As vezes acho, que há cá um problema de
comunicação... Eles acham que os textos que eu escrevo é para mendigar a atenção... Ou se calhar ser o melhor da nação. Como outros da faixa etária procurar afirmação, mas não!!!Em um tempo remoto, havia numa pequena cidade do interior da lunda sul um casal de lavradores que se interessava em construir uma vida digna dentro de suas possibilidades. Desde o primeiro dia em que se encontraram, houve o amor e logo depois de curto tempo de namoro estavam casados, abençoados pelo padre, com papéis assinados e tudo.
José Francisco conseguiu arrendar um alqueire de terra boa, construiu nele um rancho de milho, com carinho e dedicação, ajudado de perto por Daria, onde foram residir depois da cerimônia simples do casamento.
Sonhos, projetos, eles tinham vários. Lavrar a terra para retirar dela o sustento e também comercializar o quê produzissem. Queriam progredir, construir uma casa melhor para os filhos que havia de vir.
Senhor Patricio Braga era o dono das terras, a quem José devia pagar o arrependimento que contratara em espécie.
Dinheiro era difícil e ele fez tudo para conseguir negociar o pagamento em milho e feijão, que era o que ele pretendia plantar naquelas terras.
O jovem casal, cheio de entusiasmo e planos para o futuro, dedicou-se de corpo e alma ao trabalho de solo e solo logo os grãos começaram a brotar na terra e se transformar em plantas viçosas e produtivas.
Tudo ia bem, o primeiro filho já havia nascido, forte e bonito. Daria acordava cedo, cuidava das galinhas, do porco que estavam a engordar para o fim do ano, cuidava do filho, que felizmente era tranquilo e dormia o tempo todo.
" a vida cuida em nos ensinar a todos nós como viver melhor"
A vida deles decorria tranquila, até que uma noite o José adormeceu e sonhou.
Estava em lugar muito frio e cinzento e ele imediatamente sentiu-se angustiado. Parecia-lhe estar a ser perseguido. Sabia que havia alguém a desejar pegá-lo, mas não conseguia ver quem. Fazia tremendos esforços para fugir sem conseguir. A cada momento sentia a angústia aumentar. Queria gritar, pedir ajuda, porém não conseguia.
Até que por fim Daria o sacudiu e ele acordou aliviado.- Você estava a gemer.
Explicou ela
- Era mesmo. Nem sei explicar o que foi. Alguém me perseguia e eu não conseguia escapar.
Respondeu de seguida l.
- Quem era?
Perguntou a esposa.- Não sei.
A partir daquela noite, José começou a sonhar sempre o mesmo sonho. Quando tudo começa, ele até sabia o que ia acontecer. Por causa disso, começou a ter medo de dormir.
- Isso é só um pesadelo.
Daria Conforta-o.
- Não é isso, não. Acho que nessa história tem alma do outro mundo
- Cruz credo. Nem diga isso!
- Pois tem, sim. Tem um perseguidor que todas as noites vem atrás de mim.
- É impressão sua. Quem haverá de perseguir você no sonho?
- Não sei. Ainda não consegui ver. Mas que tem, tem. E ninguém me tira isso da cabeça que é alma do outro mundo.
- Nesse caso tem de ir se benzer no seu vigário.
- Tem razão. Domingo cedo vamos falar com ele.
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MODUS VIVENDI.
Historical FictionTem pessoas que escrevem por ego ou só pra fazer firula; o meu texto é simples, sincero, é tinta que sai da medula, eu chuto as palavras pra fora e elas que vem me buscar num jogo de bola e gandula.