feliz de Kim Geonhak.

[...]

❝As flechas do cupido não são exatamente mágicas, talvez exista um pouco disso nelas. Mas elas têm propriedades desconhecidas por nós, os seres humanos, que muitas das vezes não entendemos o porquê de determinada coisa. E, sendo sincero, eu sou um pouco mais devagar para compreender isso. Sei também que foi difícil perceber o óbvio, juro que não fiz por mal, Dongju.

Você deve estar com aquele olhar incrédulo, é sempre assim quando eu explico que demorei um século para perceber que te amava ao mesmo tempo que você também sentia o mesmo. E sempre que você faz isso, você me chama de bobo.

Mas pelo menos eu ganho beijos quando isso acontece, então é algo bom, não é?

Se eu fosse depender do cupido para entender que te amo, isso demoraria tanto! Seus sentimentos eram bem visíveis, nem sei como eu não percebi eles.

Feliz um ano de namoro, amor. Obrigado por me aguentar nesse longo um ano de convivência, sou grato a ti por tudo. Por todas as memórias que fomos construindo juntos, todas as noites vendo as estrelas, todas as tardes onde pintamos e desenhamos, por todas as manhãs onde vimos desenhos no cartoon, por todos os momentos onde pudemos nos amar verdadeiramente, por todos os instantes onde você fez com que o amor valesse a pena para mim outra vez. Por todos os locais que visitamos e por tudo que vivemos.

E, ei, o cupido pode até ter demorado a trazer alguém que valesse a pena para mim, mas no final de contas, esse alguém especial é você, Son Dongju. Você faz com que eu sinta borboletas no estômago, aquelas bem clichê mesmo.

Porque não é apenas as estrelas que sorriem, eu também sorrio diante do seu amor. Obrigado.❞

Colocou a carta delicadamente sobre o móvel da cama do namorado, depositou juntamente os doces favoritos deste e saiu do recinto. Agradeceu mentalmente por Keonhee e Seoho terem saído com o mais novo, assim deu tempo para que Geonhak pudesse organizar a pequena surpresa para o garoto.

E agora era somente esperar. Era aquele mesmo sorriso do dia em que se conheceram, os vários eu te amo seguido de beijos e diversos abraços carinhosos que ganhava. E ali, em meio aos abraços de Dongju, era o maior lar de Geonhak.

[...]

bom, foi isso. é uma two shot em comemoração ao um ano de debut do oneus + aniversário do xion. eu pensei nesse tema ontem mesmo, ainda cedo quando estava prestes a sair pro curso e quis trazer a vocês. eu espero que tenham gostado, assim como eu amei fazer isso. eu amo esses meninos por demais e ter feito isso me deixou bem. até a próxima, amo vocês

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