A PROMESSA

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No final daquele verão, Willy Wonka, o dono da Fantástica Fábrica de Chocolate, se encontrava em um momento difícil ao visitar uma amiga de longa data no hospital, ela não passava muito bem, já estava nas últimas e, ela tinha um pedido a fazer para o chocolateiro bem sucedido.

— Ah, meu querido Willy, obrigada por vir.

— Nunca se abandona os grandes amigos, minha cara Beth — o homem de cartola e sorriso brilhante disse para a amiga enferma.

Beth McMillian obtinha um câncer no qual não se podia mais combater, portanto, ela decidiu partir para cortar o seu sofrimento bem antes dele piorar. A mulher não tinha ninguém, a familia de Beth só queria saber de seu favorável dinheiro, o qual ela guardava para a única filha que teve, para a menina ter um bom futuro o usando.

— Vejo que você está ótimo. Os seus chocolates são um sucesso! — Willy sorriu fracamente sobre o comentário vindo de sua amiga.

— Verdade, mas...não vim aqui para falarmos de mim, não é Beth? — a mulher doente comprimiu os lábios enquanto observava o belo rosto do homem de cartola na cabeça dizer.

Logo, a aparência abatida de Beth fez com que o Willy evitasse de olhá-la por tantas vezes como queria, pois ele mesmo poderia chorar vendo o sofrimento dela estando em cima daquela cama, sem poder ao menos fazer absolutamente nada para ajudar a mulher incrível que Beth se fazia antes do câncer devorá-la.

Wonka não acreditava que ela poderia partir à qualquer hora, mas era assim que estava escrito e isso era triste.

— Bem, Willy, eu preciso de ajuda e sei que você é o único que, talvez, faça isto por mim.

— Qualquer coisa, Beth. Eu faço qualquer coisa que me pedir!

— Sabe que estou morrendo, não tem como evitar — Willy finalmente encarou a mulher enferma, e este modo fora tristonho. Enquanto ouvindo-a terminar suas falas suaves, ele engoliu à seco. — Eu tenho uma filha. Se lembra da minha querida Libby?

O chocolateiro imediatamente sorriu ao lembrar-se da menina de olhos azuis e cabelos escuros como chocolate.

— Ah, sim! A linda e geniosa Libby, claro que lembro dela! — o homem pensava no rostinho de anjo da garota. — Ela ainda me odeia tanto quanto da última vez que nos vimos?

Beth riu sobre o deboche e, bem, Willy Wonka não se dava muito bem com crianças no geral - uma boa hipocrisia -, e com a Libby McMillan não era tão diferente, mas algo tornava essa relação mais intensa, digamos assim.

Entretanto, Libby realmente o odiava mais do que o normal. Wonka até tentava uma boa relação com a menina, mas sempre acabavam se estranhando, afinal, tinham idéias diferentes quase sempre.

Eles eram opostos, como o açúcar é o oposto do sal.

— Ela não te odeia, Willy! Só te acha um pouco...esquisito — Beth rindo, dizia ao homem realmente esquisito.

— É mesmo?! Pois eu tenho certeza que ela me odeia, e eu não sou esquisito! — Willy fez uma careta. — Onde ela está agora?

— Ela está no convento da cidade. As irmãs cuidam dela enquanto estou aqui. Mas agora que eu sei que não há salvação para mim, Libby não poderá ficar lá mais.

— Ela sabe do seu estado, Beth?

— Sim...sim ela sabe — a amiga o responde meio tristonha, mas logo se recompõe.

— Sinto muito por tudo isso, Beth! Mas...qual é seu pedido à mim?

A mulher enferma respirara fundo antes de começar a falar.

— Eu lhe peço que cuide de Libby para mim quando eu não estiver mais respirando. Como você acabou de dizer, ela te odeia, mas eu sei que você cuidaria bem dela por mim, porquê você é um ótimo homem e amigo, Willy.

Paralisado, Willy Wonka não sabia se aceitava ou não aquele pedido de Beth. Ele pensava em como feriria os sentimentos da mulher doente a sua frente se não aceitasse cuidar de sua única filha desamparada.

Com um pequeno sorriso no canto da boca, Wonka se aproximou relutante da amiga e tocou o ombro dela enquanto à fitava.

Beth esperava mesmo que ele dissesse algo no qual fizesse-a ficar mais tranquila para partir, ele era o único que restava para Libby, até então. Ninguém - pelo menos na cabeça de Beth - seria melhor para cuidar da sua filha geniosa. Wonka poderia ser um bom responsável.

— Pode ficar tranquila, querida Beth — o chocolateiro assentia dizendo. — Eu vou cuidar de Libby como se eu fosse um pai para ela, ou, pelo menos tentar isso! — dando de ombros, ele engolia à seco. Ambos sabiam que ele era um terror mesmo se tentasse. — Eu prometo! — desbravou por fim.

— Ah, Willy, obrigado! Eu realmente fico grata por isso! Muito obrigada! — Beth sorria para ele, estaca encantada com a promessa do chocolateiro esquisitão e de um charme nais esquisito ainda. — Sei que Libby irá odiar essa ideia, mas logo tudo ficará calmo e...e ela vai seder.

— Assim espero! — Willy murmura para sí mesmo fitando o chão do quarto de hospital. Ele tinha medo do que viria depois, e esse depois se chamava Libby McMillan, a sua futura filha adotiva.


2 SEMANAS
APÓS A VISITA

(...) — Senhor Wonka! Senhor Wonka! Senhor Wonka! — um dos umpa lumpas gritava pela fábrica, indo até o escritório de Willy Wonka, correndo com suas perninhas pequenas pelos corredores.

O homem famoso pelos chocolates que fazia e inventava se levantou logo da cadeira, assim que pôde ouvir o chamado frenético do homenzinho.

Wonka vai e abre a porta do seu escritório estando assustado com tal gritaria repentina. Quando a porta realmente fora tida aberta, ele deu de cara com um dos umpa lumpas fazendo expressões não muito boas e contendo uma a respiração ofegante.

— O que é, diga-me logo, homenzinho?! — Willy indagava preocupado, talvez já estivesse pressentindo o que poderia ser esse desespero do seu pequenino funcionario.

— A senhora Beth McMillan faleceu essa manhã, senhor! — o umpa lumpa informou o chefe, que imediatamente se arrepiou com a notícia que recebera.

Era então aquele o momento em que tudo iria mudar na vida de um chocolateiro renomado e uma recém órfã? 

Pois sim, era chegada a hora.

Wonka teria uma companhia e responsabilidade. Ele teria uma garota nas suas mãos, e, Libby não era um dos doces dele.

E, durante o enterro da pobre Beth, Willy prometeu mais uma vez, para agora a amiga que estava morta dentro de um caixão, que iria cuidar bem de sua filha, ele faria de tudo para dar certo o relacionamento com Libby e, acima disso, ele iria protegê-la do que pudesse.

Mas, será que a Libby vai deixá-lo fazer o que ele prometeu à mãe dela antes de partir?

Alguém terá que ser doce o suficiente para isso funcionar.

Continua...

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