Perguntas difíceis demais para serem respondidas

posse e perca dos sentidos

Talvez dessa vez ela não fuja de mim
Ando, marcando o chão em círculos
Meu rastro já muito profundo não me deixa negar
Assim como uma imagem no horizonte
A perco facilmente
Não tenho bens o suficiente para que eu possa me doar
Tê-la significaria minha morte
E esse não é nosso maior anseio?
Mas meu medo
Me causa má digestão
Apesar de já estar pronto para o que vem depois...
Eu estou pronto para o que vem depois?
A ânsia por mais, me destrói
É falsa a idéia de lembrança
É falsa a idéia de que nos conformamos
Cada vez que deixamos um aspecto que adotamos partir
Uma parte da nossa alma apodrece
De desgosto
E de forma recorrente
O odor da desgraça dá as caras
E te lembra da forma mais superficial possível
Dos momentos bons que você não será capaz de recuperar
Queria mais uma vez sentir essa melodia percorrer meu corpo
De uns meses para cá ela se tornou irreconhecível
Estridente
Querendo morrer
Queria mais uma vez sentir o toque
Aquele que me arrepiava da nuca aos braços
De uns meses para cá
Minha pele ameaça perder sua sensibilidade
Tenho medo
De que eu me torne irreconhecível
E então finalmente a parte da sua vida que tem me doado
Apodreça
E você não me reconheça como uma lembrança amigável
Mas como uma lembrança a se esquecer