A vida é cruel

10 de janeiro de 2020

Bem vindos! Não se espante. Eu preciso disso aqui. Usarei como diário. Queria manter o anonimato, modifiquei meu perfil, tinha um livro bacana aqui com 65k de leitura, mas apaguei. Tudo porque eu precisava disso aqui.

Ando meio farta de procurar pessoas para desabafar, no fim das contas ninguém entende verdadeiramente o que se passa em nossas vidas, da mesma maneira que nem sempre entendemos o que o outro passa, e assim lhe revelo um dos grandes problemas do mundo: a falta de compaixão.

Ter criado esse livro talvez me liberte ou então me alivie. Ando sobrecarregada, chorando escondido e com uma dor amarga guardada dentro de mim. Antes era mais fácil lidar com essas coisas, hoje vi que criei um monstro, que acumulei meus problemas e não consigo dar conta.

O que me resta é desabafar, talvez alguém leia e deixe comentários agradáveis e de auto ajuda. É, talvez isso ajude.
Hoje então me apresentarei e irei fazer um resumo breve:

Eu me chamo Clara, tenho 17 anos e acabei de sair do ensino médio. Trabalho em uma escola de cursos, tenho um 'namorado' muito atraente e um ex que creio ter superado. Perdi meu pai para o câncer, sai da psicóloga por falta de dinheiro, uma família dividida, três tentativas de suicídio e cortes pelo braço inteiro. Mas, calma! Essas duas últimas coisas já virou passado faz tempo, me deixando apenas histórias pra contar.

Hoje recebi meu namorado aqui em casa, faltei trabalho hoje por estar gripada. Uma gripe que com toda certeza do mundo veio de uma tristeza minha há 2 dias atrás.

Fala sério, sabe aquelas pontadas que você sente no peito quando algo acontece? Quando os dedos gelam, quando você fica sem chão, quando parece que você esperava tanto da pessoa e no final ela te decepciona. Irei te contar um pouco.

Eu tinha um namorado chamado Pedro, começamos a namorar em 2016, quando tudo parecia ter mudado por eu encontrar o amor da minha vida. Primeiro namorado, o cara dos sonhos. No fim das contas, acabamos pela primeira vez. Logo então, pela segunda. Terceira, quarta, quinta, sexta, sétima... pois é, tantas idas e vindas que perdi as contas. No fim , estava em um relacionamento abusivo do qual não conseguia sair e sempre voltava para ele, que me magoava, era grosso, procurava atenção de outras meninas e se deu o luxo de relaxar.
Em um dos términos, conheci o Paulo.
Moreno, forte, um pouco mais baixo, cabelo deslizado para o lado, e nossa, um gato demais! Era da minha sala, tinha cara de pegador e playboy. Certo dia de aula (2018) eu fui ao banheiro e quando voltei, percebi que tinha algo tampando a câmera do meu celular. Era uma folha de caderno. Tirei a tampa do celular e lá estava escrito um número de telefone, comentei com minha amiga e assim que cheguei em casa fui chamar a pessoa no WhatsApp, era ele, o Paulo. Trocamos algumas ideias, conversamos bastante, ele sempre foi atraente. Então daí tudo começou. As trocas de olhares na sala, os toques despercebidos, as brincadeiras, minhas mordidas no lábio sempre que ele passava aquele braço forte em minha volta. Com o tempo, foi estranho, deixamos de nos falar e eu por burrice acabei voltando com meu ex podre. Mas pulo logo a parte que vocês já sabem... acabamos de novo, logo depois do ano novo!
Começou 2019, finalmente 3º ano, me mudaram de sala... mas mesmo assim tinha contatos com minha única amiga de lá. Marcamos então um rolê pra tomar Chopp! Eu, ela, o namorado dela e Paulo! Criamos um grupo, começamos a conversar e quando menos espero, Paulo veio me chamar no privado... "ei tabacuda!"
É o nosso apelido até hoje.
Assim voltamos a nos falar. Foi engraçado, comentamos o como a gente deixou de se falar com o tempo, o quanto nos afastamentos e por incrível que pareça, rimos disso tudo.

Rolê marcado, ele chegou primeiro, e logo depois eu. Batemos um papo incrível na praça de alimentação do shopping esperando minha amiga e o namorado, foi incrível. Depois que eles chegaram, pedimos o Chopp, bebemos. Ele começou a fazer carinho no meu cabelo, minha amiga estava louca pra que a gente ficasse (segundo ela, ele sempre quis ficar comigo mas eu nunca acreditei, fala sério, ele é gato demais! Tipo aqueles jogadores de basquete de filme americano). No fim das contas, nos beijamos. Foi maravilhoso! Uma semana depois, outro rolê, sempre nos 4! Mas dessa vez seria na casa dele. Eu já sabia que poderia rolar, me depilei, botei minha melhor calcinha e fui! Cheguei lá, bebemos, dancei com minha amiga, ele chegou por trás beijando meu pescoço, que sensação incrível. Logo depois ele se deixou e por eu estar com um pouco de álcool na minha mente, dancei mas um pouco e me joguei em cima dele, assim fazendo com que meus amigos saíssem e nos deixaram sozinhos. Ah sim, transamos. Foi incrível. Ele é incrível e o mais incrível foi ter escutado depois um "você é melhor do que eu esperava"
Então você me idealizava transando com você? Pensei na hora.