A Halloween Tale; {taekook}

Doces ou Travessuras?

— Doces ou travessuras?

Foi o que Jeongguk ouviu ao colar a orelhinha na porta, segundos depois da campainha tocar, avisando aos moradores da aconchegante casa dos Jeon que os donos das tais vozes estavam famintos por doces.

Essa era a frase que mais podia ser ouvida, ecoando pelos quatro cantos da rua.

Afinal, era noite de Halloween.

Uma das noites mais divertidas do ano, diriam os professores de sua escola. Aquela em que as crianças poderiam se fantasiar com as mais diversas fantasias, medonhas ou de super heróis, e sair pedindo doces por aí com os amigos.

Afastou-se um pouco da porta, dando espaço para sua mãe atender as crianças fantasiadas e suas sacolas ainda vazias. Escondeu-se atrás da pequena mulher, apenas ouvindo as animadas vozes que repetiam a famosa frase e qual travessura fariam se não tivessem doces o suficiente. A imaginação do pequeno Jeongguk era grande, mas queria poder ver as crianças e suas fantasias com seus próprios olhinhos curiosos. Saiu de trás da mãe, correndo para a grande janela da sala, empurrando a cortina para o lado.

De onde estava conseguia ver muitas crianças correndo de um lado para o outro, algumas da sua idade, outras um tanto mais velhas, mas todas elas pareciam estar se divertindo, sorriam uma para as outras, com as sacolas cheias de doces. Todos ali pareciam se divertir a beça.

Menos Jeon Jeongguk.

— Jeongguk, querido. Por que não sai para brincar com seus amigos? — Perguntou a mãe, assim que terminou de distribuir doces para algumas crianças. — É Halloween! — Dizia completamente animada, fechando a porta atrás de si e voltando o olhar para o filho, que em questão de segundos já estava emburrado num canto do grande sofá.

Todo Halloween era a mesma coisa. Quer dizer, desde que se entendia por gente, ou seja, desde o ano passado, quando tinha completado seis anos de idade. Agora com sete as coisas ainda não mudaram muito. A mesma briga vinha a tona.

— Eu não tenho fantasia. — E era a mais pura verdade, ele não tinha. Assim que sua eomma andou a passos calmos até ele, sentando-se ao seu lado, o pequeno desfez o bico que estava em seus fofos lábios. Mas só um pouco.

— Mas que besteira, Kookie! Você tem aquela fan—

— Não, Omma! — cortou sua mãe no meio da frase, levantando-se do sofá e indo até a grande janela novamente. — Olha só! — Apontou a rua cheia de crianças que corriam de um lado para o outro — As fantasias deles são demais! — voltou a ficar com o semblante tristonho. — Eu não quero usar a que eu tenho.

— Mas a sua fantasia também é demais — o tom de voz dela imitava o do filho. – E se pensar bem, não vai ter mais ninguém vestido assim. — Com um beijo estalado em sua testa e um leve cafuné, a bela mulher voltou a seus afazeres.

Ainda um tanto quanto emburrado com a situação, voltou a prestar atenção nas crianças do lado de fora. Uma múmia passava correndo de um canteiro a outro, já o Pé Grande carregava a grande sacola de doces com as duas mãos. Sem contar os milhares de vampirinhos e bruxinhas soltos pela rua.

Era uma das festas mais esperadas pelo pequeno Jeon. A cidade ficava tão linda, a rua dele então, nem se fala. O friozinho de Outono também animava o menino de sete anos. Tudo naquela estação do ano lhe agradava.