Capitulo Único

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Tédio. Era isso que Harry sentia no momento. Ele estava sentado em um dos camarotes do teatro, acenando para qualquer um que aparecesse ali, falando que estava animadíssimo com tudo e que esperava ansiosamente o show principal. A verdade é que ele mal sabia quem cantaria no show principal. Já tinha sido difícil lembrar dos nomes importantes de quem estariam ali, decorar o nome de todos os participantes seria impossível.

Ele estava sentado em uma das poltronas e mexia no copo de água que tinham lhe servido pouco tempo antes, quando escuta alguém perto dele:

– Filho? Ah, te achei. – Era seu pai, James. – Você poderia, pelo menos, colocar um sorriso nesse rosto? Sabe o quão importante é para sua mãe isso. – Ele o encarava o repreendendo.

Harry colocou um sorriso amarelo no rosto e olhou para o pai, que pareceu não entender a brincadeira:

– Você é melhor que isso Harry James Potter, já tem 16 anos.

Ele fez uma careta com a menção de seu nome completo e sorriu novamente, dessa vez parecia mais real:

– Ótimo, sua amiga está vindo. – Ele comentou enquanto sentava-se na outra poltrona e bebia a bebida em seu copo.

– Quem? – Harry não se lembrava de ter outra amiga além de Hermione, e, pelo que ele lembrava, ela estaria em um avião naquele exato momento.

– Hermione, é claro, quem mais seria? – Vendo a cara do filho ele explicou a situação. – Sua mãe convenceu o Senhor e a Senhora Granger que estava tudo bem se a filha deles ficasse em casa durante essa semana, afinal a viagem deles é à trabalho, e ela ficaria com poucas coisas para fazer e provavelmente sozinha no quarto do hotel. Conhece sua mãe, ela é boa com palavras. – Ele girava o copo despreocupadamente em sua mão.

– Ah, ótimo, pelo menos tenho alguém para conversar. Ela sabe qual dos camarotes estou?

– Sim, sim, sua mãe entregou o panfletinho com a ordem dos shows também, por mais que ela tenha perdido quase todos, falta somente o principal. Me contaram que a menina é ótima, e tem quase a sua idade, um ano mais nova, se não me falha a memória. – Ele encarou o filho durante a última frase, e se levantou. – Enfim, vou atrás de sua mãe para ver se está tudo certo, siga sorrindo e acenando, beba água e espere Hermione chegar. – Ele acenou para o garoto e saiu do camarote.

Sozinho de novo, maravilhoso. E voltou a mexer no copo de água, agora vazio. Três giros pra direita, dois pra esquerda. Bufou. Quando o show começaria? Tinha desmarcado com Oliver Wood, seu amigo, o treino do dia por conta do evento, era importante para sua mãe então achou melhor estar lá, não iria deixá-la triste. Três giros pra esquerda, quatro pra direita. Alguém o chamou:

– Harry! Te achei! – Era Hermione, ele sorriu para a amiga e apontou para a poltrona, indicando para ela sentar. Ela usava um vestido vermelho que ia até pouco acima de seus joelhos, fechado até o pescoço e com mangas bufantes e transparentes, e na mão, uma bolsa pequena dourada. – Desculpa a demora, mamãe aceitou de última hora o convite para passar a semana em sua casa, foi uma surpresa, não vou mentir, mas sua mãe sabe convencer as pessoas. – Ela sorriu pra o amigo e tirou um papel da bolsa, o panfleto do evento, e começou a ler.

– Não perdeu muita coisa, os shows foram legais, claro, minha mãe escolheu os cantores e cantoras a dedo. – Ele riu novamente e descansou o copo na mesinha da frente. – É o último agora, e então vai ter o almoço com quem pagou os camarotes, o de sempre.

– Espero que tenha a torta de espinafre da Senhora Manfrey, é a melhor torta de todas. – Ela pegou o celular para ver que horas eram. – Vai começar agora. – Ela indicou o apresentador no centro do anfiteatro, ele tinha terminado de falar e as pessoas agora batiam palmas.

A garota do showOnde histórias criam vida. Descubra agora